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Bebida
Paladar testou

O melhor espumante para as Festas

Com preços variando entre R$ 93,90, e R$ 389,90, prova traz como destaques as borbulhas gaúchas elaboradas pelo método clássico

TESTE Espumante e Vinho Branco. Foto: LEO MARTINSFoto: LEO MARTINS
Foram testados 20 rótulos dos 22 selecionados; dois deles apresentaram defeitos e não puderam ser avaliados Foto: LEO MARTINS

Os espumantes são sinônimo de comemoração e presença obrigatória nas festas de final de ano. Mas a pergunta sobre qual produto escolher ganha importância frente à oferta crescente de bons espumantes, nos mais diversos estilos, no mercado brasileiro.

Neste ranking, o primeiro critério definido é ser um espumante brasileiro – afinal, o Brasil tem a primeira e única denominação de origem de espumantes no hemisfério sul, a DO Altos de Pinto Bandeira. E, para ser mais preciso ainda, definimos apenas espumantes elaborados no Rio Grande do Sul, onde as borbulhas começaram a brilhar. Mais: a alta do dólar frente ao real também coloca as nossas borbulhas em um bom patamar de qualidade e preço frente aos importados, o que justifica a escolha pelos rótulos brasileiros.

Espumante clássico

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O segundo critério foi escolher apenas espumantes elaborados pelo método clássico, também chamado de método tradicional, ou champenoise, que costuma resultar em vinhos mais complexos. E as comemorações de final de ano merecem uma bebida de maior qualidade. Há dois métodos principais para elaborar um vinho espumante, o clássico e o charmat. No primeiro, a segunda fermentação, aquela que forma as borbulhas, acontece dentro da garrafa, e o segundo, em tanques fechados. E, em geral, o clássico resulta em vinhos mais complexos (mas claro que toda regra tem as suas exceções).

Com os critérios definidos, o convite é se deliciar com as boas borbulhas nacionais, em seus diversos estilos. No painel, tem espumantes brancos e rosados, e nos estilos brut (até 15 gramas de açúcar residual por litro) e nature (sem adição do licor de expedição e, ao menos teoricamente, mais secos). Há também os espumantes sur lie, que vem se mostrando uma tendência de mercado – aqui, as leveduras não são retiradas da garrafa no final da fermentação e a bebida comercializada turva, o que não tem problema nenhum quanto a sua qualidade. Mais: seu fecho é uma tampinha que lembra a de cerveja.

Espumantes brancos e rosados foram testados às cegas pelo júri Foto: LEO MARTINS

Os espumantes foram selecionados no mercado brasileiro e degustadas por especialistas em vinhos. Participaram da prova do Paladar Jéssica Marinzeck, sommeliere; Gianni Tartari, eleito por duas vezes o melhor sommelier brasileiro; Thiago Mendes, dono da escola de vinhos EnoCultura; Felipe Campos, professor da The Wine School; e Rodrigo Lanari, sócio da consultoria Winext.

Como é realizado o teste

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Em todas as provas realizadas pelo Paladar, a reportagem faz um levantamento das marcas disponíveis no mercado. No caso dos espumantes, nos dias anteriores ao teste, as amostras foram solicitadas para as importados de vinho e as vinícolas brasileiras. O Paladar testou é uma iniciativa 100% editorial. Além disso, o júri não tem conhecimento de quais marcas fazem parte da seleção antes do resultado da apuração. As avaliações são um compilado dos comentários dos jurados após a prova.

(*) Os valores dos produtos mencionados são da primeira quinzena de dezembro de 2024.

(**) Ao todo, foram degustados 22 espumantes, mas dois estavam com defeito, e foram desclassificados. No termo técnico, estavam bouchonée, o que significa que um fungo atacou a rolha, o que traz notas de mofadas ao vinho. As demais 20 garrafas comprovam a qualidade do espumante brasileiro. Os três melhores vinhos seguem em destaque e os demais estão listados em ordem alfabética.

Os melhores espumantes para o Natal e Ano Novo

Victoria Geisse Brut Vintage levou o selo Paladar de primeiro lugar Foto: Leo Martins

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  1. Victoria Geisse Brut Vintage, Pinto Bandeira, R$ 389,90, na Grand Cru
  2. Miolo Milléssime Brut Rosé 2020, Vale dos Vinhedos, R$ 165,90, na Vinícola Miolo
  3. Aurora Pinto Bandeira, Pinto Bandeira, R$ 100, na Vinícola Aurora
Os jurados Jéssica Marinzeck, sommeliere; Gianni Tartari, eleito por duas vezes o melhor sommelier brasileiro; Thiago Mendes, dono da escola de vinhos EnoCultura; Felipe Campos, professor da The Wine School; e Rodrigo Lanari, sócio da consultoria Winext. No centro do grupo, a colunista de Paladar, Susana Barelli Foto: LEO MARTINS

Abaixo você confere a lista dos vinhos degustados com as considerações do júri e em ordem alfabética:

Adolfo Lona Sur Lie Nature

(Serra Gaúcha, R$ 142,41, na Adolfo Lona)

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Sur lie significa que o vinho é engarrafado sem a retirada das leveduras, que fizeram a fermentação na garrafa. Por isso é um espumante turvo, e que vem ganhando novas nuances até a abertura da garrafa. De cor amarelo-palha, é um blend das uvas chardonnay, pinot noir e merlot, e destaca-se pelas notas de frutas cítricas e de maça verde. No paladar, traz cremosidade e tem bom frescor. Tem 12,7% de álcool.

Amitié Nature

(Serra gaúcha, R$ 189, na Amitié)

De cor amarelo dourado e com pequenas borbulhas, este espumante é elaborado apenas com a chardonnay e fica 18 meses em contato com as leveduras. Destaca-se pelas boas notas de fermentação, lembrando pão, nos aromas, e pelo frescor no paladar, apesar de deixar um leve amargor final no paladar. Tem 12,5% de álcool.

Audace Campagno Brut 2021

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(Vale dos Vinhedos, R$ 99,90, na Audace)

Elaborado apenas com a uva chardonnay, tem cor amarela clara, com borbulhas maiores. Destaca-se pelas notas cítricas, como capim limão, e de frutos secos. No paladar, é fresco, leve, com cremosidade, e um toque tostado. Tem 12% de álcool.

Aurora Pinto Bandeira

(Pinto Bandeira, R$ 100, na Vinícola Aurora)

Espumante elaborado na DO Pinto Bandeira, com as Chardonnay (60%), pinot noir (30%) e riesling itálico (10%) e que fica 12 meses em contato com as leveduras. Destaca-se pela cor levemente dourada e pelas borbulhas pequenas. Seus aromas remetem a frutas cristalizadas, com um toque de baunilha, e traz boa cremosidade no paladar, com persistência. Tem 12,5% de álcool.

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Cave Geisse Rosé Brut 2022

(Pinto Bandeira, R$ 159,20, na Familia Geisse)

Com o selo de denominação de origem de Altos de Pinto Bandeira, é elaborado apenas com a pinot noir, que fica 24 meses em contato com a levedura. De cor rosé clara e perlage pequeno, bem integrado ao líquido, notas de frutas vermelhas frescas, como morango, um toque de leveduras. Final com bom frescor. Tem 12% de álcool.

Casa Perini Rosé de Noir 2022

(Farroupilha, R$ 93,90, na Casa Perini)

Elaborado apenas com a pinot noir e com uvas da safra de 2022, traz uma coloração rosé claro, borbulhas maiores. Seus aromas remetem a frutas vermelhas frescas, mas tem o paladar mais neutro e com pouca persistência. Tem 12,5% de álcool.

130 Valduga Blanc de Noir

(Vale dos Vinhedos, R$ 199, na Casa Valduga)

Elaborado apenas com a pinot noir, passa 36 meses em contato com as leveduras e apresenta borbulhas bem finas. Traz aromas mais complexos, lembrando nectarinas e pêssegos, um toque de fermentação e outro cítrico, de limão siciliano. Mais persistente no paladar, muito equilibrado. Tem 12,5% de álcool.

Cristofoli Rose de Noir Brut

(Serra gaúcha, R$ 147, na Cristofoli)

De cor rosé bem claro, com notas de frutas vermelhas e um toque de amêndoas. No paladar, é mais leve, ligeiro e fresco. Tem 12% de álcool.

Don Giovanni Brut

(Pinto Bandeira, RS, R$ 135, na Don Giovanni)

Este espumante fica 24 meses em contato com as leveduras. Carambola e maça verde são as notas aromáticas de destaque, com um final de boca bem fresco, quase azedinho, gostoso. Tem 12,7% de álcool.

Estrelas do Brasil Nature Rosé Pinot Noir

(Serra gaúcha, R$ 160, na Estrelas do Brasil)

A pinot noir é a base deste espumante nature, que não recebe o licor de expedição. Tem cor rosada clara, com notas ligeiras de frutas vermelhas. No paladar é fresco, mas com pouca persistência. Tem 12,5% de álcool

Lírica Brut

(Serra gaúcha, R$ 119,90, na Decanter)

Com 80% de chardonnay e 20% de pinot noir, passa 12 meses em contato com as leveduras. Tem cor clara, borbulhas pequenas e notas que remetem à lima e maça verde. Destaca-se pelo frescor no paladar. Tem 12,5% de álcool

Luiz Argenta Rosé Nature

(Flores da Cunha, R$ 290, na Luiz Argenta)

Elaborado apenas com a uva pinot noir, este nature (sem adição de licor de expedição) passa 48 meses em contato com as leveduras. Com coloração rosa claro, tem muito perlage, aromas de frutas vermelhas e um toque tostado e de panificação. É fresco e frutado no paladar. Tem 12,5% de álcool

Manus Vermentino Extra Brut 2023

(Serra do Sudeste, R$ 159,20, na Manus Vinhas e Vinhos)

Apenas a uva branca vermentino, pouco conhecida dos brasileiros, dá origem a este espumante de cor amarela clara e perlage fina e bem integrada. Seus aromas mesclam notas de erva mate, com toques cítricos e de panificação (croissant). No paladar, tem intensidade e bom frescor. Tem 12,3% de álcool.

Massimo Pedrucci Sur Lie

(Serra Gaúcha, R$ 164,90, na Grand Cru)

Projeto novo da vinícola gaúcha Pedrucci, comercializada apenas na Víssimo. Elaborado com chardonnay e riesling itálico, fica nove meses em contato com as leveduras. Traz notas de frutas cítricas, de maça verde e também de caju. No paladar, é cremoso, fresco. Tem 12% de álcool.

Miolo Milléssime Brut Rosé 2020

(Vale dos Vinhedos, R$ 165,90, na Vinícola Miolo)

A Vinícola Miolo elabora este espumante apenas com a pinot noir cultivada no Vale dos Vinhedos e o vinho fica 18 meses em contato com as leveduras. De cor salmão bem claro e perlage pequena e bem integrada, tem aromas delicados de frutas vermelhas e notas de panificação. É bem fresco no paladar, com cremosidade e boa persistência. Tem 12,5% de álcool.

Otto Blanc de Blanc

(Faria Lemos e Nova Prata, R$ 237, na Otto Vinhos)

Chardonnay, viognier, trebbiano e riesling dão origem a este espumante de cor amarelho bem claro e borbulhas pequenas e que fica 24 meses em contato com as leveduras. Corpo mais leve, com notas de maça verde no paladar. Tem 11% de álcool.

Sabina Extra Brut Rosé

(Serra Gaúcha, R$ 159, na World Wine)

Esta vinícola da Serra da Canastra (MG), elabora este espumante com chardonnay e pinot noir da serra gaúcha. Parte do vinho base de pinot noir tem passagem por madeira. O resultado é um espumante com borbulhas pequenas, com notas de frutas vermelhas e um toque de tostado, e um final muito fresco. Tem 11,5% de álcool.

Salton Evidence Cuvee Brut Rosé

(Serra gaúcha, Brasil, R$ 125, na Salton)

Chardonnay e pinot noir dão origem a este rosé de tonalidade mais clara e borbulhas um pouco maiores. Seus aromas lembram frutas vermelhas, como morangos e groselhas, e o paladar poderia ter maior persistência. Tem 12% de álcool.

Viapiana 584 dias

(Flores da Cunha, R$ 198, na Viapiana)

Elaborado apenas com a pinot noir e sem a adição de licor de expedição (é um nature), este espumante de cor amarelo claro, tem borbulhas bem presentes e grandes. No nariz, traz notas cítricas, no paladar é mais neutro e cremoso. Tem 12% de álcool.

Victoria Geisse Brut Vintage

(Pinto Bandeira, R$ 389,90, na Grand Cru)

De cor amarelo bem claro e perlage intenso, o vencedor da degustação às cegas passa 36 meses em contato com as leveduras. Seus aromas remetem a notas cítricas, como lima, capim limão, com um toque de frutas secas, como amêndoas. Com boa cremosidade no paladar, destaca-se pelo frescor e pela longa persistência. Tem 12,5% de álcool.

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