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Fórum dos Leitores

Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores

Caso Prevent Senior

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Credibilidade

Como segurado muito satisfeito da Prevent Senior, assisto estarrecido ao que estão fazendo com a operadora. É um escárnio que uma advogada deponha em nome de 12 pessoas descontentes, sem nome, sem provas, e tenha credibilidade tanto numa CPI que se transformou num tribunal de inquisição como na imprensa, que imediatamente assumiu tudo como verdade, esquecendo-se de que o kit covid foi distribuído incondicionalmente por todas as operadoras de saúde enquanto não havia outra solução. Foi, também, estarrecedor que o diretor médico da Prevent não teve o direito de falar, pois era intencionalmente interrompido cada vez que tentava fazê-lo. Ao contrário da advogada dos indigentes, que foi recebida com honras pela CPI e teve toda a credibilidade de suas afirmações. Nota: vivo no exterior, mas mantenho meu plano de saúde no Brasil, por confiar na empresa.

ROBERTO MICHAELIS MICHAELIS.ROBERTO@GMAIL.COM

KISSIMMEE (EUA)

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‘Pacto’ com o governo

Sou um cidadão quase octogenário e já vi muitas coisas boas e muitas ruins nesta vida, mas o que eu vi e ouvi no depoimento à CPI da Covid da advogada dos ex-médicos da Prevent Senior foi de estarrecer (Advogada aponta ‘pacto’ do governo por ‘kit covid’, Estado, 29/9, A4). Só vi coisas assemelhadas acontecerem durante a 2ª Guerra, nos campos de concentração – ou, melhor, campos de extermínio –, onde se faziam experiências absurdas com seres humanos. Fico me perguntando como médicos se sujeitaram a essa situação. Eles deveriam ter denunciado isso há mais tempo, assim talvez tivessem salvado algumas vidas. E quanto ao governo, comandado por este irresponsável capitão, com seu gabinete paralelo que, com negacionismo e mau-caratismo, participou disso, incentivou esta desgraça? Considero todos eles criminosos e genocidas. Que Deus perdoe estes sujeitos.

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LUIZ FRANCISCO A. SALGADO SALGADO@GRUPOLSALGADO.COM.BR

SÃO PAULO

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Parceiros

A acusação da advogada Bruna Morato, de que havia um protocolo para liberação de leitos de covid nos hospitais da rede Prevent Senior, baseado na expressão que ela afirmou ter ouvido várias vezes, de que “óbito também é alta”, condiz plenamente com o discurso do presidente Bolsonaro, de que a covid apenas encurtou a vida de muitas pessoas em dias ou semanas. São parceiros e fornecem indícios fortes para investigações por crimes de genocídio.

ABEL PIRES RODRIGUES ABEL@KNN.COM.BR

RIO DE JANEIRO

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‘A banalidade do mal’

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A associação macabra entre o gabinete paralelo do governo Bolsonaro e a Prevent Senior, no engendramento de experiências de morte durante a pandemia, faz crer que Josef Mengele, médico nazista conhecido como “Anjo da Morte”, se vivo estivesse, estaria dando consultoria ao Ministério da Saúde. O bolsonarismo é a epítome do que Hannah Arendt, filósofa de origem judia, denominou de “a banalidade do mal”.

TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO

TULLIOCARVALHO.ADVOCACIA@GMAIL.COM

BELO HORIZONTE

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Apuração e punição

O assustador depoimento da advogada que representa 12 médicos que denunciaram a Prevent Senior nos deixou petrificados. Seu relato exige dos órgãos competentes que fiscalizam o setor, bem como da Justiça, as mais severas apurações e, se comprovado, punições. Lembrou-nos o que ocorreu no período tenebroso do nazismo.

JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA JOSEDALMEIDA@GLOBO.COM

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RIO DE JANEIRO

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Contas à Justiça

O fato é que este gabinete paralelo, ligado a médicos inescrupulosos e a um convênio com interesses escusos, provocou a morte de pacientes. Terão de prestar contas à Justiça. Ponto. Daqui a pouco vão instalar um novo Tribunal de Nuremberg. A filosofia dos culpados é a mesma. Ponto.

ELISABETH MIGLIAVACCA

BARUERI

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Suporte

Quanta coisa desinteressante fez a Prevent Senior até que a CPI da Covid pudesse enfrentá-la? Contava com o apoio do gabinete paralelo do Palácio do Planalto, de empresários, médicos e, em especial, do Conselho Federal de Medicina (CFM), além de outros suportes interessantes para manter a distribuição do kit covid, com cloroquina e outros medicamentos ineficientes contra a doença. De uma feita, morreram 39 internados num de seus hospitais, enquanto o plano de saúde não se incomodava com o morticínio de seus internados acima de 60 anos. Os depoimentos de várias testemunhas à CPI são claros e estarrecedores. Quem vai responder por essas mortes?

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JOSÉ CARLOS DE CARVALHO CARNEIRO CARNEIROJCC@UOL.COM.BR

RIO CLARO

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CFM

Desde antes da formatura, os alunos das boas escolas médicas são educados a praticar a medicina com base em evidências científicas. Leitura constante de periódicos especializados e participação em congressos, simpósios, etc., são os meios de que os profissionais têm para se manter atualizados e exercer a boa medicina. Muito surpreendeu, portanto, a complacência do CFM – órgão regulador responsável, entre outras coisas, pela fiscalização do exercício da prática médica – quando, no início da pandemia, inúmeros médicos defenderam o uso atabalhoado de drogas contra a covid-19 que não tinham nem têm respaldo científico. Pior, o conselho transvestiu sua postura gritantemente política usando o expediente da “defesa da autonomia do médico”. Agora, a entidade continua surpreendendo ao não se manifestar sobre as denúncias das incontáveis irregularidades que aconteceram nos hospitais da Prevent Senior e que demandam rigor na apuração e punição dos responsáveis. O Brasil, ainda bem, está farto de ótimos e sérios médicos, mas que, neste momento, infelizmente, não se sentem representados pelo CFM.

LUCIANO HARARY, médico  LHARARY@HOTMAIL.COM

SÃO PAULO

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

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REAÇÃO DA BANCADA EVANGÉLICA

 A bancada evangélica reagiu, em 23/9, com críticas inflamadas à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que impede a entrada inclusive de membros de missões religiosas em terras ocupadas por povos indígenas isolados. Com efeito, o ministro da Suprema Corte acolheu a liminar da ação direta de inconstitucionalidade movida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e o Partido dos Trabalhadores (PT), baseando sua decisão na estrita relação que há entre o risco de contágio do novo coronavírus (já nem tão novo assim) e o ingresso de novas missões religiosas na área indígena. A decisão do ministro não afeta, todavia, as missões religiosas que já estão no local.

Parece-nos razoável a decisão do ministro e, ao mesmo tempo, desproporcional e exagerado o teor do manifesto divulgado pela Frente Parlamentar Evangélica (FPE), que, dentre outras coisas, afirma que a decisão representa “inaceitável perseguição às missões religiosas”. A meu ver, não se trata de perseguir, e sim de proteger. 

Serão esses os mesmos evangélicos que criticam diversas manifestações religiosas existentes em nosso país e demonizam festividades como a do último dia 27, em que religiões afrobrasileiras celebraram o dia de Cosme e Damião?

O desrespeito à diversidade religiosa e o desconhecimento da Constituição provocam males muito maiores do que uma eventual dor de barriga causada pelo conteúdo dos tradicionais saquinhos de gulodices.

Rafael Mendes afaelmsb@yahoo.com.br

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MÁS LINGUAS

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Dizem as más línguas que, após a saída do investigado Luciano Hang da CPI da Covid, havia uma limusine presidencial para levá-lo ao Palácio do Planalto, onde Jair Bolsonaro esperava para comemorar o sucesso no “tratamento precoce, no gabinete paralelo e no das fake news”. Abraçaram-se e foram “bebemorar”. Esse é o Brasil bolsonarista!

Júlio Roberto Ayres Brisola jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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CONTO DAS 1.001 NOITES OBSCURAS

 Mil noites obscuras é o titulo da notável coluna de Rosangela Bittar, no Estadão de ontem, sobre mil noites de pesadelo e destruição do Estado da nação brasileira por um exterminador.

Para evitar sua morte, Sherazade inventou 1.001 contos em 1.001 noites para o sultão de Bagdá, dando origem ao estilo novela, interrompida antes do desfecho a cada capítulo, para continuar na noite seguinte. No Brasil os papéis se inverteram e quem conta as fakes histórias é o sultão, enganando a manada bovina e se mantendo no trono presidencial por 1.001 noites e dias obscuros e mais15 meses, com pretensões de continuar para sempre e mais uma noite.

Paulo Sergio Arisi paulo.arisi@gmail.com

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Porto Alegre

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COMEMORAR O QUÊ? Depois de mais de mil dias da gestão do governo federal, Bolsonaro finge que tem muito a falar sobre esse período. Na verdade foram as seguintes realizações: mil dias sem nenhum avanço ou projeto na Educação, sem a construção de nenhum hospital, nenhuma unidade prisional, sem que tenha sido promovida a reforma do sistema penitenciário, sem a construção de ao menos uma unidade habitacional. Foram mil dias de destruição do meio ambiente, com queimadas propositais, garimpos ilegais, desmatamento, furto de madeiras, agressões em áreas indígenas, destruição do Pantanal e Floresta Amazônica. Mil dias de lives contendo agressões a pessoas e instituições, ofensas a jornalistas mulheres e muitas mentiras espalhadas pelo presidente e sua equipe. Mil dias interferindo nas investigações da PF, Coaf e demais órgãos para evitar a prisão de seus filhos. Mil dias perdidos, inaugurando trechos de obras que não começou e fazendo campanha eleitoral desde a posse. Rafael Moia Filho rmoiaf@uol.com.br

Bauru

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LUCIANO HANG

A presença do empresário Luciano Hang na CPI da Covid no Senado Federal mostrou seu estilo autoritário. E ficou claro que ele e seu sistema empresarial têm muito a explicar nas suas relações com o governo federal na área da saúde.

Uriel Villas Boas urielvillasboas@yahoo.com.br

Santos

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OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS

A CPI da Covid é uma verdadeira palhaçada, em que o trio inquisidor, formado por Aziz, Randolfe e Calheiros, reage com agressividade quando os depoentes e investigados respondem contrariando suas opiniões pessoais. Depoentes e investigados foram chamados de mentirosos, petulantes e de ladinos. O empresário Luciano Hang foi chamado por Renan Calheiros, uma velha raposa da política nacional e enredado na Justiça, de bobo da corte. O presidente da CPI debochou do empresário catarinense por colocar nas suas mais de 140 magazines espalhadas pelo Brasil, gerando empregos e pagando impostos, a estátua da liberdade como símbolo de seu empreendimento. A CPI foge de seu objetivo para atacar aqueles que apoiam e defendem Bolsonaro, apesar do atual governo não merecer nenhum apoio.

José Alcides Muller josealcidesmuller@hotmail.com

Avaré

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PAPAGAIADA

Os valorosos e dignos artistas do circo não podem nem merecem ser comparados nem ofendidos com a indecorosa papagaiada montada na CPI da Covid pelo depoente Luciano Hang, apoiado pelos senadores fantoches e apaniguados de Bolsonaro. Chegaram agrupados, como papagaios piratas de Hang. Imitando o cercadinho do mito de barro. Pantomima de abomináveis figuras acostumadas a tumultuar e debochar das denúncias e investigações da CPI. Inacreditáveis as cenas de puxa-saquismo explícito orquestradas pela obscura tropa de choque do governo. Concorrência desleal, quase no tapa, para ver quem seria o mais serviçal e fervoroso na defesa do empresário. Por sua vez, Hang mostrou-se um esmerado canastrão na defesa do negacionismo e da cloroquina. Cumpriu com eficiência as ordens de Bolsonaro. Perfeito “bobo da corte”, na definição do relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL). 

Vicente Limongi Netto limonginetto@hotmail.com

Brasília

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PREVENTGATE

Se confirmadas as estarrecedoras revelações à CPI da Covid da advogada Bruna Morato, representante de um grupo de médicos que denunciam a rede Prevent Senior, estará confirmado o gravíssimo crime de lesa-humanidade, a exigir rigorosa punição nos termos da lei. Parece inacreditável que, no país que registrou até o presente quase 600 mil (!) óbitos vitimados pela pandemia, uma operadora de planos de saúde e de rede hospitalar para idosos tenha feito um pacto macabro e sinistro de alinhamento com o negacionista e genocida desgoverno Bolsonaro para obrigar seus médicos a receitar o famigerado kit covid a pacientes que não eram informados sobre o tratamento e que, em caso de falecimento, tinham seus atestados de óbito adulterados com a omissão da causa mortis pelo coronavírus. Conforme seu relato, o pacto com o governo Bolsonaro deu segurança à Prevent Senior de que a rede não sofreria fiscalização do Ministério da Saúde ou de órgãos vinculados à pasta. Como bem disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP),vice-presidente da CPI, “estamos assistindo a um escândalo macabro com sinais tristes de eugenia. Algo que revela o quanto triste é esta página da história que nós estamos vivendo”. Diante do imbróglio Preventgate, que seja instalada de pronto a CPI da Prevent Senior, sem mais delongas e mortes. Vergonha!

J. S. Decol decoljs@gmail.com

São Paulo

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COMO FICARÁ A PREVENT NA CPI?

 Os interrogatórios diários que ocorrem na CPI da Pandemia parece que se encaminham para um final escabroso com a entrada do plano de saúde da Prevent, em que os interrogados pelos senadores acabam entregando a administração da empresa como criminosa no trato com seus clientes, pessoas idosas em geral. É estarrecedor o que uma interrogada na terça-feira, dia 28, advogada de médicos da Prevent, revelou à CPI. É tão grave que se torna necessário que ela e seus clientes tenham provas mais que precisas do horror que havia na Prevent, como gravações de conversas via telefone ou pessoalmente, documentos com orientações da diretoria para obedecer a um protocolo de atendimento a doentes infectados pelo coronavírus, ministrando um kit especial com remédios inócuos e que acabavam antecipando a morte do internado. É mais que importante esse cuidado com documentos que provem de forma imperdoável esse crime contra os associados da Prevent. É preciso processar sua gerencia com prisão se necessário, mas evitar a quebra da empresa, o que deixaria sem assistência médica milhares de seus participantes idosos.

 Laércio Zannini spettro@uol.com.br

São Paulo

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‘O TRABALHO LIBERTA’

O Ministro da Cultura do governo Bolsonaro fez um discurso imitando o ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, o mundo civilizado não aceitou a afronta e o ministro foi rapidamente defenestrado. O Brasil toma conhecimento que a gestão da pandemia no país foi conduzida por um grupo que adota o lema da temida SS nazista, organização paramilitar criada por Hitler com o intuito de proteger a alta cúpula do partido nazista. “Minha honra é a lealdade.” É inacreditável que em pleno século 21 o Brasil tenha que conviver com os horrores do nazismo, incluindo tratamentos experimentais em seres humanos que resultam no lema “óbito também é alta”. O mundo civilizado deverá perder a paciência com o Brasil e sua inacreditável tolerância com o nazismo, que rege a catastrófica gestão de Jair Bolsonaro na Presidência da República. Ao trabalho, Brasil! Vamos libertar o país das garras do nazista Jair Bolsonaro. Mario Barilá Filho mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

* ORDEM NA CPI

Para se evitar tumultos e confusões nas sessões da CPI sem-da Covid, algumas regras básicas na condução dos trabalhos se impõem:

1) colocar em mesas separadas depoentes/advogados e presidente/relator;

2) ter clareza quanto à posição/condição distinta entre depoentes e autoridades; e 

3) presidir com clareza, objetividade, firmeza e respeito a todos.

Deus ilumine os senadores da república!

Marcos Abrão m.abrão@terra.com.br

São Paulo

DECADÊNCIA DA HUMANIDADE

Fim do Humano: o homem antropofágico praticava o canibalismo para matar a fome, sobreviver. O homem moderno desliga o oxigênio do doente para aumentar seu lucro e ganhar mais dinheiro. Cavamos nossa própria extinção e nosso término se inicia na decadência moral. A extinção física virá em consequência. Marte não é uma solução, pois a crueldade já está incrustada no âmago deste ser homo corruptus, esteja ele onde estiver.

Angela Barea angelabarea@yahoo.com.br

São Paulo

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O STF DESPRESTIGIADO PELAS AÇÕES POLÍTICAS

“O Supremo Tribunal Federal (STF) hoje sofre com um profundo desprestígio exatamente porque os players da arena política não resolvem seus problemas e jogam para o Supremo resolver. A sociedade está dividida em relação àqueles valores morais ou àquelas razões públicas, o Supremo decide e acaba desagradando", afirmou o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, no evento Jornadas Brasileiras de Direito Processual. Estimula-nos saber que é esse seu pensamento, pois daí pode derivar a tomada de providências rumo à solução do problema que tumultua a vida institucional. Tornou-se um nefasto hábito os políticos acionarem o Judiciário quando não conseguem resolver seus problemas ou votações no âmbito do Legislativo. A Constituição é clara quando, no artigo 2º, define Legislativo, Executivo e Judiciário como os Poderes da União e os estatui “independentes e harmônicos entre si”. Ao Legislativo cabe a tarefa de elaborar e votar leis (que também podem ser propostas pelo Executivo e por iniciativa popular), ao Executivo reserva a governança e ao Judiciário, o julgamento dos enquadramentos legais, sendo atribuída especificamente ao STF a guarda e interpretação constitucional. Não está escrito em qualquer dos artigos que juízes, desembargadores e ministros devam suprir a incompetência ou falta de representatividade dos membros do Poder Legislativo ou do Executivo. Os dois Poderes podem e até devem pedir interpretação legal ao Judiciário, mas jamais a tomada de decisões em seu lugar. Toda vez que o Judiciário decide sobre temas políticos ou administrativos de alçada do Executivo e do Legislativo, invade seara alheia, enfraquece a relação institucional e, ainda, serve de indevido instrumento para as disputas políticas, na maioria das vezes subalternas. Já que o ministro presidente reconhece o problema, espera-se que trabalhe na direção de sua solução. Dirceu Cardoso aspomilpm@terra.com.br

São Paulo

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TETO DE GASTOS X REFORMA DO IMPOSTO DE RENDA

A inteligência da lei é o congelamento do crescimento real dos gastos, enquanto as receitas aumentam pelo crescimento vegetativo da economia. O resultado em tese, o superávit, é para redução do endividamento e fôlego para as reformas.

O bom senso diz que o aumento de novos impostos também está congelado, devendo ser feito, se necessário, somente após as reformas estruturais dos gastos.

Como não há interesse político dos Poderes nas reformas, o maior risco é a inflação. Quanto maior a incompetência do governo, intencional ou não, para controlar a inflação, o prêmio é o aumento do teto de gastos. No ano 2022, R$ 124 bilhões a mais.

Sem as reformas estruturais dos gastos, a reforma do Imposto de Renda em andamento no Senado é inconstitucional e, no mínimo, imoral.

A nossa esperança, quando da implantação da Emenda Constitucional 95, denominada de “Teto de Gastos”, era que o poder Executivo fizesse as reformas estruturais de custo do Estado.

Aguardemos que nossos representantes cumpram o artigo 1º, parágrafo único da Constituição – “Todo poder emana do povo” –, para o bem-estar do povo.

Reinaldo Somaggio reisomaggio@terra.com.br 

São Paulo

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SÃO PAULO ABANDONADA

A cidade de São Paulo está completamente abandonada: carência de saúde, falta de escola, saneamento péssimo, ruas esburacadas e lamentavelmente toda a cidade tomada por sem-teto que estão acampados em tendas. A Praça da Sé virou um verdadeiro campo de refugiados . A cidade tem um número de desempregados como nunca teve antes. Apesar destas barbaridades, divulga-se notícia afirmando que a Prefeitura estuda aumentar os salários dos funcionários por indicação. Isto é uma aberração. 

M. Martignoni mmartignoni@ig.com.br

São Paulo

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 ‘OS POBRES CHEGAM TARDE À FESTA’

O fato de a Prefeitura paulista declarar que cabe no seu orçamento um aumento salarial para os seus comissionados já torna imoral tal decisão. A defasagem salarial aumenta, a elite avança e os pobres não comem o bolo, como diria Rodrigo Maia, chegam atrasados para a festa. Tentar abrandar a indecência com a extinção de 38 mil postos de trabalho não ocupados faz tempo só torna mais imoral a decisão. Aumentem 1 ponto porcentual o salário mínimo e mantenham os valores dos marajás, que, se ficarem insatisfeitos, pedirão para sair. Farão isto? Duvido. Não nos esqueçamos que foi FHC que promoveu aumentos grandiosos para comissionados, que Lula dobrou. 

Roberto Maciel rovisa681@gmail.com

Salvador

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QUESTÃO RACIAL NO BRASIL

A questão da cor no Brasil tem criado só problemas desnecessários. O renomado geneticista Sérgio Pena já afirmou em entrevista à revista Pesquisa Fapesp (edição 306, páginas de 26 a 31) que o único critério ancestral para a cor do brasileiro é a autodeclaração. Exemplo notório é o do conhecido Neguinho da Beija-Flor, cuja genética indica 61,7% de ancestralidade europeia e de apenas 31,5% de africana! O brasileiro, segundo ele, tem mais ou menos apenas 70% de ancestralidade europeia. Cabe assinalar, portanto, que os alunos expulsos das universidades em julgamento racial devem mesmo procurar a Justiça para corrigir provável engano. Não é à toa que nos EUA as cotas não existem mais. Já está na hora de corrigir esse grotesco equívoco.

José Elias Laier joseeliaslaier@gmail.com

São Carlos

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