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Bebida

Vinhos, cervejas e destilados também podem ser orgânicos

Vinho, cerveja, cachaça, gim, vodca e outras bebidas produzidas com matérias-primas livres de agrotóxicos estão em alta; confira dicas de rótulos nacionais

Domaine Galévan Paroles de Femme 2015. Foto: Belle CaveFoto: Belle Cave

A oferta de vinhos tintos, brancos e espumantes produzidos sem agrotóxicos vem aumentando, assim como a de cervejas e destilados nacionais – de cachaça a gim. Confira uma seleção de rótulos brasileiros. 

+ O que são produtos orgânicos? Um guia com tudo o que você precisa saber sobre eles

Vinhos orgânicos

A regra básica para que um vinho seja classificado como orgânico é ser produzido com uvas orgânicas. De resto, as normas variam conforme o país. Alguns aceitam conservante dióxido de enxofre, caso dos europeus; outros vetam sulfitos, como os Estados Unidos.

Mas mesmo vinhos classificados como orgânicos em seus países de origem dificilmente são vendidos aqui como tal. É que para receber o selo orgânico brasileiro, a vinícola estrangeira tem que passar pelo processo de certificação nacional. Quer dizer, poucos enfrentam a burocracia. Então, quem fizer questão de beber orgânico tem que pedir informações ao sommelier, no caso dos restaurantes, ou checar informações no site da importadora ou da loja. 

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E, para evitar confusão entre as classificações orgânico, vinho natural e vinho biodinâmico, a dica é a seguinte: no Brasil, vinhos naturais não são necessariamente orgânicos – eles podem ser elaborados a partir de uvas convencionais. No caso dos biodinâmicos, a história é outra: eles são obrigatoriamente produzidos com uvas cultivadas de acordo com os preceitos da agricultura biodinâmica (que é classificada como uma versão mais radical da agricultura orgânica), baseada nas teorias do filósofo austríaco Rudolf Steiner (1891-1925).

Domaine Galévan Paroles de Femme 2015

Origem: Côtes-du-Rhône, França; Preço: R$ 149 na Belle Cave

Um corte de 60% Grenache, 20% Mourvèdre, 10% Cinsault, 10% Carignan, esse Rhône se destaca pela acidez vivaz, que o torna fácil de beber, apesar de seu corpo e do nível de álcool (14%). Produzido pela intrépida Coralie Goumarre, esse orgânico traz aromas complexos que vão da fruta (vermelha bem madura) ao couro. Vai bem com churrasco, caça ou curados e embutidos. 

Domaine Galévan Paroles de Femme 2015 Foto: Belle Cave

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Leuconoe Basilicata Bianco IGT 2017

Origem: Basilicata, Itália; Preço: R$ 89 na Wines4U 

Um blanc de noirs de Aglianico del Vuture da Basilicata. Quer mais exótico que isso? Não deve ter por aí, embora o exotismo pare no conceito. Na prática, os aromas são deliciosos e cítricos e, na boca, há muita vivacidade. É um vinho orgânico sem certificação (muitos dos produtores não se dão ao trabalho...) que vai muito bem com crustáceos. 

Leuconoe Basilicata Bianco IGT 2017 Foto: Wines4U

Astral Biodinâmico Brut 

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Origem: Serra Gaúcha, Brasil; Preço: R$ 89 na Vinhos e Vinho

Um espumante brasileiro com certificação orgânica e feito de acordo com os preceitos do biodinamismo, produzido pela Cooperativa Garibaldi, com 70% de Chardonnay e 30% de Pinot Noir da Serra Gaúcha, que ficam em contato com as lias por 12 meses. É leve e cítrico e muito festivo, perfeito para o brunch – com apenas 12% de gradação alcoólica. 

Astral Biodinâmico Brut Foto: Vinhos e Vinho

MTB - Mike Tango Bravo 2012

Origem: Mendoza, Argentina; Preço: 167 na Winerie

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Eis um orgânico para impressionar. Trata-se de um corte de 55% de Malbec, 35% de Petit Verdot e 10% de Cabernet Sauvignon em que 20% vão para barricas com dois anos de uso. O resultado é um vinho superequilibrado, potente, que vai bem com um cordeiro assado. Além de tudo é natural, criado por um norte-americano loucão que achou em Mendoza os vinhedos perfeitos para o projeto de sua vida.

MTB - Mike Tango Bravo 2012 Foto: Winerie

Cachaças orgânicas

Já há abundante oferta de cachaças com certificação orgânica no mercado. Algumas marcas tradicionais levam o selo, como a Anísio Santiago e a Havana, produzidas em Salinas (MG). A premiada Weber Haus (RS) tem nas versões prata e envelhecida em carvalho. Já a Serra das Almas (BA) foi a primeira a receber o certificado no Brasil. Até a Ypióca (CE) lançou a versão orgânica. Outra que merece destaque é a Sanhaçu (PE), primeiro alambique operado através de energia solar. 

Cachaça Anisio Santiago Foto: Anísio Santiago

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Gins orgânicos 

Depois da explosão do gim nacional, há dois anos, já é possível encontrar duas opções orgânicas do destilado produzido a partir da infusão de zimbro e botânicos que virou febre. O Vitória Régia (R$ 78,99, no mundoverde.com.br) é o primeiro gim orgânico certificado do Brasil, produzido a partir de cana-de-açúcar orgânica e é composto por cinco botânicos: zimbro, coentro, cardamomo, limão e pimenta-da-jamaica.

Já a destilaria Weber Haus vende seu gim orgânico em duas versões, o London Dry WH 48 Lote Especial (R$ 169,90 no baccos.com.br), que passa por Amburana, e o London Dry WH 48 (R$ 146, no extra.com.br) tradicional, ambos com infusão de erva-mate e gengibre. 

Gim Vitória Régia Foto: Gabriela Biló/Estadão

Cervejas orgânicas

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Entre as cervejas, a SteinHaus (R$ 18,50, 500 ml, no raiznativa.com.br) é umas das pioneiras por aqui. Sediada no Rio Grande do Sul, utiliza como matéria-prima apenas grãos de produção orgânica, cultivados por agricultores familiares da Serra Gaúcha. Tem em vários estilos, como blond ale, pilsen e IPA. O grupo Schincariol chegou a lançar em 2004 a Eisenbahn Natural, uma pilsen orgânica, mas saiu do mercado. 

Cerveja SteinHaus Foto: Steinhaus

Vodca orgânica

A Tiiv (R$ 69, na Casa Santa Luzia) é a primeira vodca orgânica do Brasil e, por enquanto, a única. Ela é produzida em pequenos lotes na cidade de Taquaritinga, interior do estado de São Paulo, a partir de álcool neutro da cana-de-açúcar orgânica.

Vodca TiiV Foto: Felipe Rau/Estadão

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