O sorvete de creme, além de funcionar, por si só, como sobremesa ou um docinho no meio da tarde, sem precisar de complementos, é também um grande trunfo da confeitaria. Ou vai dizer que você consegue imaginar um petit gateau sem uma bola de sorvete de creme do lado? Idem para brownie, waffle, torta de maçã - você até pode encontrá-los sozinhos, mas um sorvetinho por tabela cai bem, vai?
Por seu sabor neutro, ele vai bem com quase tudo. Isso quando não serve para salvar aquele bolo que passou tempo demais no forno e saiu ressecado: põe uma bola de sorvete de creme no prato que resolve. Quem nunca?
E já que ele é usado para incrementar (ou salvar) sobremesas, convém investir numa opção de qualidade para que ele consiga, de fato, cumprir com a sua função - afinal de contas, não adianta nada preparar um brownie perfeito e servir com um sorvete ruim.
Opções para os consumidores não faltam, das tradicionais Kibon e Nestlé, por exemplo, a marcas das próprias redes de supermercado, a preços que vão de R$ 12 a R$ 80 o litro - e o que a experiência nos testes de Paladar mostra é que, nem sempre, a amostra mais cara é a melhor.
Por isso, organizamos uma degustação às cegas com sete marcas de sorvetes de creme, todas arrematadas em mercados (opções artesanais ou de lojas especializadas ficaram de fora) e sem toppings, ou seja, o sorvete não poderia ter gotas de chocolate, cookies ou qualquer outro penduricalho na massa.
Um júri de peso foi convocado para avaliar os produtos: Carolina Nannini, maestra gelatière da Carpigiani Gelato University, Fernanda Pamplona, gelataia da Albero dei Gelati, Paulo Rogério Bueno, sócio da Milk & Mellow (que produz 14 toneladas de gelato por mês) e gelataio formado em Bolonha, além da repórter que vos fala. Aspecto visual, aroma, sabor e textura foram os critérios levados em conta durante a prova.
No geral, todos os sorvetes degustados pecaram no dulçor excessivo e no uso de emulsificantes e aromatizantes artificiais. Mas, ainda que “os sorvetes industrializados tenham muito a evoluir em qualidade de ingredientes”, como pondera Carolina, o consumidor consegue, sim, encontrar no mercado opções que são melhores que a média.
Confira a seguir o ranking da degustação e qual foi a marca que conquistou o cobiçado selo Paladar.
Quais as melhores marcas de sorvete de creme?
- Qualitá
- Nestlé
- Kibon
As sete marcas na avaliação dos jurados, em ordem alfabética
A cor da massa, um amarelo intenso, chamou a atenção dos jurados. Tem aroma agradável, apesar de artificial, e “gostinho de infância”, definiu um jurado, com destaque para o dulçor elevado. Também perdeu pontos por apresentar cristais de gelo na massa (R$ 34,80, 1,5l)
O sabor inusitado, que não era de creme nem de baunilha, e o retrogosto ruim tiraram o sorvete do páreo. A textura “liguenta”, com muitos cristais de gelo, também foi criticada pelo júri. Aroma artificial dentro do esperado (R$ 17,89, 1,5l)
Não fossem os problemas na estrutura da massa - textura arenosa e bastante ar incorporado -, esse sorvete tinha potencial para conquistar um lugar no pódio. Destaque para o sabor, que apesar do dulçor em excesso, tinha um leve toque de baunilha (R$ 35,98, 2l)
No rol de sorvetes de creme industrializados, a amostra cumpre com o esperado. Tem aroma artificial agradável, boa estrutura e leve sabor de baunilha. Só não garantiu um lugar mais alto no pódio por conta de um leve amargor residual percebido por alguns jurados (R$ 27,80, 1,5l)
Apesar do nome Vanilla Creme - e das favas de baunilha estampadas no rótulo -, o sorvete tem mais sabor de leite em pó do que da própria especiaria. Aroma e textura estavam dentro do esperado. “Usaria num milkshake”, declarou um jurado (R$ 40,49, 500 ml)
A boa aparência, o aroma sutil e o sabor agradável, “com açúcares menos agressivos”, colocaram o sorvete na segunda posição do pódio. Poderia ser um pouco menos gorduroso. “Bom para usar como acompanhamento”, sugeriu um jurado (R$ 23,98, 1,5l)
Mais clarinho, o sorvete apresentou textura agradável e um sabor “mais natural”, com dulçor moderado. Por isso, conquistou o primeiro lugar no pódio - e, consequentemente, o cobiçado selo Paladar (R$ 21,49, 1,5l)