O livro da engenheira química que se tornou uma das maiores especialistas em chocolates do Brasil, já começa com um desafio para os chocólatras: deguste, não devore! E é justamente degustando cada uma das 222 páginas do volume que descobrimos curiosidades, dados históricos, diferenças entre os tipos de chocolate e, principalmente, o que, afinal, diferencia um bom chocolate de outro que não vale nem uma mordida.
Zélia Frangioni, do perfil @chocolatrasonline, nos presenteia com um guia completo para apreciar de verdade o bom chocolate. A missão da autora é ensinar o leitor a fazer melhores escolhas. Zélia não indica suas marcas favoritas, mas mostra os caminhos para que o leitor entenda como eleger as suas próprias.
Um livro para estudiosos e curiosos
Definições sobre o que é chocolate de verdade, chocolate de origem, bean to bar e outros termos que, cada vez mais, vamos nos acostumando a encontrar nas prateleiras dos supermercados. Zélia explica, por exemplo, que, para ser chamada de chocolate, a barra deve ter derivados de cacau em certa quantidade: “No Brasil, é preciso ter ao menos 25% de cacau para ser considerado chocolate; no caso do chocolate branco, 20% de manteiga de cacau. Se não tem o mínimo de cacau, não é chocolate; é um doce”.
A autora também esclarece ao público leigo que o termo “sabor chocolate” não significa chocolate. Que chocolate fino de verdade é aquele que tem poucos ingredientes, alto teor de cacau e baixo teor de açúcar. No livro você ainda vai encontrar o processo completo de feitura do chocolate: da amêndoa à barra, literalmente.
Zélia se define como chocólatra desde criancinha. Uma apreciadora que começou a aprender sobre o tema entendendo as diferenças entre um Suflair e uma barra de Surpresa durante o recreio na escola. E que chegou a se aventurar na produção de bombons artesanais na época da faculdade. Para, mais tarde, descobrir que seu negócio era mesmo estudar o assunto.
Feito por humanos, para humanos
Chocolate Protagonista é praticamente uma enciclopédia do chocolate, onde estão enumerados os tipos de chocolate, as diferenças nos métodos de produção, as dicas para interpretar corretamente os rótulos das barras que você consome ou deseja consumir com mais sabedoria.
Apesar de ter muitas informações técnicas, o livro tem linguagem fluída e bastante direta, como fica claro neste trecho da obra: “Chocolates caros, bean to bar ou não, podem ser sensorialmente bons ou ruins, mas chocolates baratos nunca trazem boas experiências sensoriais.”
Há um capítulo inteiro dedicado ao cacau. Outro que destaca o trabalho humano que está por trás dos processos do chocolate bean to bar, produzido de maneira mais consciente, tanto na cadeia produtiva quanto nos impactos sociais e ambientais.
Uma leitura que fica ainda melhor acompanhada de uma barra de bom chocolate.