Quase um patrimônio não-oficial do Brasil, o pão francês faz parte do nosso dia a dia, seja aquele pãozinho crocante e fresco do café da manhã, sanduíches mais elaborados ou acompanhando uma bela sopa. Independentemente de como é consumido, a verdade é que esse produto de panificação ainda é o mais popular no país.
Segundo relatório de 2017 do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Bahia), “76% dos brasileiros consomem pão no café da manhã e 98% consomem produtos panificados”, sendo que, “dos pães consumidos, 86% são artesanais, e 52% é do tipo francês”. Desse modo, mais da metade dos pães consumidos em território nacional são os chamados ‘pães franceses’.
Apesar de ser hit nos lares, restaurantes e padarias brasileiros, ele guarda curiosidades que poucas pessoas conhecem. Daniel Marco Bretz Sales, docente de graduação e pós-graduação na área de Gastronomia e Alimentação do Centro Universitário Senac – Campos do Jordão, explica se essa receita de fato veio da França, quais são os ingredientes do pão francês e seus diferentes nomes em cada região do país.
De onde vem o pão francês?
Primeiro de tudo, a pergunta que não quer calar: o pão francês é francês mesmo? Sim e não. O pão francês é brasileiríssimo, mas realmente tem um pé na cultura francesa. A verdade é que, no século XIX, “as classes sociais mais abastadas trouxeram uma referência de um pão popular com casca mais crocante e miolo mais compacto que existia na França”. Ao retornarem para o Brasil, os viajantes propuseram que ele fosse reproduzido pelos padeiros brasileiros. Originou-se, assim, o versátil e popular pão francês que conhecemos hoje.
Ingredientes do pão francês: os critérios para que seja classificado como esse tipo de pão
Segundo o docente, a formulação e processo para fazer o pão francês são simples: “basta misturar água, farinha, sal, fermento, e pequenas quantidades de açúcar, gordura e, geralmente, algum melhorador natural (como é o caso do glúten) - em maioria, ingredientes tradicionais e acessíveis aos brasileiros”. Além disso, “o pão francês se diferencia dos demais ao apresentar crosta fina, crocante e dourada, um miolo macio e saboroso de cor branca a creme”, destaca o especialista.
Quanto ao tamanho, também há uma norma, sendo sempre individual e pesando de 60 a 80 gramas. Em 2015, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 16170) lançou uma normativa para estabelecer diretrizes para avaliação da qualidade e classificação do pão francês, que mostra os aspectos físicos que devem ser respeitados, processos e mais.
Como se chama o pão francês em cada região?
Em um país tão vasto quanto o Brasil, uma grande diversão é comparar os muitos nomes que frutas, ingredientes e até mesmo pães têm em cada região. A depender da cultura linguística de cada local, o pão francês recebe nomes distintos. “No Rio Grande do Sul, é chamado de cacetinho; em Minas Gerais, de pão de sal; no Ceará, de carioquinha. Já em Santa Catarina, recebe o nome de pão de trigo; em São Paulo, pãozinho; e, no Maranhão, de massa grossa”, conta Daniel.
Como fazer pão francês em casa?
Consumido diariamente, o produto clássico das padarias brasileiras também pode ser feito em casa com esta receita simples e prática que leva apenas cinco ingredientes e resulta no pãozinho igual ao de padaria.