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Comida

Braço-direito de Paul Bocuse, Roger Jaloux morre de câncer aos 76 anos

Cozinheiro francês Roger Jaloux registrou inúmeras passagens pelo Brasil, onde se encontrava com amigos como Laurent Suaudeau

O chef francês Roger Jaloux (agachado) em evento no Cantaloup com Laurent Suaudeau (à dir.), em uma de suas passagens pelo Brasil, em 1998. Foto: Agliberto Lima|EstadãoFoto: Agliberto Lima|Estadão

O cozinheiro francês Roger Jaloux, que foi o braço-direito de Paul Bocuse por 40 anos, morreu neste domingo aos 76 anos. Vítima de câncer, Jaloux morreu menos de um ano após seu mentor ter morrido em janeiro deste ano.

Detentor do título Meilleur Ouvrier de France (melhor artesão da França) em 1976, Jaloux comandava o dia a dia da cozinha estrelada L'Auberge de Collonges-au-Mont-d'Or, restaurante de Paul Bocuse que mantém três estrelas Michelin há mais de 50 anos.

A casa lamentou sua morte. “Foi nosso chef-executivo por 40 anos, o braço-direito de Paul Bocuse, um gentil senhor muito apreciado. Com essa perda, são as fundações da maison que se vão”, disse à imprensa francesa Vincent Le Roux, diretor do restaurante.

O chef francês Roger Jaloux (agachado) em evento no Cantaloup com Laurent Suaudeau (à dir.), em uma de suas passagens pelo Brasil, em 1998 Foto: Agliberto Lima|Estadão

Roger Jaloux esteve no Brasil inúmeras vezes a convite de eventos, quando revia amigos como o francês radicado no País Laurent Suaudeau. Laurent, que foi enviado ao Rio de Janeiro por Bocuse mais de 30 anos atrás, contou ontem nas redes sociais que foi Jaloux o responsável por destacá-lo a Bocuse.

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“Foi ele que me apontou para Mr. Paul Bocuse a dedo uma tarde em Collonges que eu seria a melhor opção para representar a Maison Bocuse no Brasil”, disse Laurent, segundo quem Jaloux veio ao País mais de 20 vezes. Laurent já havia contado a história sobre ter sido escolhido por Jaloux em depoimento especial ao Paladar em janeiro, por conta da morte de Paul Bocuse.

“Todos sabiam o quanto esse homem era fenomenal numa cozinha no meio de uma brigada. Líder, perfeccionista e de uma disciplina rara e exemplar. Um livro de sabedoria, um homem comprometido com o conhecimento”, escreveu Laurent ontem.

Outro chef brasileiro que lamentou a morte de Jaloux foi Jefferson Rueda (A Casa do Porco), que postou uma foto ao lado do francês de quando foi treinado por ele para competir no Bocuse d’Or, em 2003. À época, era Laurent o responsável por realizar a competição (considerada a Copa da gastronomia) no Brasil e foi quem indicou o amigo para treinar Rueda, quando este competiu em Lyon.

“Devo muito a ele e ao meu grande mestre, Laurent Suaudeau. Com eles aprendi a ter comprometimento com a cozinha brasileira. Foi esse cara que me treinou para o Bocuse d’Or. Sinto que sou um homem privilegiado por ter trabalhado ao lado de gente que construiu e concretizou o alicerce da gastronomia no mundo!”, disse ontem Rueda nas redes sociais.

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O ano de 2018 foi marcado por outras mortes no mundo da gastronomia. Em junho, o americano Anthony Bourdain foi encontrado morto num hotel na França. Em agosto foi a vez do francês Joël Robuchon, que morreu aos 73 anos em decorrência de um câncer no pâncreas.

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