No ano passado, os bartenders tiveram pouca chance: só se falou em Xeque Mate, bebida mineira à base de mate, rum, guaraná e limão, vendida em lata, que calibrou bloquinhos de todo o país. Alex Sepulcro, do SubAstor, não perdeu tempo: aproveitou o hype e lançou o Check-in Mate (R$ 30). Sem álcool, o mocktail é mais refrescante e bem mais aromático que o original, graças ao acréscimo de capim-limão, tangerina, limão-taiti e mel ao chá mate. Uma criação que não deve ter menos sucesso neste ano.
Parecido na vibe com a criação de Alex, mas alcoolizado, o Ativista (R$ 45), do premiado Santana, em Pinheiros, promete equilibrar as temperaturas sem diminuir o ritmo das festividades com gim, capim-cidreira, laranja, hortelã e chá verde. “É um highball, perfeito para climas tropicais e dias quentes, tem boa proporção entre destilado e soda, o que faz com que tenha alta drinkability”, justifica o chefe de bar, Vinicius Demian.

Alê D’Agostino, mixologista dos bares Guilhotina e do Carrasco, no Baixo Pinheiros, acredita que não “teremos algo tão expressivo como o Xeque Mate neste carnaval de 2025, porque o drink explodiu e deve continuar por aí”. Em compensação, ele mesmo, tem um coquetel em mente para os dias de folia: o Limoncello Spritz. A mistura do licor de limão, espumante e muito gelo é uma receita fácil da coquetelaria, refrescante e que não pesa no álcool. No Carrasco ela custa R$ 65.
Cris Negreiros, barmaid do Oculto Bar, na Vila Madalena, segue na mesma linha de raciocínio: “Aposto em coquetéis gaseificados para este carnaval, porque são super refrescantes, e dá para preparar na hora, com poucos ingredientes, como o clássico Aperol Spritz ou mesmo um gim tônica”. Pessoalmente, no entanto, ela vai “deixar preparada uma garrafa de Fitzgerald, prontinha para beber!”.
Caio Carvalhaes, head bartender do Grupo Tan Tan, por sua vez, confessa que se tivesse que escolher um único drink para tomar até a Quarta-Feira de Cinzas, ele seria o Flip Flop (R$ 65), da The Liquor Store, nos Jardins. Feito com tequila envelhecida, Cynar com abacaxi, grapefruit e soda é “leve e refrescante, mas também complexo, frutado e levemente amargo, bom pra tomar de balde”.

As bartenders Ana Gumieri (do Il Carpaccio, no Itaim) e Renata Nascimento (do Bargo Mooca, em Santa Cecília) recomendam cordiais (espécie de licores com menor teor alcoólico) de frutas vermelhas como estrelas. A primeira indica o Milão (gim, cordial de framboesa com café, limão galego, água tônica e framboesas frescas, R$ 59). “Além de ser frutado, leve e equilibrado, chama atenção por sua cor vermelha. É uma opção alegre, tem tudo a ver com o Carnaval”.
Já Renata sugere um drink secreto do bar, o Black & Green (R$ 42): “Faço para os clientes mais curiosos. É um coquetel estimulante, perfeito para o clima quente do carnaval. A doçura rica e frutada do cordial de amora é equilibrada pela acidez do limão. O shissô e o matcha adicionam camadas de sabores herbais e terrosos, que deixam o todo mais vibrante”.
Na linha frutada, Sylas Rocha, do The Door Hideout, bem no coração da Vila Madalena, sabe que não terá escapatórias nos próximos dias. O jeito, portanto, é carnavalizar com o Caju Amigo Oculto (R$ 45). Para prepará-lo, o mixologista infusiona vodca com pimenta-rosa e gengibre, acrescenta água de caju e seu “fake lime juice”, em vez de suco de limão, um mix de ácidos para ajustar o dulçor da fruta.