Eleições municipais 2024
Em São Paulo
Nunes e Boulos superam golpes de Marçal e farão segundo turno entre forças tradicionais (Estadão, 7/10). Guilherme Boulos deve agradecer duas vezes a Pablo Marçal. O primeiro agradecimento é pelo documento falso que foi um tiro no pé e possivelmente tirou Marçal do segundo turno. A farsa foi tamanha que deve ter assustado até certos eleitores do “coach”. O segundo agradecimento é pela candidatura em si de Marçal, porque sem ela é possível que Ricardo Nunes tivesse fechado a conta no primeiro turno. Afinal, não é coerente achar que quem votou em Marçal teria votado em Boulos. Um terceiro agradecimento fica por conta da cidade de São Paulo, que ficou livre de um pesadelo, como bem colocado no editorial São Paulo respira aliviada (7/10, A3). E, para não dizer que não falei de Tabata Amaral, parece-me que ela cometeu o mesmo erro de Simone Tebet, ao anunciar seu apoio a Boulos e, por tabela, ao PT de Lula da Silva. Melhor teria feito mantendo-se independente, de posse de quase 10% dos votos, ou mais de 600 mil eleitores que acreditaram nas suas propostas, o que não é pouco.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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Pablo Marçal
Na eleição para prefeito de São Paulo, a alta porcentagem de votos em Pablo Marçal (28,14%) foi surpreendente e alarmante. Será que os eleitores deste candidato não se importaram com as agressões físicas e verbais nos debates entre os candidatos nem com a divulgação de um documento grosseiramente falsificado? Conhecem a história contada no livro 1984, de George Orwell, em que o Grande Irmão controla as massas (agora, digitalmente)? Com Pablo Marçal fora do páreo, espera-se que a Justiça seja ágil em julgar seus atos ilícitos, porque é preciso mostrar a todos que o vale-tudo não compensa.
Omar El Seoud
São Paulo
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Eleição nas capitais
O PL, partido de Jair Bolsonaro, elegeu dois prefeitos de capitais no primeiro turno e vai disputar mais nove vagas em capitais no segundo turno. O PT, de Lula da Silva, não venceu em nenhuma capital no primeiro turno e vai tentar ganhar uma prefeitura em quatro capitais no segundo turno. O povo está cansado do PT e do PL, que prometem muito, mas quase nada fazem quando estão no poder. O MDB elegeu os prefeitos de Boa Vista (RR) e Macapá (AP). Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA) terão prefeitos do PSD. Salvador (BA) e Teresina (PI) terão gestores do União Brasil. E em São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), o alvo da cadeirada, finalmente saiu do páreo, liquidado no primeiro turno. A campanha de 2024 foi um verdadeiro palco de chacotas e baixarias, atemorizando os espectadores durante os debates na TV. E o pior: R$ 3,81 bilhões do Fundo Eleitoral já foram gastos por 29 partidos neste primeiro turno. Uma farra com dinheiro público.
José Carlos Saraiva da Costa
Belo Horizonte
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Brasil conservador
O recado claro que vem das urnas no domingo passado é de que o Brasil está indo para a direita, cansado das pautas sem objetividade da esquerda. Durante muito tempo a direita ficou sem expressão, parecia envergonhada. Agora, cresce a cada eleição. A grande maioria dos eleitores se cansou da falação inócua da esquerda, com pautas ideológicas e capturadas pelas questões identitárias. É uma falácia dizer que o Brasil é um país progressista. Apesar de muito oba-oba, o Brasil continua conservador. O que nós, eleitores e pagadores de impostos, queremos é melhoria em nossas cidades. Solução para inúmeros problemas: emprego, saúde, segurança, educação. Discussão ideológica não resolve problemas nem enche barriga.
Luiz Thadeu Nunes e Silva
São Luís
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Previdência Social
A equação que não fecha
Ao festejar o avanço da longevidade (A longevidade e seus desafios, 7/10, B4), Luiz Carlos Trabuco Cappi chama a atenção para um problema de extrema gravidade e que já devia estar sendo tratado pelo governo. Refiro-me ao desequilíbrio das contas da Previdência Social. Em decorrência das mudanças na demografia (aumento da longevidade e redução da fecundidade), teremos mais beneficiários do que contribuintes ao INSS. Essa equação, que já não fecha hoje, não fechará nunca, se nada for feito agora. O déficit atual do INSS chega perto de R$ 400 bilhões por ano (!) e será muito maior nos próximos anos. O que estamos esperando? Trabuco prestou um grande serviço ao trazer esse assunto à baila.
José Pastore, professor da
FEA-USP (aposentado)
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
MATURIDADE DEMOCRÁTICA
O primeiro turno das eleições municipais revelou um eleitorado insubmisso ao histrionismo, fraudadores e às vozes extremistas. Em clara fuga à polarização ideológica, o cidadão demonstrou preferir a ponderação ao radicalismo, rejeitando discursos inflamados e soluções simplistas. A maturidade democrática mostrou-se presente nas urnas, onde o voto refletiu uma busca por equilíbrio e gestão eficiente, em detrimento de promessas vazias e embates sectários. O resultado deste pleito evidencia que o eleitor, mais do que nunca, anseia por seriedade, transparência e compromisso com o bem comum, blindando-se contra a manipulação emocional e as artimanhas políticas. Assim, as urnas tornaram-se o palco da reflexão, onde o eleitorado firmou um pacto com o futuro e o pragmatismo.
Luciano de Oliveira e Silva
São Paulo
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PABLO MARÇAL
Para o bem e felicidade de mais de 70% dos eleitores paulistanos, o candidato Pablo Marçal não vai disputar o segundo turno para a prefeitura de São Paulo. Entretanto, é imperativo que os cientistas políticos analisem com seriedade o que levou quase 30% dos eleitores a votarem num candidato cujo passado já o condenava, que durante toda sua campanha mostrou ser agressivo, incendiário, provocador, misógino, mentiroso, e pior, depois de ter divulgado laudo falso contra Guilherme Boulos. Numa democracia plena cada um vota em quem quiser. Só que a argumentação de simpatizantes de Marçal, de que o voto nele significa “voto de protesto” contra a chamada política tradicional, é ridícula e não se sustenta. Votar em branco ou nulo por não se sentir representado é uma coisa. Votar num irresponsável por protesto é brincadeira de mau gosto e desrespeito à democracia. É de fala corrente que o brasileiro médio precisa escolher melhor seus candidatos. Boa parte do eleitorado de São Paulo precisa, com certeza.
Luciano Harary
São Paulo
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‘FALTA DE PRUDÊNCIA’
Marçal sai da disputa para a prefeitura e entra em batalha para continuar solto e elegível (Estadão, 6/10). Cheguei a considerar Pablo Marçal inteligente. Errei. Quebrei a cara. Ao produzir um atestado médico fake contra Boulos, deu um tiro no pé, demonstrou total falta de sagacidade e perdeu muitos votos de última hora. Hoje, poderia estar disputando o segundo turno pela prefeitura de São Paulo. Entretanto, graças a sua falta de prudência, poderá se tornar inelegível, e pior, corre o risco de ser preso.
Maurílio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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FARINHA DO MESMO SACO
O esperado aconteceu. Tabata Amaral disse que jamais apoiaria qualquer candidato se não alcançasse o segundo turno. Como esperado, apoiará Boulos, pupilo de Lula. Em resumo, são todos farinha do mesmo saco.
Célia Maria Anderáos
São Paulo
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FUNDO ELEITORAL
R$ 5 bilhões. Este é o montante aproximado que foi canalizado aos partidos políticos, via fundos aprovados em lei, para que fossem colocadas de pé as recém-concluídas eleições municipais em todo o Brasil, que consagraram 5.569 prefeitos e mais de 58.000 vereadores. Os resultados finais apontaram os escolhidos em primeiro turno e os que disputarão prefeituras mais robustas em segundo turno por não terem conquistado maioria entre os votantes. A cifra citada permitiu que os candidatos tornassem conhecidas suas propostas e formulassem suas promessas. São recursos consideráveis subtraídos das algibeiras dos contribuintes. Seria descabido, portanto, ao fim dos mandatos, a divulgação de números, a serem, talvez, aferidos pelos respectivos Tribunais de Contas, baseados em modelo de cálculo transparente, do quantitativo que retornou aos pagadores de impostos, sob a forma de benefícios e serviços oferecidos obrigatoriamente, em harmonia com as promessas de campanha, pela administração oficial, dentro de um grau de qualidade e presteza capazes de evitar aos munícipes a necessidade de contrair despesas decorrentes dos mesmos benefícios, pagas pela sua própria renda? Utopia?
Paulo Roberto Gotaç
Rio de Janeiro
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2026
A eleição para as prefeituras nos leva a pensar em 2026 e quais seriam suas alternativas. Os dois nomes que vêm à mente são certamente inaceitáveis. Um homem que chamou a covid-19 de uma gripezinha, se opôs às vacinas e provocou uma mortandade de brasileiros, e que tentou impor uma ditadura em nosso país, certamente não deve voltar. Outro que é amigo de Vladimir Putin e Redondo, que sempre impediu o aparecimento de lideranças em seu partido porque só ele queria mandar, que cuida dos móveis do Palácio, mas não percebe que saúde e educação desperdiçam muito dinheiro, não melhoram a vida dos brasileiros e que nunca foi absolvido das condenações de corrupção, também não serve. É importante que nossas lideranças iniciem um movimento para selecionar os futuros mandatários de nosso país e que, depois de tantos erros que fizemos em nossa história, nos conduzam ao caminho da harmonia, da eliminação do racismo, da criação de oportunidades para todos e de uma pátria amiga de todos nós.
Aldo Bertolucci
São Paulo
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GRANDES VENCEDORES
Os partidos de direita e da centro-direita foram os grandes vencedores das eleições municipais em todas as regiões do País. O PT, que, segundo Gleisi Hoffmann, é um partido em reconstrução, amargou o 9.º lugar, não conseguiu eleger ninguém em seu berço político e foi derrotado em Araraquara, terra de Edinho Silva. Resta agora apostar no PSOL do invasor Guilherme Boulos.
Jose Alcides Muller
Avaré
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CIDADES BRASILEIRAS
O crescimento desordenado das nossas cidades provocou a multiplicação dos problemas de moradia, educação, saúde, saneamento, lazer, segurança e transportes. Paralelo a isso, no entanto, os posicionamentos políticos, a gestão pública e as avaliações das necessidades não tiveram o necessário desenvolvimento para acompanhar esse urbano crescimento. Num cenário global em que se fala em sociedade e economia do conhecimento, o bom uso da técnica e as boas práticas da administração eficiente foram para o portal do esquecimento. Existe muita inútil locução para pouca e eficiente ação. Assim, inovar é preciso através de uma correta aplicação da tecnologia. Para o processo de transformação em uma cidade eficiente é preciso um planejamento competente. Abandonar as abordagens catastróficas, negativistas e inconsequentes que não levam a lugar algum. As nossas cidades não são inviáveis. Com boas práticas de gestão e o bom uso da técnica surgem os bons caminhos, as eficientes e eficazes soluções e as estratégias de longo prazo, duradoras e sustentáveis. Vale começar do básico e persistir até as raias do que às vezes é considerado impossível. Não exagerar no otimismo, mas ter um comportamento criativo e positivo. Não existem barreiras intransponíveis para um bom planejamento e capacidade de gestão. Posto isso, torna-se imprescindível e urgente um processo de aplicação de um desenvolvimento sustentável no lugar de um crescimento discutível e sofrível. Sustentabilidade não significa imobilidade, ao contrário, representa as múltiplas atividades para uma verdadeira prosperidade. Os eleitos ganham o direito e o dever da escolha. Vale utilizar com lógica a pegada tecnológica. Colocar a ciência, tecnologia e inovação na prática e a serviço do cidadão. Valorizar os sábios e esquecer os sabidos. Não precisa ser utopia ou fantasia, basta escolher os profissionais experientes e não os oportunistas subservientes. Urge, portanto, uma transformação nos métodos e processos administrativos e políticos para a garantia de uma melhor qualidade de vida. As cidades precisam deixar de ser um local só para morar, devem ser também um bom lugar para bem viver.
Paulo Cesar Bastos
Salvador
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ELEIÇÕES EXEMPLARES
As eleições realizadas ontem em todo o Brasil foram exemplares. Nenhum desentendimento local conseguiu interromper a democrática manifestação popular visando escolher prefeitos e vereadores. A troca de tiros outrora comum deu lugar a cadeiradas inofensivas que serviram apenas para revelar despreparo do candidato e ocupar o espaço proporcionado pela mídia, que hoje atinge do milionário ao morador de rua. Qualquer pessoa do mundo – do pedinte a Elon Musk, o mais rico do mundo – vive com um rádio ou um celular no ouvido e acompanha tudo o que acontece de bom e de melhor. Quando acontece o pior, muda de mídia, refugiando-se no que não o incomoda. Suponho que é mais ou menos isso que anda acontecendo. O cigarro, a maconha e outros males conhecidos foram substituídos por uma droga legal, que pode custar também os olhos da cara, mas nos livra em segundos de qualquer superdose, basta mudar de mídia. Podemos atribuir a ausência de problemas mais graves nesta eleição ao comportamento generalizado de consultar instintivamente seus equipamentos eletrônicos, antes de explodir em manifestações de ódio. Mesmo estando em grupo, não precisa olhar para ninguém, sequer olhar em volta ou levantar a cabeça. Tudo transcorre em profunda calmaria. Há quem faça isso esperando abrir o sinal de trânsito. No condomínio onde moro vejo todos os dias os que mergulham no celular por muito tempo, às vezes por mais de uma hora, antes de descer do carro para entrar em casa. Terminam satisfeitos, como se tivessem colocado tudo em dia. Ao entrar em casa nenhuma bronca: todos estão igualmente embebidos nesse cálice moderno.
Flávio Tiné
São Paulo
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SISTEMA ELEITORAL
O sistema eleitoral brasileiro é um dos mais inclusivos do mundo, o direito dos analfabetos votarem foi uma conquista constitucional alcançada em 1985. O País agora luta para garantir o direito dos criminosos disputarem as eleições e ocuparem cargos públicos. Alguém como Pablo Marçal não pode ser impedido de concorrer apenas por ter passado a vida inteira aplicando golpes em pessoas vulneráveis, afinal, ele driblou a prisão e a condenação, segue sendo inocente até prova em contrário. A lei da Ficha Limpa é um vergonhoso retrocesso que será revisto. A Constituição brasileira universalizou o direito das pessoas ingressarem na vida pública, se alguém se atrever a falar em qualquer critério qualitativo para os postulantes a cargos públicos será taxado de antidemocrática, inimigo da pátria e da liberdade de expressão, que inclui também a arte de roubar. Corrupção e ignorância são vistos como grandes virtudes no Brasil, um direito inviolável.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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‘HIPERINDIVIDUALISMO’
Meus cumprimentos e aplausos ao admirável editorial do sábado passado, 5/10, sobre o o hiperindividualismo na política, chamado O ‘hiperindividualismo’ faz mal à sociedade (Estadão, 5/10, A3). Preciso, vigoroso, profundo e sensível é sobretudo um alerta aos incautos eleitores para o pleito de 6 de outubro. O Estadão se assemelha ao que um partido político deveria apresentar: “densidade ideológica e programática” que me representa.
Sandra Maria Gonçalves
São Paulo
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UM ANO DO ATAQUE EM ISRAEL
Neste primeiro ano após os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas – financiado pelo Irã – contra Israel, refletimos em memória das vítimas. E reafirmamos que essa forma bizarra e violenta de expressão da barbárie fanática jamais vencerá.
Sérgio Eckermann Passos
Porto Feliz (SP)
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HORROR SEM FIM
Um ano de guerra nas terras sagradas de religiões e povos movidos por ódios ancestrais. Nada mais emblemático da tragédia humana de guerras por territórios entre nações em lutas étnicas, religiosas e ideológicos, como acontece há um ano entre Israel, Palestina, Líbano, Irã e as potências mundiais em disputa geopolítica no umbigo do mundo. Um horror sem fim.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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HEXA NO FUTSAL
Enquanto a atual sofrível Seleção Brasileira de futebol de campo segue dando vexame, a seleção de futsal acaba de conquistar o hexa depois de um jejum de 12 longos anos com vitória de 2 a 1 contra a eterna rival Argentina na Copa do Mundo de Futsal, disputada no Uzbequistão. Enquanto a primeira segue frustrando e envergonhando sua apaixonada torcida, a segunda honrou a camisa amarelinha e trouxe o cobiçado título para casa. Bravo.
J. S. Decol
São Paulo
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ESQUERDA FANÁTICA
Excelente artigo do professor Denis Rosenfield publicado nesta segunda-feira, 7/10, intitulado A esquerda fanática (Estadão, 7/10, A5). Simples, claro e objetivo. Parabéns.
Anita Hitelman
São Paulo