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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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9 min de leitura

Planos de saúde

Limite de reajuste

O reajuste dos planos de saúde individuais e familiares poderá ser de no máximo 6,9%, de acordo com decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Mas isso não resolve o problema da maioria dos usuários de planos de saúde, que está em planos empresariais, cujo reajuste no início do ano foi de 25%. Isso é um assalto que penaliza os usuários, sem nenhuma defesa.

Sylvio Belém

Recife

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Reforma tributária

O pedido do presidente

Não estou me posicionando sobre a taxação de heranças de planos de previdência privada. Apenas gostaria de lembrar que, em 2022, o presidente Lula declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 7,4 milhões, dos quais R$ 5,6 milhões estavam investidos na previdência privada (VGBL). Talvez isso explique o pedido do presidente para vetar a medida. Seria essa a vontade de quem o elegeu?

Fábio Soares

São Paulo

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Operação Lava Jato

Obrigação

PGR pede que decisão de Toffoli que beneficiou Marcelo Odebrecht vá ao plenário do STF (Estadão, 4/6). Paulo Gonet apresentou recurso contra a anulação de processos e investigações envolvendo o empresário na Operação Lava Jato. A ação do procurador-geral da República tem tudo para dar em nada. Senhores absolutos do poder, corporativos, solidários quando lhes interessa, os ministros do Supremo dificilmente reverterão em plenário a absurda decisão de Toffoli. Ninguém poderá, entretanto, acusar Paulo Gonet de não ter feito sua obrigação.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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Educação

Formação de professores

Faz bem o Estadão ao debater o tema da formação dos professores, questão crucial no cambaleante sistema escolar brasileiro. O editorial A presença do professor (3/6, A15) trata da polêmica educação a distância, discutida também no texto de Priscila Cruz e Ivan Gontijo O início da virada na formação de professores (31/5, A4). Ainda que não se deva jogar a responsabilidade ou culpa pela má qualidade do ensino nas costas do professor – também ele vítima de nossas misérias educacionais –, é consenso que ele seja parte fundamental e imprescindível da solução de uma boa educação humana, libertadora, cidadã, crítica, profissional, enfim, integral. Concordando com as afirmações de que “há algo de perturbador na expansão de graduações não presenciais no País” e que há “incompatibilidade entre a natureza da docência e uma formação 100% a distância”, é também necessário dar mais atenção à supervisão de estágios, a chamada residência pedagógica, à semelhança da residência médica. Os cursos de Pedagogia (graduação e licenciatura) precisam ser repensados permanentemente, ante as exigências impostas pelas transformações filosóficas, culturais, econômicas, sociais e políticas nesta época de mudanças. As altas expectativas e cobranças em relação ao desempenho dos professores na sala de aula e no chão da escola devem nos fazer refletir sobre sua formação sim, mas não só. Todo o magistério (gestores, supervisores, orientadores, coordenadores), assim como merendeiras, secretárias, serventes, porteiros, enfim, pessoal de apoio, precisa e merece respeito, reconhecimento e valorização profissional, social e salarial. Sem uma carreira de magistério atraente, corremos o risco de um apagão. João P. da Fonseca, professor associado (aposentado) da

Faculdade de Educação da USP

São Paulo

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‘Fake news’

Responsabilização

Acompanho a Newsletter do Estadão Verifica no WhatsApp e fico impressionado com a quantidade de notícias falsas criadas com fatos e fotos tirados do seu contexto original e criminalmente – desculpem a palavra – inseridas em novo contexto que nunca existiu, para desinformar a população. Isso não é liberdade de expressão, que eu bem sei ser um dos pilares da democracia. O que me assombra mais ainda é que nada acontece para punir os produtores desse tipo de conteúdo. Até quando vamos ter de suportar esses crimes? Parece-me simples: feito o registro da notícia falsa, identifica-se o responsável pela criação do conteúdo e se inicia a responsabilização legal. Simples como água da chuva. Assim, automaticamente, começaria a depuração nas redes sociais.

Márcio Marcelo Pascholati

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DISCURSO DE CÁRMEN LÚCIA

A ministra Cármen Lúcia falou por 12 minutos no seu discurso de posse ao assumir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e lembrou muito o samba de uma nota só. O problema n.° 1 do Brasil e das próximas eleições são as fake news, e ela tudo fará para combatê-las. Não se sabe exatamente como, nem mesmo quem irá definir o que são e o que não são fake news. O Estadão, no editorial Cármen Lúcia e a eleição como juízo final (Estadão, 5/6, A3) foi enfático: “numa pejoração exaltada, repleta de invectivas, frases de efeito e barroquismos, a ministra parece estar disposta a tratar o TSE como um tribunal da verdade nas próximas eleições”. Se a ministra me permitisse dar um conselho, eu diria: não está mais do que na hora, tanto o TSE quanto o Supremo Tribunal Federal (STF) de, em vez de pensarem fora da casinha, voltarem para a casinha?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador (BA)

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ELEIÇÃO COMO JUÍZO FINAL

Em seu pronunciamento de posse na presidência do TSE, a ministra Cármen Lúcia fez questão de acentuar que nas próximas eleições não deveríamos contar com ódios, mentiras e medos, sentimentos que tisnam o clima de cordialidade e de compreensão que deve reinar no exercício de um dos direitos mais importantes das democracias. Exageros à parte, bem acentuou o Estadão no editorial Cármen Lúcia e a eleição como juízo final (Estadão, 5/6, A3) que, realmente, não estamos diante de uma hecatombe e nem de fatos apocalípticos a serem enfrentados, mas diante de uma eleição em que os problemas são repetidos costumeiramente. E a próxima não será nada diversa das outras, não havendo motivos prévios para se programar para o pior e para fatos muito graves e inusitados.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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‘CÓDIGO FONTE NAS APURAÇÕES’

Cármen Lúcia e a eleição como juízo final (Estadão, 5/6, A3). Tão importante quanto eliminar o “ódio”, “mentiras” e “medos”, seria a nova presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, restabelecer a volta dos código fonte nas apurações das próximas eleições. Segundo disse no seu discurso de posse, repetindo palavras da sabedoria popular: “o cala boca já morreu”.

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

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CERIMÔNIA DE POSSE

Carmen Lúcia, aquela que abriu uma exceção sobre a censura, deu um recado corajoso e impressionante ao tomar posse no TSE, aquele órgão inútil e único no mundo. Seu discurso, se analisado com profundidade, me pareceu um ato falho, pois seu teor foi uma indireta ao seu antecessor e ao maior fomentador de discursos de ódio do País: Lula da Silva. Tenho certeza que o discurso foi elaborado por Alexandre de Moraes. A todo instante ela o olhava e ele, feliz, balançava a cabeça em sinal de aprovação. A única palavra para definir a cerimônia: patética.

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira

Rio de Janeiro

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‘INFORMAÇÃO SÉRIA’

“Contra o vírus da mentira, há o remédio da informação séria”, disse Cármen Lúcia ao tomar posse no TSE. Tomemos um exemplo do que se pode chamar de informação não séria e do custo que isso pode acarretar. Anthony Fauci, em depoimento perante o Congresso norte-americano nesta semana, admitiu que a diretriz de distanciamento social não tinha ciência alguma e nenhum ensaio clínico, e que não foi benéfica para evitar a doença. Em decorrência dela, negócios ficaram fechados por um longo período, o que acarretou prejuízos de trilhões de dólares para a humanidade, com enormes impactos econômicos que estão sendo pagos atualmente e que continuarão sendo pagos por muito tempo. Idem para as escolas, com enormes prejuízos para a formação dos alunos em todo o mundo. Sem mencionar as pessoas que entraram em depressão, o aumento no consumo de drogas, os casais que se separaram, os velhinhos que morreram isolados, afastados de seus amigos, filhos e netas para o seu próprio bem, etc. Fauci, que hoje admite a verdade, na época se apresentava como o dono da verdade e representante da ciência, propagando informações não sérias como essa e a das máscaras, etc. Não é que não houvesse vozes dissonantes, inclusive, e especialmente, no mundo científico, mas a mídia e o Judiciário as sufocavam. Ai de quem ousasse contestá-lo, sendo duramente perseguido, além de ser chamado de negacionista, genocida, etc. Ocorre que a verdade na ciência é algo que brota da discussão e do contraditório. Assim, informação séria sem liberdade de expressão simplesmente não existe.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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NOVA PRESIDENTE DO TSE

Com o seu saber jurídico irreparável e postura ética notável como ministra do STF, Carmem Lúcia assume a presidência do TSE pela segunda vez (2012 a 2013). Substituindo o ministro Alexandre de Moraes, terá a difícil tarefa de enfrentar essa polarização política de baixíssimo nível que, infelizmente, assola o País nos últimos anos. Em um País em que boa parte dos políticos nos envergonham como autores viciados em fake news, sem se importar com as nefastas consequências para as nossas instituições. Lógico que devemos confiar nesta mulher forte que com muito orgulho e competência serve a Nação e que certamente não abrirá mão de penalizar os candidatos a cargos eletivos que desprezarem a ética e regras republicanas nas próximas eleições.

Paulo Panossian

São Carlos

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PEC DAS PRAIAS

O Brasil deveria fazer uma estátua em homenagem a Luana Piovani: ao questionar a PEC da privatização das praias, a atriz colocou o assunto em evidência nas redes sociais. Todo mundo quis saber o que estava acontecendo e a esmagadora maioria já se posicionou contra a iniciativa. A matéria já havia sido silenciosamente aprovada na Câmara dos Deputados, mas deve ser rejeitada no Senado Federal, a menos que os senadores queiram atear fogo ao País e provocar uma revolução popular contra a privatização das praias. Caberá a Luana Piovani escolher a pose e o local onde a sua estátua será instalada.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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PIB DIVULGADO

Com efeito, é sempre melhor a economia do País apresentar crescimento do que não. Mas, convenhamos, comemorar o incremento de apenas 0,8% no primeiro trimestre é um tanto exagerado, não? A que ponto chegamos.

J. S. Decol

São Paulo

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‘CAMINHO DE RECONSTRUÇÃO’

O PIB brasileiro cresce 0,8% no trimestre e tem alta de 2,5% em um ano. O desemprego atinge o menor nível desde 2014 e milhões de pessoas deixam a faixa da miséria. Assim, apesar das grandes dificuldades, inclusive lidando com um Congresso oportunista e hostil, o governo prossegue em seu caminho de reconstrução.

Sylvio Belém

Recife

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‘GRANDE NAÇÃO’

A economia brasileira surpreendentemente cresceu 0,8% neste primeiro trimestre, podendo ainda este ano ser a oitava economia global. Se essa realidade ocorrer, estaremos em condições de construir a grande Nação tão sonhada por nós, e que temos condições de ser no futuro que está a nossa frente. Que assim seja.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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ESPERANÇA

Enquanto fazem discursos eloquentes sobre justiça e igualdade, suas ações vão na contramão de tudo aquilo que a sociedade carece. Enquanto se acomodam em poltronas luxuosas, muitos lutam para encontrar um assento nos hospitais superlotados. Enquanto ostentam seus privilégios, o povo enfrenta a burocracia e batalha por direitos básicos. Mas enquanto houver idolatria política, o luxo dos poucos continuará sendo alimentado pelo sofrimento daqueles que têm fome; e enquanto há tempo, torçamos para que a veneração por esses indignos opulentos não obscureça a vivacidade daqueles que realmente importam, nós, cidadãos pagadores de pesados impostos, mas esperançosos sobretudo.

Alyne Costa

Brasília

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‘BOLSOS ERRADOS’

Com tantos problemas sérios para serem debatidos e resolvidos no Brasil, as casas parlamentares ficam discutindo o imposto para produtos importados. O nosso país precisa de rodovias, ferrovias, linhas de transmissão de energia, estações de tratamento de água e esgoto, boas escolas, entre outras coisas indispensáveis para o bem-estar da população. Durante as compras nos supermercados os contribuintes percebem o real valor da inflação. Os nossos parlamentares estão completamente descolados da realidade. As eleições do final do ano são primordiais para os deputados e senadores. No segundo semestre veremos novamente os santinhos jogados no chão e as ridículas campanhas eleitorais no rádio e na televisão. Os nossos recursos são direcionados para os bolsos errados, infelizmente.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

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PRESIDENTES DA AMÉRICA LATINA

O leitor Carlos Gaspar (Fórum dos Leitores, 5/6) deixou de mencionar a sra. Michelle Bachelet, que foi presidente do Chile entre 2014 e 2018. Portanto foi a segunda mulher eleita na América Latina. Talvez a menção às duas outras refere-se à manutenção da política populista.

Barbara Biselli

São Paulo

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CÂMERAS POLICIAIS

Sobre o editorial O espírito da PM de Tarcísio (Estadão, 4/6, A3), penso que a formação de um policial, um autêntico policial, está na sua vera consciência que vem de berço, por assim dizer. A câmara, esta nova tecnologia que veio para auxiliar nas investigações de ocorrências e arruaças, é para esclarecer, deixar que a notícia flua com confiança na narrativa midiática do ocorrido, porém, nem sempre suficiente e nunca para colocar em dúvida a formação dos verdadeiros policiais. Os maus, com ou sem câmara, continuarão a existir e a extorquir, infelizmente.

Carlos Leonel Imenes

São Paulo

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‘OPORTUNISMO’

A matéria Cotia permitirá prédios de 30 andares em corredor que vai até a Granja Viana (Estadão, 5/6, A13), é a síntese cristalina do que acontecerá com nossa orla marítima pertencente à União, na hipótese da venda desta aos particulares. Assim como ocorre em outras cidades, na visão do prefeito e vereadores de Cotia, a legislação municipal não passa de um conjunto de leizinhas que podem ser alteradas ao sabor das influências do poder econômico local. E plagiando seus pares de outras cidades, justificam a aprovação do projeto arguindo chacotas e demonstrando considerar os munícipes imbecis e incapazes de perceberem a frouxidão moral que assola a maioria dos integrantes dos nossos Executivos e Legislativos, em todos os níveis. As opiniões da população afetada e de especialistas são meros ruídos; fazem ouvidos moucos. O importante é que as novas regras vão exponenciar o valor dos terrenos alcançados pela permissão, mesmo que as edificações impeçam futuramente a duplicação das atuais rodovias e adensem essas áreas, sequer avaliando a disponibilidade de infraestrutura. O político brasileiro é desapegado do interesse público; é conduzido pelo oportunismo.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto