A praticidade cobra um preço alto quando o assunto é suco de laranja. Optar por uma versão comprada pronta no mercado, em vez de fazer um suco fresquinho na hora, pode amargar a sua experiência, literalmente. Mais do que outras frutas, a laranja sente o passar do tempo e, aparentemente, até a indústria pena para evitar a oxidação e fermentação do produto. Por isso, é tão difícil encontrar um suco de laranja industrializado que não seja amargo e nem tenha aquele cheirinho indesejado de fruta passada.
Em socorro aos consumidores que não têm tempo nem disposição para espremer meia dúzia de laranjas toda vez que bate a vontade de tomar um suco, o Paladar organizou um teste com opções de suco 100% laranja encontradas no mercado. Com esse recorte, ficaram de fora da avaliação os refrescos (que têm, em volume, ao menos 30% de suco natural) e os néctares (com 50% de suco natural), além de versões adicionadas de açúcar, conservantes e outros ingredientes artificiais.
Alternativas adoçadas com suco de maçã também ficaram de fora. Na seleção, portanto, entraram apenas opções integrais (sem adição de água ou qualquer outra coisa), concentradas (quando o suco é parcialmente desidratado) e reconstituídas (quando adiciona-se água à versão concentrada), com, no máximo, acidulante ácido cítrico, vitamina C e aroma natural somados à enxuta lista de ingredientes.
À convite do Paladar, o júri, formado por Mario Panezo, chef do restaurante Feriae, Nicholas Fullen, sócio do Locale Caffè, Rachel Louise, bartender do Tuju, Ricardo Takahashi, bartender do Beefbar, e Ygor Lopes, chef do AE Café, avaliou às cegas 11 amostras. Aspecto visual, aroma e sabor estavam em jogo na degustação.
Confira, a seguir, quais marcas se saíram melhor na degustação, além de detalhes sobre o que os jurados acharam sobre cada uma das amostras.
Quais as melhores marcas de suco de laranja do mercado?
- Fazenda Bela Vista
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As 11 marcas avaliadas em ordem alfabética
O amargor acentuado foi o grande responsável por tirar a amostra do páreo. No mais, o suco “fugiu dos erros”, como pontuou um jurado. Apresentou cor alaranjada, parecida com a de um suco natural, textura homogênea e aroma agradável (R$ 11,99; 900 ml).
Não fosse o aroma artificial e o leve amargor que deu as caras no final da degustação, a amostra poderia ter conquistado um lugar mais alto no ranking. Além da boa aparência, homogênea e brilhante, o suco apresentou acidez e dulçor na medida (R$ 11,75, 1l).
Apesar do bom aspecto visual, na boca, o suco da marca não passou pelo paladar crítico dos jurados. Eles reclamaram do corpo denso da bebida, do aroma de fruta levemente passada, além da acidez e amargor intensos, que arruinaram a experiência (R$ 11,98, 1l).
“De tudo o que provamos, esse é o que mais lembra um suco natural de laranja espremido em casa”, definiu um jurado. Não à toa, a amostra conquistou o primeiro lugar no pódio da degustação e, com isso, arrematou o cobiçado selo Paladar. Culpa de sua boa aparência, do aroma agradável, da acidez e do dulçor na medida certa e do amargor quase inexistente, que não chega a atrapalhar o sabor (R$ 12,49; 900 ml).
Por não ser pasteurizado e não ter conservantes, o suco de laranja da marca é distribuído congelado e há toda uma cartilha de descongelamento para preservar suas características. Na prova, o excesso de sedimentos, que não sumiram após agitação da garrafa, causou má impressão nos jurados. “Parece um líquido talhado.” A amostra em questão, vale dizer, foi adquirida no mercado já descongelada, mas dentro do prazo estipulado de cinco dias para o consumo (R$ 21,69; 1l).
Denso, ácido, amargo, artificial. Não houve quesito que salvasse o desempenho dessa amostra na degustação. “Nem parece laranja”, reclamou um jurado (R$ 12,99; 900 ml).
O equilíbrio entre acidez, dulçor e amargor garantiu à amostra, que também tem boa aparência e textura em boca, o segundo lugar no pódio da degustação. “Lembra suco de laranja feito em casa”, afirmou um jurado. “Compraria tranquilidade para consumo próprio”, confessou outro (R$ 13,99; 1l).
A textura com gominhos conquistou o coração dos jurados, é verdade, mas a amostra também se saiu bem em outros aspectos e, por isso, conquistou o último lugar do pódio. Além da cor, que condiz com a de um suco natural, a bebida tem sabor agradável com acidez e dulçor na medida. Perdeu alguns pontinhos pelo leve aroma de fruta um pouco passada (R$ 12,98; 900 ml).
Por pouco o suco da marca não conquistou um lugar no pódio e a culpa foi, especialmente, da acidez elevada, que dominou o sabor, e do aroma levemente lácteo detectado por parte dos jurados (R$ 9,19; 1l).
“Agite antes de beber”, orienta o rótulo. E, assim, deu-se o desarranjo. Tão logo a tampa foi aberta, o suco, aparentemente fermentado, fez aquele “tssss” característico de bebidas gaseificadas e transbordou. Suspeita-se que a amostra (que estava dentro do prazo de validade e foi mantida em geladeira após a compra) tenha sofrido com problemas de armazenamento no mercado, prejudicando a avaliação (R$ 13,99; 900 ml).
O sabor suave, com acidez controlada e dulçor na medida certa, quase foi suficiente para colocar o suco integral da marca no pódio. O problema é que o retrogosto um pouco amargo e o leve aroma de fruta passada não passaram despercebidos pelos jurados (R$ 10,98, 900 ml).