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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores

Europa

Guarda-chuva nuclear

Emmanuel Macron elevou o tom contra Vladimir Putin. O presidente francês colocou o arsenal nuclear do país à disposição da Europa, como um guarda-chuva de dissuasão do continente, contra as ameaças da Rússia. Diante dos desafios enfrentados pela democracia liberal nesta época da geopolítica de intimidação, deve-se optar por uma nova estratégia mais agressiva que a diplomacia mais tradicional. O cientista político francês Frédéric Charillon aborda o tema em seu mais recente livro, Géopolitique de l’intimidation. Seuls face à la guerre?. As respostas mais incisivas contra regimes autoritários não devem se limitar apenas ao plano militar, como os anunciados € 800 bilhões para a defesa europeia, mas também abranger o plano econômico e comercial. A defesa da democracia não pode se restringir apenas ao plano das ideias, mas deve focar no plano da ação para enfrentar os desafios dos próximos anos. As diversas sociedades ao redor do mundo irão cobrar tanto soluções como resultados.

Luiz Roberto da Costa Jr.

Campinas

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Donald Trump

Virada histórica

Desde o fim da segunda Grande Guerra o mundo não vivia uma virada política internacional tão violenta e inesperada. Donald Trump, J. D. Vance e Elon Musk estão conduzindo os EUA a uma brutal mudança de posição ideológica e estratégica, antidemocrática e antiocidental, de difícil retorno. Não se sabe como reagirá a população americana diante de tamanha transformação na democracia mais estável e poderosa da História. A mudança isola a Europa e dá de mão beijada a liderança mundial à China de Xi Jinping. Diplomatas de todas as nações refazem suas políticas internacionais, sem saber para que lado seguir. Um grande ponto de interrogação domina as expectativas globais. Nações, em modo suspense, repensam suas relações diplomáticas.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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Os EUA estão ‘de volta’

A frase do discurso de Donald Trump ao Congresso americano que merece comentário é a de que os EUA “estão de volta”. Não é difícil concluir para quê: tentar anexar a Groenlândia “de um jeito ou de outro” e tornar o Canadá o 51.º Estado americano? Ou para “furar, furar, furar”, extrair petróleo, queimar combustíveis fósseis e dane-se o meio ambiente, um bem da humanidade? Ou, ainda, para fazer negócios com Israel e Rússia enquanto deixa a destruição e a miséria para os palestinos e ucranianos? Pelo entusiasmo dos membros republicanos daquele Congresso e pelos gritos “EUA! EUA!”, parece que é esse mesmo o significado de tal gloriosa volta.

Omar A. El Seoud

São Paulo

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‘Nós contra eles’

O discurso de Donald Trump no Congresso americano deixou bastante evidente uma coisa: não há a mínima intenção dele de estabelecer um governo de união nacional. Trump passou uma hora e 40 minutos debochando, atacando e acusando Joe Biden e o Partido Democrata de serem os responsáveis pela derrocada dos EUA internamente e perante o mundo. Assim, Trump consolida e perpetua um fenômeno velho conhecido nosso: o “nós contra eles”, criado e conduzido por Lula no seu segundo mandato, que cindiu fortemente a sociedade brasileira. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto AtlasIntel, o governo Trump é aprovado por 50,3% dos americanos e desaprovado por 49,7%, ou seja, a polarização segue com força. Se Lula demorou a entender que um presidente eleito precisa governar para todos, e não somente para seus eleitores, Trump não dá mostras sequer de tentar refletir sobre o assunto. Só resta à metade do povo americano e ao resto do mundo (menos a Rússia) resistir.

Luciano Harary

São Paulo

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Guerra comercial

Cachorrinho Pinscher

Donald Trump, que crê ser o dono do mundo, ao notar que o tarifaço que pretende impor ao Canadá e ao México gerou forte volatilidade no mercado de ações americano, decidiu mais uma vez adiar sua intenção. Com esse gesto, ele demonstra que se parece com um cachorrinho Pinscher, metido a valente, com um latido estridente e perturbador e que, quando alguém se aproxima, ataca por trás e morde o calcanhar, mas basta esse alguém bater o pé que ele sai correndo. A popularidade de Donald Trump já começa a despencar em pesquisas recentes, mas o que fazer? O povo americano o escolheu e, agora, o jeito será aguentá-lo até o fim do mandato, sem choro.

Valdecir Ginevro

São José dos Campos

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PLANO DE LULA

Surdo, soberbo e péssimo administrador público, o mesmo que mandou às favas o respeito as contas públicas, em mais uma tentativa de recuperar sua popularidade, hoje, no fundo do poço, apresenta ao País uma nova farsa: zerar alíquotas de importação de alimentos. Em mais uma ação paliativa, as importações de carne, café, açúcar, milho, óleo de girassol, azeite, sardinha, massas, etc., ficarão livres de impostos. Com exceção do azeite, essa farsa é como se Lula não soubesse que o Brasil é um dos maiores produtores do mundo de grãos e um dos líderes do setor agropecuário. Essa medíocre iniciativa de Lula não fará nem cócegas para baixar o índice inflacionário. Já que, por culpa deste presidente, que se nega a priorizar o equilíbrio fiscal, a inflação poderá fechar o ano em 5,60%, contra 4,83% de 2024. Também pelos crassos erros na condução da economia, a taxa Selic, hoje, em 13,25%, se estima fechar o ano em 15%. Com juros altos para empresas e para os consumidores finais, certamente teremos (por culpa do Planalto) retração econômica, redução no nível de empregos e, pior ainda, aumento da pobreza no País. Mas o objetivo do Planalto é mais uma vez ludibriar o povão, que já não acredita mais no governo petista, e tentar viabilizar a reeleição de Lula. Deus, nos livre.

Paulo Panossian

São Carlos

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AMIGO DA ONÇA

O presidente Lula é um verdadeiro amigo da onça. Com medidas pífias para combater a inflação dos alimentos (corte do imposto de importação de alguns alimentos), ele não participou da reunião sobre o tema e deixou para o vice, Geraldo Alckmin, a tarefa de anunciar os resultados. Ou seja, a montanha pariu um rato.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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DINHEIRO PÚBLICO

A matéria Juíza manda procurador de Contas devolver R$ 4,5 milhões recebidos por ‘nomeação tardia’ (Estadão, 6/3, A9) é mais uma notícia envolvendo a farra com dinheiro público via processos administrativos internos dos tribunais. Nesse caso, uma fortuna foi transferida sem cerimônia para o procurador felizardo Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas. É muito estranho ver esses escárnios escandalosos ocorrerem via administrativa.

José Elias Laier

São Paulo

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EXÉRCITO PREOCUPADO

Prevendo as condenações de Jair Bolsonaro, Braga Netto, Almir Garnier Santos, entre outros tantos golpistas, o glorioso Exército brasileiro já se preocupa de como serão recebidos e alojados esses criminosos. Na verdade, o maior problema é isolar, literalmente, Jair Bolsonaro, que lá atrás, por insubordinação, planejou explodir bombas nos quartéis, pelos baixos soldos recebidos. Afinal, a melhor e mais segura prisão disponível no País é, sem dúvida, a da Polícia Federal. Só assim será possível evitar que o criminoso Bolsonaro organize motins contra os órgãos militares.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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PODER CIVIL

Os militares não têm que discutir onde, se condenado, o ex-presidente Jair Bolsonaro ficará preso. Os militares são profissionais de guerra, pagos pelo Estado para tanto. Assim como são os policiais, profissionais do combate ao crime, os funcionários do SUS, profissionais da saúde, e assim por diante. Já os poderes Executivo e Legislativo são formados por pessoas que venceram uma disputa através do voto popular. Por isso, os militares são subordinados ao poder Civil.

Cássio Mascarenhas de Rezende e Camargos

São Paulo

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TORPEDOS TARIFÁRIOS

Os Estados Unidos, através da ação do seu presidente Donald Trump, encontram-se em campanha ostensiva de lançamento de torpedos tarifários que estão provocando reações até de tradicionais parceiros comerciais. Estes, em represália, utilizam-se da mesma estratégia, o que configura uma evidente guerra no ambiente das trocas globais. Além disso, o mandatário americano acena com ameaças militares até à idílica e gelada Groenlândia, e tem planos para realizar uma espécie de serviço de funilaria no barril de pólvora do Oriente Médio. O esmagamento da Ucrânia, encenado com Volodmir Zelenski durante encontro no Salão Oval da Casa Branca, do qual Trump foi protagonista, aparentemente tem como plano de fundo a exploração de minerais estratégicos. Sua surpreendente postura ao esnobar o braço europeu da Otan, acaba de despertar o até então adormecido espírito de falcão do presidente francês Emmanuel Macron, quando este conclama os países do velho continente a aumentarem seus gastos militares, alegadamente para se defenderem do urso russo sem depender do até então principal financiador da Otan. Será que Macron teme que a Rússia tenha a intenção de cobrar dívidas históricas originadas por invasões ao seu território nos dois últimos séculos?

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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GUERRA COMERCIAL

O polêmico e descabido posicionamento do governo Donald Trump 2, ao cortar os tradicionais laços comerciais e de amizade com a Europa, fortalece esta nova aliança militar de grande força entre os 27 membros da União Europeia, além do Reino Unido. O tiro de Trump sairá pela culatra em direção ao seu pé. A ver os próximos capítulos desta guerra comercial recém deflagrada. Quem sobreviver verá.

J. S. Vogel Decol

São Paulo

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CONFLITO NUCLEAR

A Rússia e os Estados Unidos continuam sendo as maiores potências nucleares do mundo, cada país com mais de 5 mil ogivas. Os outros países são: a China, com cerca de 500; a França, com 290; e o Reino Unido, com 225. A questão não é quantidade e, sim, a logística no uso dessas bombas. Quem lançar primeiro será retaliado em que proporção? Quais são as proteções efetivas para um ataque nuclear? Quem vai sobreviver e em que condição? O problema é imenso e não há prognóstico possível para o mundo após um conflito nuclear. A única certeza é que evitar é a solução.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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NOVA ORDEM MUNDIAL

Donald Trump abriu mão de liderar o mundo livre, algo que a América vem fazendo desde quando derrotou as forças de Hitler e jogou bombas atômicas no Japão, encerrando a Segunda Guerra Mundial. A acachapante vitória americana tornou o inglês a língua oficial da diplomacia, substituindo o francês. O dólar americano se tornou a moeda de referência mundial, substituindo o ouro. Será interessante observar quem será o novo líder do mundo livre, pois os candidatos não são países, mas, sim, blocos econômicos. A disputa será entre a União Europeia, liderada pela Alemanha, e os Brics, liderados pela China. As transações comerciais poderão ter como referência o euro, o yuan ou talvez uma nova moeda criada para essa finalidade. A nova língua da diplomacia poderá ser o francês, o alemão ou o mandarim. Será curioso ver como será a interação da América, isolada, fechada e autossuficiente, com essa nova ordem mundial.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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OSCAR 2025

O primeiro Oscar é uma conquista da nossa florescente arte cinematográfica, e também uma vitória do Brasil democrático, que denuncia e repudia com veemência a ditadura militar, que tantos males nos causou.

Sylvio Belém

Recife

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