Ela já foi tachada como “bebida de velho” por conta do seu amargor. E, hoje, que ironia, é esse mesmo amargor (que vem do quinino) que faz da água tônica o coadjuvante perfeito para drinques.
Entre as combinações que dão match, tem o gim tônica, claro, grande responsável por sua redenção e recente popularização, mas não só - o refrigerante (sim, água tônica é um refrigerante, com todos os seus senãos) vai bem até com café expresso.
Com essa função de ser base para coquetéis, convenhamos, não dá para negligenciar a escolha da água tônica. Afinal, de que adianta investir no melhor gim do mercado e estragar tudo com uma companhia fajuta?
Pensando nisso - e com tantas opções disponíveis no mercado -, o Paladar organizou uma degustação às cegas para te ajudar na hora da compra. Um júri de peso, formado só por especialistas, avaliou sete marcas, todas encontradas em supermercados, quanto ao aspecto visual, aroma, sabor e carbonatação.
Arnaldo Altman, ex-Filial e hoje sócio do Bar dos Cravos, Chula Barmaid, que assina a carta do Cineclube Cortina, Felipe Jannuzzi, produtor do gim Virga, Julio Adachi, sócio do Citrino Bar, e Karina Barretto, curadora de cafés especiais e sócia do Futuro Refeitório, nos ajudaram na busca da água tônica perfeita, que é aquela que tem bolhas de gás persistentes, aroma e sabor agradáveis, com equilíbrio entre dulçor e amargor.
Por uma questão de comparação, apenas águas tônicas tradicionais e enlatadas entraram no teste - versões zero açúcar ou saborizadas (que andam pipocando nas gôndolas, aliás) ficaram de fora.
Confira a seguir o resultado da prova e qual foi a marca que conquistou o cobiçado selo Paladar.
Quais as melhores marcas de água tônica?
- Schweppes
- Wewi
- St. Pierre
As sete marcas na avaliação dos jurados, em ordem alfabética
Apesar de ser uma das marcas mais conhecidas de água tônica - ou a primeira do Brasil, como se autoafirma -, a bebida não se saiu bem na degustação pela baixa carbonatação e, principalmente, pelo baixo amargor, que não persiste na boca (R$ 3,29; 350 ml)
Saborosa, com dulçor leve, amargor equilibrado e retrogosto persistente e agradável, por pouco, essa água tônica não conquistou um lugar no pódio. A carbonatação, médio/baixa, poderia ser maior (R$ 4,35; 269 ml)
Pouco aromática e com baixa carbonatação, a amostra não foi tão bem na degustação, principalmente, pelo dulçor elevado - ainda que o amargor seja presente e persistente na boca. “Com uma rodela de limão, talvez desça melhor”, arriscou um jurado (R$ 3,59; 350 ml)
O amargor seco, desequilibrado e pouco agradável, que talvez venha da casca de laranja presente na composição da bebida, não passou pelo crivo dos jurados. A carbonatação, com bolhas que somem muito rápido, também não favoreceu a amostra, que ficou bem longe do pódio (R$ 8,49; 269 ml)
“Ótimo aroma, ótima carbonatação e amargor equilibrado que perdura na boca”, resumiu um jurado. O restante do júri também não economizou elogios para definir a grande campeã da degustação, que leva para casa o selo Paladar: “versátil”, “agradável”, “boa para gim tônica clássico” (R$ 3,65; 350 ml)
A tônica perfeita para o seu gim, cravaram os jurados com unanimidade. Com boa carbonatação, e equilíbrio entre amargor e doçura, a bebida apresentou aroma suave e sabor neutro, “perfeito para aceitar outros sabores no drinque”. Só poderia ter um tantinho a mais de corpo (R$ 3,69; 270 ml)
“Orgânica e inesquecível”, diz o slogan da marca, que, bem, parece ser verdade. Leve, pouco amarga e com um retrogosto elegante, essa água tônica conquistou mesmo os jurados pelo “sabor levemente cítrico, que sugere um quinino de boa qualidade”. Só poderia ser um pouco mais carbonatada (R$ 7,99; 269 ml)