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Receitas
Os melhores sanduíches do mundo. Foto: Codo Meletti|EstadãoFoto: Codo Meletti|Estadão
CADERNO DE RECEITAS

Os melhores sanduíches do mundo: história e receitas de 15 clássicos

Quem sabe fazer um bom sanduíche não passa aperto na cozinha. Aprenda todos os truques para acertar no preparo dos grandes sanduíches do mundo

Ele é o quebra-galho de qualquer cozinheiro – do profissional ao amador. Havendo pão e algum recheio, há sanduíche. Desde que John Montagu, o 4.º Conde de Sandwich, nos idos do século 18, ordenou duas fatias de pão com carne no meio para não ter que deixar a mesa de carteado, foram a praticidade e a conveniência que garantiram a popularidade ao sanduíche.

Na sua discreta simplicidade, salva madrugadas e lanches vespertinos, café da manhã, almoço ou jantar – e em tempos de confinamento, um grande aliado nas horas de, porque não, preguiça e despensa vazia.

Banh mi. O sanduíche vietnamita Foto: An Rong Xu/NYT

Selecionamos quinze clássicos de diversas partes do mundo. Do banh mi vietnamita ao shawarma levantino, passando pelo clássico francês croque monsieur e o hermano choripán, inspiração não vai faltar. Não poderíamos deixar de fora também o ícone paulistano, o bauru. Em comum, todas as receitas aqui reunidas têm o fato de serem amplamente testadas e aprovadas.

Agora, se a fome já apertou e faltam ingredientes em casa (compreendemos e não julgamos), levantamos uma relação de endereços – nos aplicativos – onde é possível encontrar esses clássicos do mundo para viajar pela mesa, sem sair de casa.

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Como fazer o sanduíche perfeito

Antes de mergulhar nessa história, confira as dicas para acertar o preparo de qualquer sanduíche. São truques infalíveis.

● Quanto mais fresco, melhor. Use os ingredientes mais frescos que puder. Faz toda a diferença. ● O pão certo. Não basta ser bom e fresco, o pão tem de ser adequado à receita. Recheio molhado, pede pão firme, para não encharcar. Recheio pesado, idem. ● Provoque o contraste. A variação de texturas estimula o paladar e dá graça. Pode ser a combinação de algo crocante, como um pão fresquinho ou um pedaço de carne empanada, com um molho cremoso ou uma folha fresca e firme. Ou um pão macio com carne desfiada...● Molhe, sem encharcar. É fundamental acrescentar untuosidade para conduzir a mordida e também envolver os demais ingredientes – pode ser usando molho, maionese ou queijo cremoso.● Um toque de acidez. Sabores cítricos e ácidos convidam à mordida seguinte. Adicione um picles, que atenua a gordura, ou um molho com vinagre ou limão.

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Croque monsieur

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Espécie de misto quente metido e delicioso, ele nasceu em um café no Boulevard des Capucines, em Paris, em 1910, como o almoço perfeito: quente, crocante, feito com queijo e presunto. Se o cozinheiro adicionasse molho béchamel, então, ficava também luxuoso. Ninguém reivindica a autoria da receita. Acontece que ela foi publicada pela primeira vez no The Belgian Cookbook, em 1915. Daí a hipótese de o croque monsieur ser uma criação belga. Confira a receita. Onde pedir: Na Mercearia do Francês, tem a versão clássica e com ovo frito, o croque madame (R$ 25, no iFood)

Croque monsieur Foto: Felipe Rau/Estadão

Queijo quente

No início, era só uma torrada coberta pelo queijo. E ela se popularizou nos Estados Unidos na década de 1920, depois da invenção de um fatiador que permitiu industrializar o pão de forma. Foi nos anos 1960 que a versão com duas fatias de pão ganhou força. A maneira de preparar o sanduíche – quer dizer, tostar o pão e derreter o queijo – foi mudando ao longo dos tempos. O sanduíche pode ser assado, grelhado, prensado na sanduicheira, tostado na frigideira – e até prensado com ferro elétrico quente, um método pouco eficaz e nada convencional, mas que tem adeptos. Confira a receita.

  Foto: Codo Meletti|Estadão

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Shawarma

Shawarma é a forma de preparo de vários tipos de carne no espeto giratório e fatiada para rechear sanduíches. Popular na culinária levantina, é servido com pão sírio, pepino e tomate picados. Em Jerusalém, que inspirou esta receita, Yotam Ottolenghi conta que é comum rechear o sanduíche também com batatas fritas. Confira a receita aqui. Onde pedir: Vovô Ali: tocado por três libaneses, ficou famoso pelo sanduíche que aparece com diferentes recheios (R$ 19, no iFood).

Shawarma Foto: Felipe Rau/Estadão

Bauru

Um dos sanduíches mais emblemáticos de São Paulo, o bauru do Ponto Chic – quer dizer, o bauru original – completou 81 anos em 2018. Todo mundo conhece a história desse clássico que nasceu, em 1937, da fome de um aluno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Casimiro Pinto Neto, apelidado de Bauru, que ficou famoso justamente por causa da receita.

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Ele chegou à lanchonete, pediu ao chapeiro para abrir ao meio um pão francês, tirar o miolo e colocar queijo derretido dentro. Antes de o chapeiro atender o pedido, ele acrescentou: “põe também umas fatias de rosbife dentro”. Alguém comentou que estava ficando interessante, mas faltava vitamina e, de repente, veio o “bota aí rodelas de tomate”. Um amigo de Bauru, que estava acompanhando a preparação, deu uma mordida no sanduíche e pediu: “Me vê um desse do Bauru”. E assim começou a história do sanduíche. Confira a receita. Onde pedir: No Ponto Chic, casa onde nasceu a receita (R$ 26,90, delivery e retirada em pontochic.com.br)

  Foto: Codo Meletti|Estadão

Beirute

Essa combinação de pão sírio recheado com fatias finas de rosbife, rodelas de tomate, queijo prato e orégano, assada até ficar bem torradinha, nasceu no restaurante Bambi, que foi referência de comida árabe em São Paulo durante décadas – aberto em 1950, funcionou até 2000. O criador da receita foi o dono da casa, o libanês Fares Sader (1918-1970). É um clássico paulistano, que fez história também no Frevinho, outra instituição paulistana. Confira a receita. Onde pedir: O Frevo oferece mais de 15 combinações de recheios (R$ 24 - R$ 30,  pelo iFood).

  Foto: Codo Meletti|Estadão

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Club sandwich

É o sanduíche de dois andares mais famoso do mundo. Originalmente, são três fatias de pão torradas, peito de frango desfiado (ou peito de peru), alface crespa, tomate e bacon torrado. A maionese é obrigatória. Dois clubes de Nova York disputam sua autoria. A primeira versão é de que o sanduíche teria sido inventado em 1836, num clube privado, chamado Union Club of New York City. A outra, é de que nasceu na cozinha de um cassino movimentado chamado Saratoga Club. Confira a receita.

Club Sandwich Foto: Felipe Rau| Estadão

Reuben

Ele é pouco conhecido por aqui, mas é um sanduíche de pastrami muito popular nos Estados Unidos. Os americanos gostam tanto dele que tem até um dia para celebrá-lo: 14 de março é The Reuben Sandwich Day. O sanduíche leva fatias de pão de centeio, pastrami (ou corned beef), queijo, chucrute, picles de pepino e molho. Há três versões para a origem da receita – há disputas até hoje pelos familiares dos supostos criadores, mas não há comprovação. Porém, não há dúvidas de que o Reuben se popularizou a partir de 1956, quando uma garçonete de um hotel em Omaha ganhou um concurso de cozinha com a receita do sanduíche. Confira a receita.

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  Foto: Codo Meletti|Estadão

Lobster roll

É um sanduíche americano com ares de cachorro-quente, mas feito com lagosta em vez de salsicha. A lagosta é cozida e misturada com maionese, salsão, suco de limão e cebolinha. A receita nasceu em New England, região no nordeste dos Estados Unidos, onde a pesca da lagosta é importante. Por ali se faz um pão em formato especial para o lobster roll, mas aqui, usa-se o pão de cachorro-quente. O pão tem de ser torrado na hora, porém o recheio pode ser usado em temperatura ambiente, ou gelado, feito na véspera. Confira a receita.

  Foto: Codo Meletti|Estadão

Smørrebrød

Esse tipo de sanduíche que parece uma tartine é muito popular na Dinamarca. A base da receita é sempre o pão com manteiga (smør, em dinamarquês, é manteiga, e brød, pão), mas eles são incrivelmente variados, com coberturas diversas, texturas, cores e formas distintas, dispostas de maneira atraente. O sanduíche aberto é herança dos vikings, que levavam pão de centeio nas viagens para comer com manteiga e cebola. Sua popularidade teve altos e baixos ao longo da história. Há alguns anos, a Dinamarca redescobriu o smørrebrød e ele voltou às boas, feito com ingredientes nobres e montado como obra de arte, servido em restaurantes e bares descolados. Confira a receita.

Sanduíche aberto de camarão e guacamole. Foto: Fernando Sciarra/Estadão

Banh mi

É um dos deliciosos exemplos da influência francesa na cozinha vietnamita. Surgiu no Vietnã durante a ocupação francesa, combinando as baguetes, que chegaram ali no século 19, com carnes desfiadas, vegetais, picles e coentro em profusão, além de maionese e pimenta fresca. Depois da Guerra da Vietnã, foi levado para os Estados Unidos e dali se popularizou. Atinge a excelência na baguete mais fresca e crocante possível. Confira a receita. Onde pedir: Bia Hoi, o vietpub tem o sanduba em três versões, frango, carne ou bolinhos de porco (R$ 26, no biahoisp.lojavirtualnuvem.com.br)

Banh mi Foto: Felipe Rau|Estadão

Katsu sando

É um clássico nas ruas de Tóquio, a união do tonkatsu, o filé de porco empanado em farinha japonesa de pão, a panko, com um pão de fôrma branco. Um bom katsu sando é feito com pão macio, carne suína à milanesa – em geral, copa lombo ou barriga de porco.

Pode levar também repolho cortado fininho e molhos, o mais popular é o agridoce. Mostarda japonesa tipo karashi e maionese Kewpie são indispensáveis. Este sanduíche foi criado no século 19 para alimentar as gueixas, que não tinham tempo de sentar para fazer uma refeição e nem podiam estragar a maquiagem e a roupa. Confira a receita. Onde pedir: No Tan Tan Noodle Bar (R$ 36 pelo  Rappi ou take away) e no recém inaugurado Amo-te Sando, que oferece o sanduba em recheios menos tradicionais como frango frito e curry com carne desfiada e ovo (encomendas: 98155-8318).

  Foto: Codo Meletti|Estadão

Pan bagnat

É basicamente uma salada niçoise dentro de um pão de campanha redondo: atum e anchova em conserva, ovo, tomate, manjericão, azeitonas e azeite de oliva. Patrimônio de Nice, onde o pão tem a medida exata de 20 cm de diâmetro. O nome vem do dialeto provençal e significa pão banhado, porque ele fica bem molhadinho. Sua origem é pobre, pois nasceu para aproveitar o pão dormido. Por aqui, se faz com baguete ou minipão italiano redondo. Confira a receita.

Pan bagnat. Foto: Felipe Rau/Estadão

Hot-dog

Parece a coisa mais simples do mundo: pão, salsicha e mostarda. Mas pode ser primoroso, dependendo da seleção de ingredientes. Originalmente, o pão servia só para segurar a salsicha, evitando que se queimassem as mãos. O hot-dog é americano e se popularizou a partir de 1904, quando apareceu na célebre World’s Fair de St. Louis. Ganhou o mundo e incontáveis complementos e molhos. Ah, o motivo do nome? É uma brincadeira com a raça de cachorros alemã dachshund, apelidada de salsicha. Confira a receita.

  Foto: Felipe Rau|Estadão

Choripán

Típico na Argentina e no Uruguai, o nome desse sanduíche vem da junção de chorizo (linguiça) e pan (pão). Também é chamado apenas de “chori”. A graça está em assar a linguiça fresca (nem curada, nem defumada) na churrasqueira e depois servi-la no pão com molho chimichurri.

Pode-se abrir a linguiça ao meio ou usar só o recheio, esmagado sobre o pão. O molho chimichurri leva salsinha, alho e azeite, entre outros ingredientes. O choripán nasceu entre os gaúchos, às margens do Rio da Prata, daí a dupla nacionalidade: é parte argentino, parte uruguaio. Confira a receita. Onde pedir: No Chimi Choripanes, dedicada ao sanduba que surge com recheios inventivos (R$ 22, no iFood e Rappi)

Choripán Foto: Felipe Rau/Estadão

Prego

Prego é o mais portuga dos sanduíches. Leva bife bem fino e molho de mostarda. O segredo é regar o pão com o molho da carne que ficou na frigideira, após fritar o bife. E finalizar com molho mostarda. Diz a lenda que o nome vem do costume de bater o bife com um martelo (como se fosse um prego!) para deixá-lo fino e macio. Confira a receita. Onde pedir: Na Padaria da Esquina (R$ 30, pelo iFood).

Prego Foto: Felipe Rau/Estadão

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