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Bebida

Enólogas contam o que mudou depois da maternidade

13 mulheres respondem sobre como é fazer vinho depois de ser mãe e como conciliar trabalho com maternidade

02-05-2023 - SAO PAULO - SP / PALADAR OE / DEGUSTACAO VINHOS DIA DAS MAES -
Garrafas de vinhos produzidos por maes sao provados pela jornalista Suzana Barelli e Felipe Campos - FOTO - DANIEL TEIXEIRA / ESTADAOFoto:

Há profissões em que a maternidade exige mudança na rotina e nas obrigações do trabalho, e a enologia é uma delas. Quando grávidas, elas não podem consumir bebidas alcoólicas, o que é um pré-requisto para a profissão, por exemplo. A rotina na vinícola também é difícil de conciliar com filhos pequenos – a colheita e a fermentação não ocorrem em horários comerciais – e não raro, as mães levam seus filhos para acompanhar este trabalho in loco.

Histórias como essas ficam na memória das profissionais que conciliam o dia a dia em uma vinícola com a educação de filhos. Nos depoimentos a seguir, estas enólogas respondem o que mudou na maneira de elaborar vinhos depois da maternidade e como conciliar a rotina de colheita com a criação de filhos. Confira estas histórias, em depoimentos listados em ordem alfabética.

Ana Rosas

Enóloga da Adriano Ramos Pinto, mãe de António, de 27 anos, e Miguel e Eduardo, de 24 anos

O que mudou na sua maneira de elaborar os vinhos depois que se tornou mãe?

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O vinho do Porto tem uma característica muito especial, que é a arte do blend. Todos os enólogos têm de fazer isso, mas no vinho do Porto esta técnica é levada ao extremo. Produzir um tawny é uma arte que se reinventa ano após ano por um ritual estabelecido há muito tempo e muitas gerações. É como o trabalho de um compositor: ele precisa não apenas compreender as caraterísticas musicais de cada instrumento, mas também as combinar numa sinfonia perfeita. Para tal precisamos de dedicação, paciência e um acompanhamento constante dos nossos vinhos, desde os “bebés” vinificados por mim aos “enteados” fruto dos trabalhos dos anteriores enólogos. No meu caso especificamente posso alterar um pouco a questão para “que importância a sua maneira de elaborar os vinhos influenciou o seu papel como mãe”? A minha prática como “blender” me ajudou a entender que cada criança é única, que o seu desenvolvimento decorre no seu próprio ritmo e que só atenção permanente e uma boa dose de paciência importam.

A enologia exige trabalhos intensos, principalmente durante a colheita e a vinificação. Como você faz para conciliar o trabalho com os filhos?

Para dizer a verdade, nem sei como consegui. No meu caso, que ainda por cima tenho de me deslocar da cidade onde vivo para o Douro (são aproximadamente 200 quilômetros) foi muito difícil. Mas tive muita sorte, tanto com o meu marido e com o meu chefe. Quando eram mesmo pequenos (pré-escolar) era relativamente fácil, pois me autorizam a levar as crianças e com o apoio de uma baby sitter local tudo corria tranquilamente. Claro que quando o mais velho começou a escolaridade deixou de ser possível esta opção pois já não podiam faltar às aulas. Com muita organização, apoio do marido e colaboração preciosa da minha irmã, sobrevivemos. Mas é preciso mesmo planear tudo ao menor pormenor. Por exemplo, além de deixar as refeições quase todas prontas, tratava de tudo o que era necessário para o regresso às aulas com dois meses de antecedência.

( Ilustrar com a garrafa do Elite Malbec 2020)

Andrea Ferreyra

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Enóloga da da Finca La Célia, mãe de Clara, de 13 anos

O que mudou na sua forma de fazer vinhos depois de ser mãe?

Excelente a sua pergunta. Aumentou o meu limiar sensível na identificação de famílias aromáticas, na percepção das sensações tácteis na boca e na obtenção de vinhos mais harmoniosos.

Garrafa do vinho malbec La Celia Elite Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

A enologia exige um trabalho intenso, sobretudo na vindima e na vinificação. Como você equilibra o trabalho com crianças pequenas?

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É uma profissão muito exigente, principalmente na vindima. Tive a benção de ter minha família que me apoiou e me ajudou a criar minha filha para que eu pudesse me desenvolver profissionalmente e cumprir minhas funções na vinícola. Também no meu trabalho, tive a ajuda de pessoas que permitiram que a Clara me acompanhasse até a vinícola. Ela conhecia o vinho e a vinha desde pequena, pois me acompanhava nos finais de semana, para que eu pudesse trabalhar sem horários e ao mesmo tempo estar com ela.

Andriana Gutierrez

Enóloga da Familia Deicas, mãe de Julian, de 18 anos

O que mudou na sua maneira de elaborar os vinhos depois que se tornou mãe?

Quando Julian nasceu, percebi que já tinha muitos filhos e que eles eram meus vinhos. É muito parecido, os vinhos são tão frágeis como um bebé, precisam da nossa atenção e paixão desde o seu nascimento até ao seu envelhecimento. Estamos sempre atentos a eles, independentemente do momento, hora ou dia do calendário. Eles nos tiram o sono, mas sobretudo, nos enchem de alegria e orgulho.

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A enologia exige trabalhos intensos, principalmente durante a colheita e a vinificação. Como você faz para conciliar o trabalho com os filhos pequenos?

A enologia é intensa e muito dinâmica, e é o que eu mais gosto nesta profissão. O meu filho cresceu, hoje é um jovem apaixonado por tudo o que faz e por vinho também. Foi algo que lhe transmiti desde que estava na minha barriga, quando fiz a vindima grávida. Na época, a minha equipe me acompanhou e cuidou de mim como nunca. Pude dividir muito bem a tarefa de ser mãe com a de ser enóloga, sendo sempre acompanhada pela sua avó materna e pela escola em que ele estudou desde pequeno, que me ajudaram a criar um menino com valores, responsável e independente.

Catarina Vieira

Sócia e agrônoma da Herdade do Rocim, é mãe de José Ribeiro, de 8 anos

O que mudou na sua maneira de elaborar os vinhos depois que se tornou mãe?

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Sempre tentei dar o melhor possível do lado profissional, antes mesmo de ser mãe. O esforço era máximo e continuou com a chegada do José. Acredito no caminho da maior sustentabilidade, de manter a identidade. A medida que passam os anos, percebemos onde devemos focar, o que é realmente importante. Adquirimos uma visão tranquila, sempre no caminho da maior sustentabilidade. O querer fazer melhor por um mundo melhor aumenta quando se tem um filho.

Garrafa do vinho Indígena  Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

A enologia exige trabalhos intensos, principalmente durante a colheita e a vinificação. Como você faz para conciliar o trabalho com os filhos pequenos?

E por isso que temos uma equipe, com pessoas profissionais. Quando se tem um filho, não conseguimos fazer tudo de forma igual, percebemos onde queremos estar e o que é de fato importante. Isso se aprende com a maturidade e também com a maternidade

Cecilia Guzmán

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Enóloga da Haras de Pirque, é mãe de dois meninos, de 14 e 12 anos

O que mudou na sua maneira de elaborar os vinhos depois que se tornou mãe?

Fiquei mais paciente!

A enologia exige trabalhos intensos, principalmente durante a colheita e a vinificação. Como você faz para conciliar o trabalho com os filhos pequenos?

É realmente necessário ter uma boa equipe, com ótima comunicação e, no meu caso, uma família muito solidária. Além disso, o que tem funcionado com a gente é ter os meninos envolvidos no processo. Eles me acompanham muito nos finais de semana para ajudar a perceber como é importante estar presente nas vinhas e nas adegas, quando tudo o que é importante está acontecendo. Acho que esse tipo de trabalho mostra não só a paixão, mas também um estilo de vida

Clara Concejo

Enóloga e proprietária da Veja Clara SL, e mãe de Mário, de 9 anos, e Inês, de 4 anos

O que mudou na sua forma de fazer vinhos depois que você se tornou mãe?

Eu não diria que ser mãe mudou minha vinificação ou meu estilo. O que realmente significou algo e me fez querer fazer o melhor vinho do mundo, se possível, foi quando meu filho mais velho, Mario, contraiu diabetes tipo 1 após uma infecção viral grave quando tinha apenas 13 meses. Foi assim que surgiu a ideia de fazer o vinho top da minha vinícola, o Daván VC. Para tentar arrecadar fundos para doar a um instituto de pesquisa que tentaria encontrar uma cura biológica. Hoje em dia meu projeto mais pessoal é uma realidade e o Dacán VC é nosso top wine e vinho mais premiado e doamos 100% do lucro para o Diabetes Reseach Institute em Miami, Flórida.

A enologia exige um trabalho intenso, principalmente na vindima e na vinificação. Como conciliar o trabalho com as crianças?

Sim, é uma tarefa difícil! Graças a Deus tenho pessoas que me ajudam como nossa babá que sempre cuida dos meus filhos e que entende o que a colheita significa para nós. E agora que meus filhos estão um pouco mais velhos, eles vêm à vinícola e querem ajudar sempre que estão fora da escola, então isso também é incrível.

Emily Faulconer

Enóloga da Viña Carmem, é mãe de Adela, de 6 meses

O que mudou na sua maneira de elaborar os vinhos depois que se tornou mãe?

Tenho uma filha, ela tem apenas 6 meses e voltei a trabalhar recentemente após minha licença maternidade. Tenho me sentido muito calma e pensativa durante esta vindima, e normalmente é um período de bastante pressão no trabalho. Dizem que amamentar traz calma, talvez seja por isso. Pela razão que for, tenho gostado muito, acho que é uma forma que eu gostaria de continuar meu trabalho no futuro.

A enologia exige trabalhos intensos, principalmente durante a colheita e a vinificação. Como você faz para conciliar o trabalho com os filhos pequenos?

É verdade que o nosso trabalho como enólogos é super intenso, principalmente durante a vindima. A chave é ter uma boa equipe, a equipe de enologia da Viña Carmen é super unida e conseguimos um bom equilíbrio para realizar bem todas as tarefas. Por outro lado, a experiência me ajudou, fui mãe um pouco mais tarde (com 37 anos), e já conheço muito bem nossos vinhedos o que me permite concentrar muito bem as minhas horas de trabalho.

(Ilustrar com a garrafa do Dinamica Baga 2020)

Filipa Pato

Sócia e enóloga da Filipa Pato & William Wouters, é mãe de Francisco, de 14 anos, e Fernão, de 11 anos

O que mudou na sua maneira de elaborar os vinhos depois que se tornou mãe?

A maior diferença foi a ligação às vinhas, vivendo no meio das vinhas e tendo filhos, a conversão à biodinâmica foi a escolha natural. Acho que o vinho se faz na vinha, passamos muito tempo na vinha a trabalhá-la e a entender e melhorar o ecossistema. A observação e conhecimento de plantas locais é fundamental para essa melhoria, além dos animais que temos introduzido nas vinhas. A vinificação acaba por ser o passo mais simples depois de um ano de trabalho dedicado à vinha.

Garrafa do vinho Dinamica D.N.M.C. Baga Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

A enologia exige trabalhos intensos, principalmente durante a colheita e a vinificação. Como você faz para conciliar o trabalho com os filhos pequenos?

Para conciliar nesse período de colheita é sobretudo graças ao meu marido que se dedica muito e também à nossa fantástica equipe.

Joana Roque Valle

Diretora de Enologia do Grupo Ségur Estates, mãe de Arthur, de 21, e Pedro, de 19 anos

O que mudou na sua maneira de elaborar os vinhos depois que se tornou mãe?

Quando fui mãe, aos 27 anos, tive de aprender a delegar e a confiar. Ser mãe obrigou-me a formar e a trabalhar com uma equipe e em horários compatíveis com uma vida familiar. Ser mãe melhorou não só a minha maneira de elaborar os vinhos, como melhorou os vinhos. Estes foram ficando mais bonitos, mais atrativos, talvez por ter mais atenção aos detalhes, estar sensorialmente mais desperta e sensível.

A enologia exige trabalhos intensos, principalmente durante a colheita e a vinificação. Como você faz para conciliar o trabalho com os filhos pequenos?

Quando os meus filhos eram pequenos muitas vezes tive de recorrer a ajuda principalmente durante a vinificação. Mas como, nesse período, fui morar para perto da adega, sempre que podia eles estavam ao pé de mim e até participavam em algumas tarefas adequadas á sua idade, que para eles era brincadeira. Houve épocas que foi muito duro, mas tive sempre a preocupação de estar presente, mesmo que algumas vezes só fisicamente, pois a “cabeça” de um(a) enólogo(a) em vindima está sempre na adega!

Julia Johannes

Enóloga da vinícola Becker Landgraf, é mãe de Luca, de 16 anos, e Theo, de 13

O que mudou na sua forma de fazer vinhos depois que você se tornou mãe?

O trabalho ecológico e sustentável tornou-se ainda mais importante para mim ao deixar as crianças com o ambiente mais intacto e limpo possível no futuro.

Garrafa do vinho Gau-Odernheimer Becker Landgraf 2018 Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

A enologia exige um trabalho intenso, principalmente na vindima e na vinificação. Como conciliar o trabalho com as crianças?

Tive muita sorte que minha mãe mora ao lado e ela cuidou muito das crianças. Quando as crianças eram muito pequenas, ainda era muito cansativo. A babá eletrônica foi levada para o porão ou o trabalho de escritório foi transferido para a cozinha ou sala de estar. À medida que as crianças cresciam, muitas vezes as levávamos para a adega ou vinha.

Temos um grande pátio onde sempre havia algo para descobrir. Nosso filhinho fez seus primeiros exercícios de escrita depois de seu primeiro dia de aula na parede do nosso novo corredor com caneta marcadora permanente, enquanto meu marido prensava uvas. Hoje, eles nos apoiam muito e o Luca, o mais velho, gosta muito do trabalho do enólogo.

Sandra Tavares

Enóloga socia da Wine & Soul, é mãe de Francisco, de 16 anos, e Maria e António, de 12 anos.

O que mudou na sua maneira de elaborar os vinhos depois que se tornou mãe?

Depois de me tornar mãe, intensificou ainda mais o sentido de responsabilidade ambiental e social. Todo o nosso trabalho nas vinhas e adega têm muito mais cuidados em termos de sustentabilidade e respeito pelo ecossistema. No fundo, nosso objetivo é melhorar e preservar um bom equilíbrio das nossas vinhas para as próximas gerações e produzir vinhos orgânicos que cada vez mais reflitam o terroir de cada uma das parcelas e identidade de cada local.

A enologia exige trabalhos intensos, principalmente durante a colheita e a vinificação. Como você faz para conciliar o trabalho com os filhos pequenos?

Sim, não é nada fácil a gestão do tempo e tentar não falhar com nada, mas penso que com muito esforço familiar, pois o Jorge [Seródio, marido de Sandra] também é enólogo, partilhamos muito as funções e tentamos gerir muito bem o nosso tempo. Claro que no tempo da vindima ou durante viagens muitas vezes pedimos ajuda a familiares e amigos.

Teresa Severini

Enóloga da Lungarotti é mãe de Francesco, de 41 anos, de Gemma, de 35 anos e de Giuditta, de 28

O que mudou na sua maneira de elaborar os vinhos depois que se tornou mãe?

Eu diria que ser mãe é ter uma consciência maior da importância da educação para o consumo responsável. Então não é tanto na produção, que pode ser uma influência da maternidade, mas sim na promoção e divulgação do consumo consciente e de qualidade. Infelizmente, muitas vezes há um uso indevido da bebida, e eu adotei fortemente o conceito de moderação. É por isso que é necessário produzir vinhos de elevada qualidade em cada categoria, para que cada vinho tenha a sua dimensão e se adapte a diferentes necessidades e ocasiões e possibilidades de harmonização. Eu mesmo tenho procurado educar meus filhos sobre isso, tornando “normal” ter uma garrafa de vinho à mesa e diferenciando os tipos de acordo com a ocasião e/ou harmonização. Também escrevi um livro para crianças (em três idiomas, italiano, inglês, francês) para explicar o encanto da natureza e o valor do trabalho do homem, tanto na vinha como na adega: uma forma de despertar consciência e respeito.

A enologia exige um trabalho intenso, principalmente na vindima e na vinificação. Como conciliar o trabalho com as crianças?

Os meus hoje já não são crianças, mas tenho orgulho de ter criado os três na adega, e reconheço que foi um privilégio, de forma a ter tempo para eles até irem para a escola, mas também fazê-los crescer em um ambiente de conscientização do meu trabalho. Isso se deve ao fato de eu ter meus três filhos muito distantes. Uma vez que uma equipe de entrevistas não anunciadas da CNN americana visitou a vinícola, graças a um artigo no NY Times sobre mim como uma mulher de destaque na minha profissão, eles queriam me entrevistar: eles me encontraram com meu filho Francesco, que estava fazendo exercícios em uma mesa no meu escritório e eu estava grávida de 8 meses e claro que estava trabalhando. Uma síntese perfeita da minha maternidade.

Véronique Drouhin-Boss

Enóloga na Borgonha e no Oregon, é mais de Laurène, de 30 anos, de Arthur, de 28 e de Louise, de 26. E elabora um vinho de Oregon com o nome de cada um deles!

O que mudou na sua forma de fazer vinhos depois que você se tornou mãe? Tudo e nada?

Não diria que houve mudanças conscientes na vinificação, mas é claro que suas experiências de vida têm tudo a ver com quem você é, como toma decisões, como valoriza seu tempo, como trabalha com outras pessoas, etc.

A enologia exige um trabalho intenso, principalmente na vindima e na vinificação. Como conciliar o trabalho com as crianças?

Isso foi extremamente difícil e, honestamente, houve muito sacrifício por causa do tempo longe do meu marido e filhos. Sempre tive ótimas equipes comigo, mas você não recupera o tempo que esteve fora. As mulheres sabem disso.

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