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Bebida
Paladar testou

Qual é a melhor cerveja pilsen do Brasil?

Paladar testou às cegas 17 marcas de cervejas brasileiras encontradas em grandes supermercados e empórios. Veja o resultado

SÃO PAULO 24/02/2024 PALADAR TESTE DE CERVEJA -  TESTE DE CERVEJA    FOTO ALEX SILVA/ESTADAO. Foto: ALEX SILVAFoto: ALEX SILVA

Há nem tanto tempo assim, era chamado de champanhe qualquer vinho espumante – e não só as nobres borbulhas que saem da região francesa de mesmo nome. As coisas mudaram e talvez sirvam de exemplo para a pilsen. Afinal, se a gente fosse rigoroso, rigorosíssimo, cerveja Plzeň teria de ser feita na cidade homônima na Boêmia, na República Tcheca.

Enquanto isso não acontece, passamos por grandes mercados a inspecionar as prateleiras. Sem grandes garimpagens, nota-se que é um dos estilos mais recorrentes. Botamos no carrinho apenas as marcas nacionais e que deixassem à vista o pilsen no rótulo.

O que é Pilsen?

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Pilsen, pilsner, pilsener ou pils? Tanto faz! Originalmente, pilsner significa “de Pilsen”. Remete à bebida que começou a ser produzida nessa cidadezinha e que revolucionou o que era feito por ali desde a Idade Média.

Degustação às cegas de 17 pilsens brasileiras, feita na Vila Madalena FOTO ALEX SILVA/ESTADAO Foto: ALEX SILVA

Trata-se de uma cerveja clara, dourada, com muitas borbulhas e espuma, além de sensível amargor. Hoje das mais populares do mundo e a mais consumida pelos brasileiros. Por quê? Porque ela é – ou deveria ser – leve e facinha. No jargão do mercado, tem que ter alta drinkability.

Além de bebível, uma pilsen deveria também ser feita com bom malte e bom lúpulo, cuja flor deveria perfumar e acrescentar uma dose bem-vinda de amargor. Até porque, sentir mel, maçã ou outros dulçores numa cerveja dessas é sinal de defeito. Assim como a falta de limpidez e de bolhas.

Pilsen x Lager?

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Assim como todo bourbon é uísque mas nem todo uísque é bourbon, toda pilsen é lager, mas nem toda lager é pilsen. Estilo mais usado para a produção de cerveja mundo afora, a lager é altamente carbonatada e tem um toque de sabor de lúpulo. O teor alcoólico pode variar de uns 4% a até 13%, o amargor não chega a ser intenso e, por não ser das mais encorpadas, costuma ser associada à refrescância.

Como foi feito o teste?

Paladar Testou é uma iniciativa 100% editorial. Em todas as provas realizadas por Paladar, a reportagem faz um levantamento das marcas disponíveis no mercado. Nos dias anteriores ao teste, as amostras são compradas* em grandes redes de supermercado e empórios da capital paulista, de modo que as marcas não sabem que seus produtos serão submetidos a uma degustação às cegas. O júri tampouco sabe o que irá enfrentar.

Em sentido horário, os jurados: Luciano Saqueto, Aline Araújo, Rodrigo Jardini e Rodrigo Louro (sentado). FOTO ALEX SILVA/ESTADAO Foto: ALEX SILVA

No caso das cervejas pilsen, Paladar convocou quatro experts: Aline Araújo (sommelière de cerveja, cervejeira da Maltemoiselles e sócia e dos bares Hideout, em São Paulo e em Santos), Luciano Saqueto (gerente do Beer Island Tap House), Rodrigo Jardini (cervejeiro de inovação na Cervejaria Tarantino) e Rodrigo Louro (especialista em microbiologia cervejeira, professor na Sinnatrah Cervejaria-Escola e mestre cervejeiro no Tank Brewpub).

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No The Door Hideout, na Vila Madalena, em um final de tarde calorento, a missão dos especialistas foi provar em taças de degustação 17 exemplares, todos eles feitos no Brasil e com a notificação pilsen – e somente pilsen! – no rótulo. Veja o resultado do teste às cegas.

* os valores dos produtos mencionados a seguir são de compras feitas entre os dias 21 e 24 de fevereiro de 2025, data do teste

As três melhores cervejas pilsen do Brasil

Krug, considerada a melhor pilsen do Brasil por júri de Paladar Foto: Alex Silva

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Krug

O brilho, as borbulhas pequenas e a ótima consistência da espuma agradaram. Além disso, foi o primeiro exemplar que revelou nitidamente lúpulo e, portanto, agradável (e desejada) nota de amargor

A Antarctica levou a medalha de prata em relação às 17 cervejas pilsen do Brasil Foto: Alex Silva

Antarctica

Elogiada pelo visual, ela se mostrou fresca e equilibrada no paladar, sem defeitos aparentes

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A Dama foi considerada a cerveja pilsen medalha de bronze pelos jurados de Paladar Testou Foto: Alex Silva

Dama

O equilíbrio geral foi seu maior destaque. Seria ainda mais agradável se tivesse notas maltadas mais presentes, ainda assim conquistou o terceiro lugar sem sombra de dúvidas

As 17 marcas avaliadas pelo júri em ordem alfabética

1824 Imigração

Turbidez aos olhos, peso e sabor de fruta na boca e notas oxidativas no nariz traem os princípios de uma pilsen tradicional (R$ 19,98, 500 ml, Mambo)

Alcapone

Turva, com má formação de espuma, bastante corpo e aroma de lúpulo, os jurados chegaram a considerar pegadinha com uma IPA (R$ 13,49, 355 ml, Mambo)

Antarctica

Perfeita na cara, fresquinha na boca, “neutra sem pisar na bola”, a pilsen com bom equilíbrio ganhou a medalha de prata (R$ 2,99, 269 ml, St. Marché)

Baden Baden

Com bela aparência, ela promete, mas não entrega: é mais encorpada do que deveria, apresenta enxofre no nariz e doçura na boca (R$ 14,99, 600 ml, St. Marché)

Bavaria

Visual impecável com pequenos defeitos no aroma, como “cheiro de removedor de esmalte” (R$ 3,20, 350 ml, Casa Santa Luzia)

Campinas

Aparência e aroma fazem bonito, mas na boca ela é um pouco pesada pelo excesso de gás (R$ 13,90, 600 ml, Casa Santa Luzia)

Cerpa Tijuca

Com mais corpo do que se espera de uma pilsen, ela incorre em um erro grave: é amanteigada e “rançozinha” no nariz e na boca (R$ 8,90, 350 ml, Mambo)

Dama

O equilíbrio geral foi seu maior destaque. Seria ainda mais agradável se tivesse notas maltadas mais presentes (R$ 16,98, 600 ml, Mambo)

Dama 250

Bolhas muito grandes e sabor frutado foram pontos negativos realçados unanimemente pelo júri (R$ 17,29, 500 ml, St. Marché)

Einsenbah

Ela poderia ser mais brilhante e ter mais espuma, mas seu grande pecado é o excesso de dulçor e, portanto, de oxidação (R$ 3,59, 269 ml, St. Marché)

Krug

Aspecto brilhante, borbulhas pequenas e ótima espuma, à la chantili, agradaram. Além disso, foi a primeira a revelar nitidamente lúpulo. Quanto à origem e frescor da flor, o júri não entrou em consenso, mas exaltou o bom amargor deixado (R$ 16,98, 500 ml, Mambo)

Leopoldina

Considerada desequilibrada, o júri apontou falta de limpidez, de amargor e de lúpulo. Um sabor adocicado, oxidativo, não passou desapercebido (R$ 20,20, 500 ml, Casa Santa Luzia)

Leuven Celebration

Falta de polimento na filtração deixou a cerveja ligeiramente turva. “Cansativa nota de mel” denota oxidação (R$ 13,39, 500 ml, St. Marché)

Madalena

Bonitinha, mas... Apesar da boa aparência, seus aromas e sabores rançosos e sulfurizados prejudicam o conjunto da obra (R$ 14,49, 473 ml, Mambo)

Original

Visual e polimento corretos, apesar de borbulhas grandes. Uma leve picância alcoólica diminui sua drinkability (R$ 3,59, 350 ml, Assaí)

Schornstein

Leve turbidez, ausência de sabor de lúpulo, aroma de enxofre e notas rançosas foram identificadas (R$ 17,59, 500 ml, St. Marché)

Skol

Brilhante, límpida e sem defeitos. Uma white lager correta, porém, falta aroma, amargor e sabor de lúpulo (R$ 2,95, 350 ml, Assaí)

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