Fórum dos Leitores

Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores

Eleição presidencial

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Lula na encruzilhada

As pautas sociais, ideológicas e de costume já dividiram os votos no primeiro turno. Resta discutir a economia. Lula tem apoio de economistas de renome e de gente do mercado, que cobram responsabilidade do novo governo. Se deixar o PT definir, o modelo Dilma tem grande chance de ser o escolhido, e o naufrágio é certo. Lula precisa abrir os ouvidos, se quiser ganhar.

Flávio Madureira Padula

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flvpadula@gmail.com

São Paulo

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‘La garantía soy yo’

Diante da surpreendente declaração de apoio à candidatura Lula feita pelos renomados economistas Pedro Malan, Arminio Fraga, Pérsio Arida e Edmar Bacha, que tiveram papel de destaque na implantação do Plano Real, em 1994, cabe lembrar não só que o PT votou contra o plano, mas que até o presente momento Lula ainda não se dignou a apresentar seu programa de governo e política econômica, como se bastasse dizer do alto de sua arrogância “la garantía soy yo”. Vai entender...

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J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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As metas de Lula

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O programa de governo do ex-presidente Lula se parece com as metas da ex-presidente Dilma Rousseff, que afirmou: “Não vamos colocar uma meta, deixaremos em aberto e, quando atingirmos ela, nós dobraremos a meta”. Como não tem programa, Lula se protege de não ser cobrado por futuramente não ter cumprido o que prometeu: nada.

Roberto Garbati Becker

roberto_becker@yahoo.com

São Paulo

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Pesquisas eleitorais

Criminalização

Inacreditável: o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, disse que vai propor um projeto de lei para criminalizar os institutos de pesquisa quando a diferença da urna for maior que a margem de erro, punindo com cadeia e multa (Estado, 4/10, A12). Afinal, primeiro a culpa era das urnas eletrônicas; agora, dos institutos de pesquisa. Provavelmente, a partir de 1.º de novembro a culpa será do horóscopo. Acautele-se, Quiroga!

Mario Miguel

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mmlimpeza@terra.com.br

Jundiaí

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Social-democracia

Futuro comprometido

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O resultado das eleições e a adesão de parte do antigo PSDB ao candidato da extrema direita parecem indicar o fim da social-democracia no Brasil, como mostrou o excelente editorial do Estadão de 6/10. Infelizmente, a geração de André Franco Montoro, Mario Covas, Tasso Jereissati, José Richa, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Clovis de Barros Carvalho, Paulo Renato Souza, Ruth Cardoso, Teotônio Vilela Filho, Maria de Lourdes Abadia e outras lideranças importantes do passado, que criaram em 1988 o PSDB, não conseguiu formar novos quadros de igual valor para o País. Com isso, chegamos à redução do partido a um dos nanicos, situação que parece difícil de reverter. É uma importante perda para o País e compromete o futuro das novas gerações, que se veem entre as opções da esquerda estatizante e da direita não democrática. Se Stefan Zweig estivesse entre nós, talvez escrevesse novo livro: Brasil, país sem futuro.

Mario Ernesto Humberg

marioernesto.humberg@cl-a.com

São Paulo

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Vergonha cívica

Irretocável o artigo Não, o resto não é silêncio, de Eugênio Bucci (6/10, A6). Muito triste a capitulação do PSDB de São Paulo e sua incompreensível adesão ao esgoto da política partidária, coonestando ataques às instituições, à cláusula democrática, aos direitos humanos, a segmentos do corpo social. O PSDB de Montoro, Covas, FHC e outros grandes quadros deve estar, depois de morto, ressentindo-se desta vergonha cívica. Quem cresceu nessa disputa foi Simone Tebet, que, em outras palavras, declarou muito lucidamente que, se só há sorvete de limão ou de estricnina, não pode haver dúvida alguma na hora da escolha, mesmo que não se goste muito de limão.

Carlos Frederico B. Bentivegna

carlosbentivegna@uol.com.br

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São Paulo

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Saúde pública

Outubro Rosa

De nada adianta batizar o mês de Outubro Rosa, como forma de chamar a atenção para o grave problema do câncer de mama, se a rede pública de saúde não dispõe de equipamentos para o diagnóstico da doença nem de remédios para quem precisa.

José Ribamar Pinheiro Filho

pinheirinhoma@hotmail.com

Brasília

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PROFUNDEZAS DA POLÍTICA

As profundezas da política não são para principiantes, como diz o ditado. Assusta, posições assumidas por economistas famosos e de ex-participantes do alto escalão do Executivo e de outros órgãos em apoio ao candidato Lula da Silva (Malan, Arida, Armínio e Bacha superam rivalidade com o PT, 7/10, B5) ao apoiar Lula, mesmo que estejam preocupados com o processo civilizatório se o outro candidato for eleito. Impressiona que esses que agora apoiam Lula não apoiaram a candidatura de Simone Tebet em coligação do MDB, PSDB e Cidadania, sendo que algumas dessas pessoas são de partidos que constituíram essa coligação.

José Luiz Abraços octopus1@uol.com.br São Paulo

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PAIS DO PLANO REAL

As reticências para o apoio a Lula por parte da imprensa são muitas e justificáveis. Mas há que se considerar, tal como o posicionamento de Simone Tebet, que há questões mais importantes do que nuances ideológicas e condução da economia. Se os chamados pais do Plano Real entendem que o momento é de defender a democracia frente à barbárie que se estabelece, os demais setores republicanos precisam ser mais enfáticos para evitar uma tragédia no próximo 30 de outubro.

Adilson Roberto Gonçalves prodomoarg@gmail.com Campinas

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EM NOME DA DEMOCRACIA

Em nome da democracia, Lula recebe mais apoio do que Jair Bolsonaro. Com Lula, a democracia é acrescida de mais algumas características inusitadas, como criar um órgão regulador da mídia e apoiar os governos ditatoriais de Cuba, Venezuela e Nicarágua.

J. A. Muller josealcidesmuller@hotmail.com Avaré

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RESPONSABILIDADE

Irretocável o editorial Lula precisa fazer jus a tanto apoio (7/10, A3), em continuidade ao publicado em 5/10 Não é só Lula que deve ser cobrado (p. A3). Com eles, o Estadão permanece fiel à sua história de defesa da democracia e da liberdade e de luta contra os retrocessos autoritários. No primeiro turno era perfeitamente justificável a dúvida entre Lula e Ciro Gomes ou Simone Tebet. Apesar de minha discordância, o absenteísmo, o voto nulo e o voto em branco também podiam ter suas razões. No segundo turno, entretanto, o "nem, nem" me parece uma irresponsabilidade, com todo o respeito aos que de mim divergem. Não sei como chegamos ao ponto em que chegamos em termos de (in)consciência política, nem sei bem o que aconteceu conosco. Conhecendo o ditado "quem brinca com fogo sai chamuscado", me parece oportuno lembrar aos distraídos, ingênuos, neutros e tíbios – nem frios nem quentes – a fábula da rã e do escorpião: "É a minha natureza". A partir da análise crítica da natureza de cada candidato, é preciso que demandemos os mesmos compromissos de ambos. Com a compreensão deste momento crucial, que nossos votos decorram do estudo da trajetória, do histórico, das ideias, dos valores e da explicitação dos projetos dos pretendentes a liderar o processo coletivo de reconstrução e transformação de nosso país.

João Pedro da Fonseca fonsecaj@usp.br São Paulo

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A DISTINÇÃO DOS APOIOS

O apoio de um político à candidatura de outro político não transcende seus limites eleitorais. Já a manifestação de impulso ao candidato Lula, expressa pela equipe do Plano Real – Pedro Malan, Persio Arida, Edmar Bacha e Armínio Fraga –, significa mais uma proposta de governança. Controle monetário face à inflação, conjugado com responsabilidade fiscal, tratamento científico e responsável das contas públicas e da política cambial. O Plano Real não consistiu apenas uma medida monetária, tal como anteriores e simplórios congelamentos de preços e desabastecimento, que não poderiam vingar. Veio agregado àquelas âncoras, sem falar nas reformas fundamentais que ainda não se realizaram. Hoje a resiliência econômica vem acompanhada de algo mais, a estaca básica: democracia. Quem tem a ganhar é o povo brasileiro, e o candidato Lula tem de reiterar esses temas nos poucos dias que restam ao segundo turno. Se assim for, finalmente teremos uma campanha de governo, não apenas de promessas vãs e caça de votos.

Amadeu Roberto Garrido de Paula amadeugarridoadv@uol.com.br São Paulo

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APOIO DE ARTISTAS

Artistas se envolvendo na política. Se já não bastasse jornalistas a serviço de narrativas que ignoram o outro lado da moeda, temos também artistas validando tudo o que foi dito pelo primeiro grupo. Orquestrados sob a batuta do marketing político de candidatos. Mas por que não? Eles são grandes influenciadores e têm direito a ter a sua opinião. Como também podem defender os seus próprios interesses, ou não? A princípio, sim, mas há alguns pequenos problemas que deveriam ser considerados: artistas costumam ser contratados e nem sempre se encontram a serviço da verdade e do certo. Via de regra, atuam a serviço do seu bolso e do que lhes interessa, assim como os demais seres humanos, apesar de parecer que não. E, mesmo sem entender do que falam, sabem representar muito bem. As pessoas tendem a acreditar neles mais do que em políticos, o que as tornam objetos de fácil manipulação nas mãos dos artistas que apreciam. E o brasileiro, principalmente os mais jovens e os menos cultos, tem pouco pensamento crítico. Fora isso, não vejo problema algum.

Jorge Alberto Nurkin jorge.nurkin@gmail.com São Paulo

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VONTADE DO PATRÃO

Há alguns anos atrás tínhamos em nosso país o voto de cabresto, em que muitos eram obrigados a conceder seu voto segundo a vontade do patrão. Passaram-se os anos e hoje há rumores de que grandes empresários estão voltando a implantar novamente o método antigo, em que ameaçam seus subordinados dizendo que, se não votarem em candidatos de sua preferência, poderão demiti-los. Será que o voto de cabresto voltou?

Virgílio Melhado Passoni mmpassoni@gmail.com Jandaia do Sul (PR)

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CRISE ECONÔMICA

O ano não acabou, e ainda estamos no começo do segundo turno das eleições gerais aqui no Brasil, porém, uma coisa é fato: 2023 já começou. Mesmo com o chefe da atual equipe econômica dizendo aos quatro ventos que o Brasil mudou, que estamos caminhando para um cenário de progresso e que tudo ficará bem, não é esse o cenário mundial que observamos. O motor do mundo (China) cresceu muito, mas parece estar querendo respirar, os EUA atualmente não passam por um bom momento, pois seus indicadores não estão apresentando números satisfatórios ao mercado. A Europa atual não é nem sombra do que já foi um dia, inúmeros problemas relacionados à questão da Zona do Euro ainda estão enfraquecendo a região. E, para piorar esse ciclo de baixa nos mercados, estamos com dois grandes bancos apresentando dificuldades em seus balanços. O Credit Suisse, banco suíço que até então gozava de prestígio mundial por ser de um país estável e ter um sistema bancário sólido. Enquanto, na Alemanha, maior país do bloco europeu, o Deutsche Bank também apresenta problemas financeiros. Muitos estão se perguntando se teremos um novo Lehman Brothers, versão europeia. Acredito que ainda seja cedo para saber, a única certeza é de que seremos afetados por essa crise no sistema financeiro. Caso o País opte por uma política externa isolacionista, poderemos sofrer mais ainda. O novo gestor brasileiro deverá estar alinhado ao mundo, do contrário teremos que enfrentar duas crises, uma econômica e outra diplomática.

Josué Ferreira, economista osuejfs@yahoo.com São Paulo

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EPIDEMIA DE INADIMPLÊNCIA

Segundo o levantamento mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento familiar tornou-se uma verdadeira epidemia financeira no País, com o inacreditável número de 79% das famílias endividadas (67 milhões de pessoas), sendo a maior parte atrelada a serviços em geral, como contas de luz, telefone, internet, carnê de loja e prestações de carro e casa. Com o volume que ultrapassa o montante de impressionantes R$ 290 bilhões, o Brasil tem atingido níveis recordes de inadimplência, sendo esse o maior volume desde 2010, quando teve início a série histórica monitorada pela CNC. Esse é o preocupante e catastrófico cenário a ser herdado pelo futuro presidente da República, seja ele quem for.

J. S. Decol decoljs@gmail.com São Paulo

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GÁS DE COZINHA

Li no Estadão que em setembro a Petrobras reduziu o preço do gás de cozinha. Que bom. Em agosto paguei R$ 132 por um botijão. Em 6/10, comprei um botijão e paguei menos, R$ 131. Ufa! As distribuidoras agradecem à Petrobras.

Maurício Lima mapeli@uol.com.br São Paulo

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REFINADOS

Existe uma política da Petrobras de usar a paridade do preço internacional para combustíveis. Segundo esse raciocínio, você deve fazer isso porque às vezes é preciso comprar produtos refinados para atender a demanda. Isso é falso. Não precisamos comprar refinados, nós temos o petróleo cru. Basta que ao invés de pagarmos pelo refinado, que é mais caro e sujeito à flutuação internacional de preços, passemos a pagar apenas pelo serviço de refinamento. O serviço de refinamento vai variar no máximo pelo dólar. Isso levaria nossa inflação lá para baixo.

Russell da Silva Ribeiro Junior russell01.ribeiro@gmail.com São Paulo

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CORTE NAS UNIVERSIDADES

Será que o governo federal não tem vergonha de cortar mais recursos do que já cortou das universidades (Corte de recursos nas universidades federais afeta bolsas, energia e limpeza, 7/10, A15)? Isso é como desligar a energia durante uma cirurgia. O governo atual é descarado. Por que não cortam verbas da campanha eleitoral? Cortem verbas do orçamento secreto. Joguem limpo e não esperem o meu voto.

Károly J. Gombert kjgombert@gmail.com Vinhedo

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FALHA ADMINISTRATIVA

A foto de capa (Ensino superior sob risco de ficar sem o básico, 7/10, primeira página), para mim, é questão de falha administrativa, não de falta de verba. Vocês dizem que o orçamento não pode estourar. Tem que ajustar, como disse Luiz Carlos Mendonça de Barros (Estado, 7/10, B2). O orçamento secreto que tanto dizem é um grão de areia. O reitor poderia solicitar ao deputado.

Francisco R. Ziglio zigliofrz@yahoo.com.br São Paulo

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CONTINGENCIAMENTO

Estamos aliviados porque o Bolsonaro informou que o corte de R$ 2,4 bilhões do orçamento das universidades e colégios federais foi apenas um contingenciamento, ou seja, apenas um "congelamento". As bolsas de estudo para alunos carentes deveriam ser canceladas e as instituições de ensino, dar calote nas contas de água, luz e segurança?

Omar El Seoud elseoud.usp@gmail.com São Paulo