A oferta de vinhos tintos, brancos e espumantes produzidos sem agrotóxicos vem aumentando, assim como a de cervejas e destilados nacionais – de cachaça a gim. Confira uma seleção de rótulos brasileiros.
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Vinhos orgânicos
A regra básica para que um vinho seja classificado como orgânico é ser produzido com uvas orgânicas. De resto, as normas variam conforme o país. Alguns aceitam conservante dióxido de enxofre, caso dos europeus; outros vetam sulfitos, como os Estados Unidos.
Mas mesmo vinhos classificados como orgânicos em seus países de origem dificilmente são vendidos aqui como tal. É que para receber o selo orgânico brasileiro, a vinícola estrangeira tem que passar pelo processo de certificação nacional. Quer dizer, poucos enfrentam a burocracia. Então, quem fizer questão de beber orgânico tem que pedir informações ao sommelier, no caso dos restaurantes, ou checar informações no site da importadora ou da loja.
E, para evitar confusão entre as classificações orgânico, vinho natural e vinho biodinâmico, a dica é a seguinte: no Brasil, vinhos naturais não são necessariamente orgânicos – eles podem ser elaborados a partir de uvas convencionais. No caso dos biodinâmicos, a história é outra: eles são obrigatoriamente produzidos com uvas cultivadas de acordo com os preceitos da agricultura biodinâmica (que é classificada como uma versão mais radical da agricultura orgânica), baseada nas teorias do filósofo austríaco Rudolf Steiner (1891-1925).
Domaine Galévan Paroles de Femme 2015
Origem: Côtes-du-Rhône, França; Preço: R$ 149 na Belle Cave
Um corte de 60% Grenache, 20% Mourvèdre, 10% Cinsault, 10% Carignan, esse Rhône se destaca pela acidez vivaz, que o torna fácil de beber, apesar de seu corpo e do nível de álcool (14%). Produzido pela intrépida Coralie Goumarre, esse orgânico traz aromas complexos que vão da fruta (vermelha bem madura) ao couro. Vai bem com churrasco, caça ou curados e embutidos.
Leuconoe Basilicata Bianco IGT 2017
Origem: Basilicata, Itália; Preço: R$ 89 na Wines4U
Um blanc de noirs de Aglianico del Vuture da Basilicata. Quer mais exótico que isso? Não deve ter por aí, embora o exotismo pare no conceito. Na prática, os aromas são deliciosos e cítricos e, na boca, há muita vivacidade. É um vinho orgânico sem certificação (muitos dos produtores não se dão ao trabalho...) que vai muito bem com crustáceos.
Astral Biodinâmico Brut
Origem: Serra Gaúcha, Brasil; Preço: R$ 89 na Vinhos e Vinho
Um espumante brasileiro com certificação orgânica e feito de acordo com os preceitos do biodinamismo, produzido pela Cooperativa Garibaldi, com 70% de Chardonnay e 30% de Pinot Noir da Serra Gaúcha, que ficam em contato com as lias por 12 meses. É leve e cítrico e muito festivo, perfeito para o brunch – com apenas 12% de gradação alcoólica.
MTB - Mike Tango Bravo 2012
Origem: Mendoza, Argentina; Preço: 167 na Winerie
Eis um orgânico para impressionar. Trata-se de um corte de 55% de Malbec, 35% de Petit Verdot e 10% de Cabernet Sauvignon em que 20% vão para barricas com dois anos de uso. O resultado é um vinho superequilibrado, potente, que vai bem com um cordeiro assado. Além de tudo é natural, criado por um norte-americano loucão que achou em Mendoza os vinhedos perfeitos para o projeto de sua vida.
Cachaças orgânicas
Já há abundante oferta de cachaças com certificação orgânica no mercado. Algumas marcas tradicionais levam o selo, como a Anísio Santiago e a Havana, produzidas em Salinas (MG). A premiada Weber Haus (RS) tem nas versões prata e envelhecida em carvalho. Já a Serra das Almas (BA) foi a primeira a receber o certificado no Brasil. Até a Ypióca (CE) lançou a versão orgânica. Outra que merece destaque é a Sanhaçu (PE), primeiro alambique operado através de energia solar.
Gins orgânicos
Depois da explosão do gim nacional, há dois anos, já é possível encontrar duas opções orgânicas do destilado produzido a partir da infusão de zimbro e botânicos que virou febre. O Vitória Régia (R$ 78,99, no mundoverde.com.br) é o primeiro gim orgânico certificado do Brasil, produzido a partir de cana-de-açúcar orgânica e é composto por cinco botânicos: zimbro, coentro, cardamomo, limão e pimenta-da-jamaica.
Já a destilaria Weber Haus vende seu gim orgânico em duas versões, o London Dry WH 48 Lote Especial (R$ 169,90 no baccos.com.br), que passa por Amburana, e o London Dry WH 48 (R$ 146, no extra.com.br) tradicional, ambos com infusão de erva-mate e gengibre.
Cervejas orgânicas
Entre as cervejas, a SteinHaus (R$ 18,50, 500 ml, no raiznativa.com.br) é umas das pioneiras por aqui. Sediada no Rio Grande do Sul, utiliza como matéria-prima apenas grãos de produção orgânica, cultivados por agricultores familiares da Serra Gaúcha. Tem em vários estilos, como blond ale, pilsen e IPA. O grupo Schincariol chegou a lançar em 2004 a Eisenbahn Natural, uma pilsen orgânica, mas saiu do mercado.
Vodca orgânica
A Tiiv (R$ 69, na Casa Santa Luzia) é a primeira vodca orgânica do Brasil e, por enquanto, a única. Ela é produzida em pequenos lotes na cidade de Taquaritinga, interior do estado de São Paulo, a partir de álcool neutro da cana-de-açúcar orgânica.