Segurança pública
‘Nem aí’
A complacência que o governador Tarcísio de Freitas e seu secretário de Segurança, Guilherme Derrite, têm demonstrado diante dos abusos físicos, dos desmandos e crimes praticados pela Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo choca os paulistas e demais brasileiros acostumados com comportamento exemplar da corporação por quase dois séculos. Mas não poderia ter sido diferente, se em março deste ano o governador, ao ser questionado sobre a violência policial no litoral de São Paulo, respondeu: “O pessoal pode ir à ONU, à liga da justiça, ao raio que o parta, que não tô nem aí”.
Frederico Fontoura Leinz
São Paulo
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Sem controle
A tropa da PM de São Paulo está fazendo de tudo para manter, do seu jeito, a ordem nas cidades paulistas. A ordem pública deve ser mantida a qualquer custo, ainda que seja humano? Diante da atual situação revoltante, o governador Tarcísio de Freitas e seu secretário de (in)Segurança Pública, Guilherme Derrite, não podem fingir que está tudo sob controle.
Omar El Seoud
São Paulo
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Pelo bem da corporação
Sobre o editorial Brutalidade como política de segurança (Estadão, 5/12, A3), o ditado “diga-me com quem andas e te direi quem tu és” diz muito sobre a decisão do governador Tarcísio de Freitas de manter o secretário Guilherme Derrite na Segurança Pública de São Paulo. Mais do que a demissão, urge rever os princípios e valores adotados na formação de nossos policiais. Caso contrário, a imagem da corporação sairá cada vez mais arranhada e a população estará cada vez mais receosa.
Geraldo Tadeu Santos Almeida
Itapeva
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Leilões do 5G
A ‘chave do cofre’
Lula esvazia Anatel e passa ‘chave do cofre’ de leilões de 5G a ministro Juscelino Filho (Coluna do Estadão, 4/12, A2). Ótimo para ele, já asfaltou sua fazenda, agora vai poder instalar internet de ponta lá também.
Marisa Bodenstorfer
Lenting, Alemanha
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Mais verbas e poder
Desde o início deste governo Lula, o ministro Juscelino Filho foi alvo de acusações de patrimonialismo e improbidade, sem que sua estabilidade no cargo tenha sido ameaçada. Esta foi sempre encarada como submissão de Lula à chantagem de próceres do Congresso, em nome da governabilidade. Agora, o ministro é contemplado com cada vez mais verbas e poder; e Lula está bem confortável com ele. Os analistas que se referem a Haddad como a cara do governo estão enganados: a cara do governo Lula é Juscelino.
Arnaldo Mandel
São Paulo
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Estatais
Projeto de Nação
Em 1776, Adam Smith, em A Riqueza das Nações, já afirmava que o que diferenciava um país desenvolvido de uma republiqueta eram suas instituições. São elas, e não os governantes, que fazem a prosperidade de uma nação. Nesse aspecto, o Brasil há muito está nu de líderes que tenham propostas que ponham o desenvolvimento do País em primeiro plano. O Brasil precisa de um estadista que saiba explorar sua imensa potencialidade. O ponto de partida não é fechar instituições, mas aperfeiçoá-las a fim de conquistar a confiança para empreender e investir, tendo a segurança jurídica como meta primeira. Uma mudança de perspectiva teria de começar em sua Suprema Corte, corroída pela política partidária e a falta de mecanismos eficientes que eliminem do seu seio suspeitas de parcialidade. Pela urgência, outras instituições, como as empresas estatais que não possam ser privatizadas, seriam igualmente protegidas de desvirtuamentos. Para isso, basta que a Lei das SAs consagre o Estado, e não o governo, como acionista majoritário, valendo seus votos nas assembleias de acionistas na proporção do seu capital, tendo um Conselho de Administração também escolhido na mesma proporção, mas com o Executivo indicando só 1/3 de seus membros. Os demais postos seriam preenchidos por membros natos, definidos em lei, com interesses no desenvolvimento e na perpetuidade da companhia. Essa é a forma que a França adotou para manter profissional e atrelada aos objetivos permanentes do Estado sua empresa energética, a EDF. A Fundação Padre Anchieta, em São Paulo, é outra organização de respeito que utiliza o membro nato na composição do seu conselho diretor. Bons exemplos não faltam.
Nilson Otávio de Oliveira
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
SALVAR A FLORESTA
O Brasil deveria arrendar a Amazônia para os países que quiserem investir na preservação da floresta. Europa, Estados Unidos e China certamente teriam interesse em arrendar alguns milhões de quilômetros quadrados da maior floresta do planeta. Sem abrir mão da soberania, o Brasil ditaria as regras do arrendamento, receberia centenas de bilhões de dólares por ano, os postos de trabalho seriam ocupados por brasileiros, o País teria a última palavra em todas as questões. Os países desenvolvidos teriam seus laboratórios na floresta e poderiam desenvolver atividades agroflorestais, pesquisa, nada de mineração, gado, etc. Se não houver uma grande mudança de rumo rapidamente a Amazônia deixará de existir como floresta, será um gigantesco pasto seco e improdutivo, os rios já estão secando, água e ar poluídos, está na hora de ousar e buscar soluções de verdade para salvar a floresta.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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DESTAQUES DA SEMANA
Momento Caras, polícia e barracos. Coisas que uniram os brasileiros esta semana: 1. todos a favor da Adriane Galisteu; 2. todos reprovando atitudes extremistas e criminosas de policiais; 3. Todos a favor da passageira que não mudou de lugar com a criança chorona (eu também não mudaria, escolho meu lugar no avião com muita antecedência)
Elisabeth Migliavacca
São Paulo
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NOVAS SENSAÇÕES
O ódio e o rancor afastam cada vez mais as pessoas da boa e saudável convivência diária. A fúria e a violência alcançaram proporções inacreditáveis. As cenas e imagens de truculência, covardia e estupidez dominam o noticiário. O diálogo e a paciência foram desprezados. A sensibilidade e a sensatez deram lugar aos berros, ameaças e agressões. Maus policiais são ferozes inimigos da população. O trânsito, cada vez mais caótico e assassino. A irresponsabilidade e a imprudência de motoristas insanos são frequentes. Tornaram-se marcas registradas. Aumenta, assustadoramente, a estatística de canalhas que matam mulheres indefesas na frente dos familiares. Falta amor nos corações. A loucura assusta e amedronta os mais velhos, também vítimas da covardia e da brutalidade. A quadra atual assusta e penaliza aqueles que trabalham e gostam de viver em paz. O sorriso, o abraço e a solidariedade precisam voltar a iluminar corações e almas.
Vicente Limongi Netto
Brasília
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EXEMPLOS DE IMPUNIDADE
Realmente atingimos um sério problema quanto à Segurança Pública no País. Porém, o problema não é recente, vem sendo cultivado desde muito tempo atrás até chegar a esse ponto. São diversas causas mas a principal, sem dúvida, é a falta de exemplo que deveria vir de cima. Da presidência passando pelo Judiciário e chegando ao Congresso. Os exemplos da impunidade são muito claros e como consequência os demais também se julgam no direito de fazer o que bem entendem. Punição no Brasil é só pra ladrão de galinha mesmo.
Nelson Falseti
São Paulo
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FUNDO DO POÇO
Vendo o que está acontecendo no Estado de São Paulo, com dezenas de mortes que incluem também crianças e ataques brutais a pessoas já rendidas, parece que o governo do Estado mudou a nossa Constituição e legalizou a pena de morte. Está desburocratizando as rotinas e, em vez de levar ao Judiciário, os policiais já fazem o julgamento e definem as penas. Além de temer os bandidos, a população tem que temer a polícia? A cada dia mais um degrau para o fundo do poço.
Aldo Bertolucci
São Paulo
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FALTA DE LIDERANÇA
É um absurdo ver neste País que um policial militar que deveria fazer a segurança da população, desgraçadamente, na noite de segunda-feira passada, 2/12, foi capaz de jogar um cidadão do alto de uma ponte em São Paulo, sob o olhar complacente de outros 12 policiais, e como penalidade foram apenas afastados de suas funções. E por que não presos e expulsos da corporação? Ora, se essa triste e criminosa atitude fosse feita por um cidadão até sem qualquer outra ficha criminal, certamente, agora estaria atrás das grades. Onde está a lógica deste tratamento diferenciado entre um policial militar e um cidadão comum? O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pode até ficar defendendo seu secretário de Segurança de que faz uma boa gestão, mas não exigir a prisão dos policiais que cometeram esse bárbaro crime jogando um cidadão do alto de uma ponte na capital de São Paulo (que felizmente não morreu) é de absoluta falta de liderança e respeito a população. A nossa nação precisa ser tratada com seriedade.
Paulo Panossian
São Carlos
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VIOLÊNCIA POLICIAL
Essa polícia paulista que mata, na cara dura, em público, pessoas que aparentemente nada de mal estão fazendo, ou, se fizeram, já estão rendidas, desarmadas, sem oferecer riscos aos policiais, nem a alguém próximo, não é a que queremos nem autorizamos que seja mantida em nossas forças de manutenção da lei e da ordem pública. Não é para isso que pagamos impostos caros, muito caros. Ou esses maus elementos são retirados imediatamente das ruas, julgados por seus atos covardes e punidos na forma da lei, ou vamos levar nossa queixa às autoridades de direito. Não será ao governador, Tarcísio de Freitas, um militar que tem provado que mesmo não estando na ativa nunca escondeu de ninguém que aprova a violência policial e até a estimula. E mais, para ele, preto, pardo e pobre têm mais é que morrer. Não há espaço para eles na sociedade no entender de Tarcísio. A polícia paulista está fazendo uso de extrema violência em público porque conta com o apoio implícito do governador. E também sabe que casos assim demoram anos na Justiça e nunca são punidos de fato. Até quando?
Jane Araújo
Brasília
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MAÇÃS PODRES
A secretaria de Segurança de SP está fazendo um excelente trabalho. Ocorre que existem maçãs podres em todos os lugares. E a cada barbaridade praticada por uma dessas maçãs podres, a militância esquerdista cai de pau no governador Tarcísio. No Estado da Bahia, Estado mais violento e onde se mata mais, não se vê a militância cobrar o governador de lá, que é petista. Faz bem o governador Tarcísio em demitir essas maçãs podres, pois certamente recebeu essa polícia contaminada. Quanto às câmeras, que se grave tudo e que as imagens fiquem guardadas à disposição da Justiça que as utilizará quando for o caso.
Izabel Avallone
São Paulo
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DERRITE
Corregedoria pede prisão de PM no caso da ponte; Tarcísio defende secretário (Estadão, 4/12, A20 e A21). E por que Derrite deveria ser demitido? Ao que consta, o secretário de Segurança Pública do Estado tem feito um bom trabalho, e não pode responder pela ação criminosa do soldado que arremessou um indivíduo do viaduto. Devemos cobrar sérias providências para que os envolvidos diretos, por ação ou omissão, sejam exemplarmente punidos através de demissão sumária, após minuciosa e justa investigação.
Maurílio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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PONTA DO ICEBERG
Estamos vivendo num mundo estupidamente violento. As pessoas estão cada vez mais agressivas e intolerantes. A mortal agressividade das polícias brasileiras é só a ponta do iceberg desta violência subjacente de uma nação doente. Precisamos de tratamento psiquiátrico nacional.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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HERANÇA
O caso do motorista de Uber que foi vítima de um passageiro fingindo ter sido agredido em Belém (PA), apenas reforça a verdadeira grande herança maldita que o PT plantou em nosso país: a luta de classes, etnias, credos, etc. O Brasil nunca foi perfeito, mas antes éramos uma terra de uma única gente: brasileiros. O “nós contra eles” implodiu com a fabricação de uma guerra política-social que culmina em tantos incidentes, como o acima descrito, onde o motorista do Uber nada fez, a não ser recusar uma alteração de rota não prevista e o passageiro, revoltado, fingiu estar sendo agredido e ter sofrido racismo. E nada aconteceu. Detalhe: tudo foi filmado.
Sérgio Eckermann Passos
Porto Feliz
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GLEISI HOFFMANN
Gleisi Hoffmann, sempre ela, disse que “agentes do mercado odeiam Lula”. Ora, se fossem só agentes do mercado até que Narisinho, desculpe, Gleisi Hoffmann podia estar certa. Tem muito mais gente que odeia Lula. Gente que odiou o mensalão. Gente que odiou o petrolão. Gente que odiou o sr. Lula vender ao País uma gerentona e entregar uma inepta. Gente que tem ódio de Lula cada vez que ele envergonha o Brasil no exterior. Gente que odeia ditadores sanguinários, amados por Lula. Gente que odeia quando Lula investe contra conquistas do povo brasileiro: a independência do Banco Central, as agências reguladoras e até mesmo as empresas que já foram democraticamente privatizadas, e ele ainda se acha dono delas, para fazer delas cabide de empregos para cumpanheros. Quer mais? Gente que não engoliu até hoje por que Lula foi descondenado sem nunca ter sido declarado inocente e nem mesmo tenha se mostrado interessado em provar sua inocência. Mas não é só Lula que muita gente odeia, tem também aquelas pessoas negativas, retrógradas, mau humoradas e dissimuladas, como Gleisi Hoffmann.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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POVO BRASILEIRO
Como um paladino sem recursos para fazer propagandas caras na televisão exaltando qualidades deste povo sofrido, o povo, que pega o ônibus ou trem quase sempre lotados e igual sardinhas, segue para o dia de trabalho, vez ou outra desviando da bala perdida, da violência que acha alguém para ser a próxima vítima; também quero dizer do lavrador, do gari, caminhoneiro, desempregado, humilhado, jogado das pontes e outros tantos brasileiros que talvez tenham o pior defeito: serem inocentes e acreditarem em políticos. As pessoas humildes deste país quando morrem, naturalmente ou na marra, não deixam os filhos aposentados eternamente, e seus soldos são uma merreca, uma afronta para os heróis da pátria. Vocês que se acham a última bolacha do pacote venham para a vidinha e no primeiro pagamento desertam. Essa inversão de valores faz com que essa nossa desigualdade, assim como o cordão dos inocentes, cada dia aumente mais. O verdadeiro herói que carrega o Brasil nas costas se chama povo brasileiro. Vamos acabar com as mamatas de um país de marajá.
Manoel José Rodrigues
Alvorada do Sul (PR)
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SEM ÁGUA
Domicílios ainda sem água no Rio de Janeiro e a concessionária dizendo que o abastecimento está normalizado. É? Onde? Quem deu a outorga a essa empresa? Será que os caras sabem, ao menos, trocar uma carrapeta de torneira de ½? A Agenersa não diz nada. Aliás, como todas as outras agências reguladoras. Não sei por que foram criadas.
Panayotis Poulis
Rio de Janeiro
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FORÇA DO FUTEBOL
Impressionante a força do futebol entre nós, como demonstrou o final em Buenos Aires da taça da Libertadores vencida pelo Botafogo, que ao voltar para o Rio, mostrou a impressionante potência de sua torcida. Essa realidade mostra como nesses tempos complicados o esporte tem essa capacidade de movimentar a economia, face a paixão que o esporte bretão é capaz de movimentar.
José de Anchieta Nobre de Almeida
Rio de Janeiro