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Comida

Em ‘Pobres Criaturas’, pastel de nata é símbolo da libertação de Bella Baxter

Atriz, premiada com o Oscar por seu trabalho, contou que precisou comer 60 pastéis de nata para gravar uma cena

Emma Stone comendo pastel de nata em 'Pobres Criaturas'. Foto: 20th Century StudiosFoto: 20th Century Studios

No último domingo, 10, Emma Stone recebeu a maior consagração de sua profissão: foi premiada como Melhor Atriz no Oscar pelo seu trabalho em Pobres Criaturas. O longa, dirigido pelo grego Yorgos Lanthimos, estreou no Brasil em fevereiro e continua em cartaz em várias cidades pelo País. E há algo gastronômico a ser comentado nisso tudo.

A atriz contou recentemente que precisou comer 60 pastéis de nata, o tradicional doce português, para gravar uma das cenas mais emblemáticas do filme. “A primeira mordida é deliciosa, mas no final você realmente quer vomitar”, disse ela, segundo a CNN Portugal.

Não é pra menos: considerando que um pastel de nata tem 157 calorias, em média, Stone inseriu quase 9,5 mil calorias só para a tal cena. Isso é quase cinco vezes a ingestão diária recomendada de calorias para adultos

Qual o significado do pastel de nata em ‘Pobres Criaturas’?

Parece bobagem, e até uma curiosidade pequena para se tornar viral entre cinéfilos, mas a cena é importantíssima para a personagem -- um dos pontos de maior libertação.

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Emma Stone vê belezas e desgraças em sua jornada em 'Pobres Criaturas' Foto: 20th Century Studios/Divulgação

Mas, antes, um contexto: o longa-metragem acompanha a vida de Bella Baxter (Stone), uma mulher com mentalidade de criança. No filme, porém, ela passa por um crescimento acelerado e começa a experimentar as diferentes sensações da vida, assim como as desgraças do mundo ao seu redor. Ela é uma espécie de Frankenstein mulher.

O pastel de nata, assim como o prazer sexual, surge como uma espécie de libertação para a personagem. Duncan Wedderburn, personagem brilhantemente vivido por Mark Ruffalo, diz que ela só deve comer um pastel. Mas Bella descobre, naquele pequeno doce português, um catalisador de prazer -- da gula, dos sabores, dos açúcares, da boa comida.

Quando ela bate o pé e insiste em comer mais (obrigando a atriz, Emma Stone, a comer quase 60 unidades desse quitute), reafirma a posição de mulher livre e que faz o que quer.

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Conforme explicado na crítica do filme aqui no Estadão, depois que temos essa personagem adulta em corpo de criança estabelecido, nos lançamos em outra jornada; agora, de Bella enfrentando o que há no mundo. “É basicamente uma observação de Lanthimos sobre como as pessoas enfrentam o mundo. O homem é o lobo do homem? Afinal, a personagem pode ser a pessoa mais ingênua e sem maldade do mundo, mas a própria barbaridade acaba se abatendo contra a sua vida”, estabelece o texto.

Ou seja: em um mundo com tanta barbaridade, que Bella vê com seus próprios olhos, é imprescindível ter um pouco de prazer comendo um pastel de nata. E se quiser dicas de onde experimentar esse delicioso doce português em São Paulo, listamos opções aqui.

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