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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
7 min de leitura

7 de Setembro

Na memória

Saudades do tempo em que o feriado nacional de 7 de Setembro, Independência do Brasil, era chamado carinhosamente por nossos pais e avós de “feriado do sete”. De terno, chapéu e gravata, assistiam com entusiasmo, orgulhosos e respeitosos aos desfiles. Nos ensaios das fanfarras das escolas, o surdo, a caixeta e as cornetas entoavam o Hino da Independência e anunciavam com antecedência a data festiva. O Exército brasileiro, com seus armamentos e a marcha dos soldados, aplaudidos com entusiasmo pelos presentes, encerrava o desfile. Muito raro ouvir nos dias atuais o som das bandas escolares anunciando o “sete”, muitos alunos têm ojeriza a desfilar, outros nem o Hino da Independência conhecem. A formalidade no vestir se foi, as cores da Pátria andam meio desbotadas e o Exército brasileiro, de tantas lutas e glória, é apupado por grande parte da população. As comemorações do grito da Independência do Brasil, às margens do Ipiranga, em 1822, há 201 anos, após os nefastos e inconsequentes ataques a prédios públicos em Brasília em 8 de janeiro, jamais serão as mesmas. Embora o governo tente recuperar as cores da Pátria e mostrar força e segurança com o aumento do aparato militar nos desfiles cívicos hoje, conflitos ideológicos e a insegurança jurídica, infelizmente, devem esvaziar ruas e avenidas. As solenidades patrióticas e unidas, festivas e sadias de outrora só restarão em nossa memória.

Sergio Dafré

Sergio_dafre@hotmail.com

Jundiaí

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Tragédia no Sul

Mortes no Vale do Taquari

Mais uma vez o Rio Grande do Sul sofre as consequências da passagem de um ciclone extratropical. Inundações no entorno do Rio Taquari nesta semana já provocaram a morte de mais de 30 pessoas. Este extremo climático é prova insofismável das mudanças climáticas que o planeta todo enfrenta, embora muitos negacionistas não acreditem nessa triste realidade. É hora de as lideranças globais acelerarem as providências contra as causas dessas mudanças no clima.

José de A. Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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Operação Lava Jato

Judiciário desmoralizado

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli demonstrou ontem o quanto o Judiciário brasileiro está desmoralizado: anulou todas as provas obtidas no acordo de leniência da construtora Odebrecht e disse que a prisão de Lula foi um dos “maiores erros judiciários da história do País” e uma “armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado”, como se o ex-juiz Sergio Moro tivesse sido a única figura da Justiça responsável pelas condenações. Toffoli deveria se envergonhar de sua visão constitucional e desta sua atitude com viés político.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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Grave mensagem

Os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) Victor Laus, Leandro Paulsen e João Pedro Gebran Neto julgaram Lula de maneira incorreta? Os ministros do Superior Tribunal de Justiça que concordaram, por unanimidade, com a prisão de Lula estavam enganados? Dias Toffoli enviou uma grave mensagem ao povo brasileiro quando disse que a prisão de Lula foi uma armação: a nossa Justiça não é confiável. O trabalho da numerosa equipe de juízes e desembargadores foi notoriamente negado por Toffoli.

José Carlos Saraiva da Costa

jcsdc@uol.com.br

Belo Horizonte

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Reforma ministerial

Saco de gatos

Só pode ser piada o caso da demissão de Ana Moser do Ministério do Esporte, narrado na Coluna do Estadão de ontem (6/9, A2). Vejam: Lula disse que “precisa do cargo dela para acomodar na Esplanada o PP”, mas “ainda não fechou as linhas finais do contrato” com o partido de Arthur Lira. Que contrato é esse? Quais são os deveres, as obrigações e os valores monetários envolvidos? Está difícil de acomodar todos os felinos neste saco de gatos que é o governo Lula 3.

Nestor Rodrigues Pereira Filho

nestor.filho43@gmail.com

São Paulo

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O bem do Brasil

Uma pergunta não quer calar: os políticos envolvidos nesta reforma ministerial pensam no bem do Brasil ou só nas suas carreiras?

Milton Bulach

mbulach@gmail.com

Campinas

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DATA MAIOR

O Dia da Independência foi destacado durante décadas, especialmente nas escolas. Era a oportunidade de transmitir o conhecimento histórico aos jovens alunos e neles incutir o sentido patriótico. As festas foram maiores ou menores dependendo da orientação do governo de cada época e das diferentes regiões do País, umas mais e outras menos chegadas ao civismo. Em diferentes épocas, segmentos políticos a aproveitaram e hoje nos encontramos numa situação impactante que preocupa. Jair Bolsonaro adotou o verde-amarelo como cores de seu movimento, fazendo-o em oposição ao vermelho utilizado pelos partidos de esquerda. Hoje, que a esquerda voltou ao poder, verificam-se mudanças e restrições e um velado movimento para tomar o verde-amarelo de Bolsonaro e da direita. Teme-se que isso provoque tumultos. Todos devem compreender que o verde e amarelo são as cores nacionais. Não são propriedades de direita, esquerda ou centro. Podem utilizá-las, mas não devem sequestrá-las. Bom seria que todos os brasileiros compreendessem o 7 de Setembro como data maior e superior a ideologias e separações. Que, pelo menos nesse dia, remassem apenas numa direção: a do Brasil progressista, solidário e humano aos seus filhos.

Dirceu Cardoso Gonçalves

aspomilpm@terra.com.br

São Paulo

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RADICALISMOS

Entre mesmerizados de vermelho e alucinados de amarelo, nós, o povo brasileiro, vimos passar o bicentenário da Independência com estridências ao invés de celebrações. Ao que tudo indica, teremos novamente um 7 de Setembro apossado por um lado do radicalismo e criticado pelo radicalismo oposto, enquanto a maioria do povo a tudo assiste impotente e desalentado. Pior, isso é apenas um reflexo do que ocorre na nossa triste realidade, em que objetivos tacanhos e exclusivos dos que mandam se sobrepõem às imensas necessidades da Nação. Até quando?

César F. M. Garcia

cfmgarcia@gmail.com

São Paulo

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DESFILE CÍVICO-MILITAR

Segundo o presidente Lula da Silva, os militares se apossaram do desfile de 7 de Setembro no regime militar. Infelizmente, Lula ainda ignora que o desfile é cívico-militar, organizado nos municípios pelas prefeituras com a colaboração do Exército onde existe. Especificamente em Brasília, as Forças Armadas desfilam em continência ao chefe de Estado para demonstrar a lealdade e a subordinação do poder militar ao poder político. Não precisava o senhor presidente ofender os militares de ontem e os que hoje desfilam irmanados com jovens de diversas entidades da sociedade em homenagem à Pátria.

Paulo Marcos Gomes Lustoza

pmlustoz@gmail.com

Rio de Janeiro

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FESTA DA INDEPENDÊNCIA

O que justifica o ministro Flávio Dino alardear aos quatros ventos que o 7 de Setembro não será outro 8 de Janeiro? E o viajante presidente Lula dizer que a festa será pacífica? Dessa vez, à véspera, não deverá ocorrer alguma inesperada viagem do presidente à Araraquara, diz a agenda palaciana. Entre tapas e beijos, aplaudem os fabricantes de mortadela, as panificadoras e os empresários que fazem a locação de ônibus. Acorda, povo, não copiem! Essa receita vai desandar.

Celso David de Oliveira

david.celso@gmail.com

Rio de Janeiro

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‘DIA DO PATRIOTA’

Alvíssaras ao editorial O patriotismo que precisa ser celebrado (3/9, A3)! Infelizmente, apenas aquela lei municipal da capital gaúcha foi revogada, pois o sentimento de subverter a Pátria aos próprios ditames continua arraigado em boa parte da população em todo o País, os chamados bolsonaristas raiz. Não foram poucos em minha cidade os que aplaudiram aquela lei e que apoiariam uma similar aqui. E se dizem paladinos da cultura local!

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

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CIDADÃOS CONSCIENTES

O patriotismo que devemos celebrar é nossa atuação como cidadãos conscientes de seus deveres como membros de uma nação democrática, livre e pluralista, em busca de progresso com justiça social, educação, saúde, oportunidade de trabalho e realização pessoal a toda a população. Xenofobia e patriotismo nacionalista fascista sempre conduziram nações à guerras fratricidas, como a 2.ª Guerra Mundial e muitos conflitos atuais. O mundo precisa de um novo paradigma humanista universal.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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PRIORIDADES DO GOVERNO

Um presidente que se elegeu prometendo unir o País bate na tecla de que não fala com o cidadão, referindo-se a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Quem conhece Lula sabe que ele convive mal com quem brilha mais do que ele. Lula, no seu nono mês de governo, mostra que não desceu do palanque quando continua com sua cantilena em relação aos juros. Não seria mais inteligente o presidente cortar gastos e assim dar exemplo de bom gestor? Convém prestar atenção na grande preocupação do presidente, para emendas aos parlamentares reservou R$ 36,5 bilhões, dos quais já pagou cerca de R$ 17 bilhões em 2023 e pagará R$ 38 bilhões em 2024. Acompanhando esse raciocínio, Campos Neto está correto, pois esse governo gasta sem medida, corta verbas de setores essenciais e reserva o dinheiro para os parlamentares. Onde estão as prioridades desse governo?

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO

De acordo com um projeto de lei em gestação, o governo quer o fim dos Juros sobre Capital Próprio (JCP). Assim, o lucro tributável aumenta, logo mais IR e CSLL. É compreensível que seja importante aumentar a arrecadação. Um instante, maestro!, como dizia o saudoso Flavio Cavalcanti. Com a eliminação da correção monetária dos balanços, lá num remoto 1995, o lucro das empresas capitalizadas será inflado equivocadamente. Os JCP, bem ou mal, atenuam essa distorção. Com sua eliminação, a tributação incidirá sobre um valor irreal, descapitalizando as empresas. No caso dos bancos, os requisitos de Basileia correm perigo. É isso que se quer? Nossos parlamentares terão uma tremenda responsabilidade. Mais ministérios à vista?

Alexandru Solomon

alex_sol@terra.com.br

São Paulo

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DIA A DIA

O atropelamento do ator Kayky Brito levou o prefeito do Rio de Janeiro a pensar sobre reduzir o limite da velocidade na orla da cidade. Um suspeito de balear o baixista Mingau do Ultraje a Rigor foi preso em região dominada pelo crime organizado. Esses tristes acontecimentos são diários, mas quando atingem pessoas famosas ou conhecidas a resposta vem rapidamente. No entanto, pessoas comuns morrem diariamente nos mesmos locais sem que nada seja feito. Será que a vida das pessoas também é seletiva na prioridade dos governantes?

Luciana Lins

lucianavlins@gmail.com

Campinas

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LEIS DE TRÂNSITO FRACAS

No Rio ninguém respeita semáforos em geral, e os motoristas correm muito. Mexer na velocidade permitida agora é querer aparecer. O segredo é alterar as fracas leis que liberam motoristas bêbados mesmo com mortes. Sem isso, Eduardo Paes, é só querer ganhar likes.

Antônio José Gomes Marques

ajgmescalhao@gmail.com

São Paulo

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RESPONSABILIDADE DO PEDESTRE

No trágico acidente que vitimou o ator Kayky Brito, ninguém ainda cogitou verificar o que foi por ele consumido no quiosque da praia e, ainda, se havia traços de alcoolemia em seu sangue? Sim, porque também os direitos do condutor envolvido na tragédia precisam ser preservados e, bem assim também, toda uma pedagogia educacional sobre as responsabilidades dos pedestres, pois, fosse uma motocicleta o veículo envolvido no fato, bem possível o seu condutor tivesse morrido no acidente em questão. Pois, naquela hora da madrugada, e pelas imagens divulgadas, é preciso, sim, mencionar-se a possibilidade de culpa exclusiva da vítima.

Marcelo Gomes Jorge Feres

marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com

Rio de Janeiro