Estrogonofe já foi chique. E não só no Brasil dos anos 1960 e 1970 quando era sofisticadíssimo receber os convidados para jantar com o prato russo acompanhado de arroz e batata palha. Ele é nobre de berço. Nasceu na Rússia dos czares, no século 19, e no início era coisa de rico. Existem tantas versões para a história do stroganoff quanto “receitas originais”. Entre elas, a mais provável é que teria sido criado por um cozinheiro francês chamado Charles Briere, que trabalhava para uma família nobre e muito rica de São Petersburgo, os Stroganoff.
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Ambos existiram e, tirando a parte de que a carne teria sido cortada em tiras finas porque o conde Pavel Stroganoff era velho e tinha dentes ruins (o tal conde já tinha morrido quando o prato foi criado para um de seus descendentes), o resto parece fazer sentido: o cozinheiro combinou o preparo clássico francês da carne – dourar e flambar a carne para colocar um molho de mostarda – com o clássico creme azedo russo. Essa seria a versão original.
Acontece que os imigrantes russos levaram a receita para os Estados Unidos e, quando o beef stroganoff virou estrela do Russian Tea Room, em Nova York, em 1930, já era feito com filé-mignon e acrescido de novidades: molho de tomates e cogumelos em lascas. No lugar da batata cozida à moda russa, a batata passou a ser cortada em palitos finos e frita.
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O estrogonofe também teve seu auge no Maxim’s, em Paris, e dizem que era o prato preferido de Charles Chaplin. O fato é que foi ganhando o mundo – mas só se tornou popular na Europa depois da Segunda Guerra. Conforme foi circulando, acabou recebendo novos ingredientes, como o creme de leite em vez do creme azedo, e até combinações nada ortodoxas, como o creme de cogumelos, milho, entre outras e até a combinação bizarra com macarrão. Aqui no Brasil, onde trocou a pompa pela popularidade, o estrogonofe está mais para picadinho com cogumelos e creme de leite.