Um restaurante dirigido por chefs estrelados do mundo inteiro que usa sobras de ingredientes do Parque e da Vila Olímpica (que iriam para o lixo) para alimentar 5.000 pessoas em situação de vulnerabilidade social. Essa é a proposta do RefettoRio Gastromotiva, inaugurado nesta segunda-feira (8) na Lapa, na região central do Rio de Janeiro.
O projeto social é iniciativa do italiano Massimo Bottura, chef do Osteria Francescana, restaurante eleito o melhor do mundo em 2016, em parceria com a Gastromotiva, premiada organização brasileira comandada por David Hertz, que se dedica à capacitação de jovens carentes para trabalhar em restaurantes.
O projeto é resultado de diversas parcerias voluntárias: a Prefeitura do Rio cedeu o terreno - Rua da Lapa, 108 -, o escritório Metro Arquitetos fez o projeto do restaurante, os irmãos Campana desenvolveram o mobiliário, Vik Muniz e Pas Schaefer, a cenografia.
Os ingredientes vão chegar todos os dias, transportados de diferentes caterings da Vila Olímpica por um caminhão. São basicamente sobras, frutas, legumes e verduras feios e amassados que iriam parar no lixo.
Terminada a Olimpíada e a Paralimpíada, o restaurante que terá 108 lugares distribuídos em mesas comunitárias passa ao comando de chefs e equipes de salão formados pela Gastromotiva e vai operar em dois formatos: no almoço, abre ao público, que paga pela refeição. À noite, fica reservado às pessoas carentes e será gratuito. Quer dizer, o cliente pagante vai ajudar a subsidiar o jantar de pessoas carentes. O modelo já tem um simpático bordão: pague o almoço e deixe o jantar. O RefettoRio será também um restaurante-escola, que vai oferecer aulas, oficinas e workshops para formação de profissionais de gastronomia.