Goiabada cascão é um dos doces mais tradicionais da doçaria nacional. É um doce caipira, consumido no Brasil inteiro e que serve de base para incontáveis receitas. A combinação clássica é com queijo mineiro. Romeu e Julieta. Um casamento que, diferentemente da história original de Shakespeare que inspirou o nome, é garantia de final feliz para uma refeição.
A receita é simples: goiaba, água e açúcar. À primeira vista, até parece que não há como errar na hora de combinar os ingredientes. Ou que todo doce de goiaba terá o mesmo gosto. Só que não... “Uma goiabada cascão equilibrada precisa ter sabor intenso da fruta, ter aquele granuladinho bom da casca da goiaba e um toque de acidez, para não ficar enjoativo”, atesta a chef confeiteira Carole Crema, uma das integrantes do júri convidado por Paladar para avaliar 14 marcas do doce disponíveis nos supermercados.
Goiabada combina só com queijo Minas?
Além da parceria de ouro com o queijo minas frescal ou curado, a goiabada cascão serve de base para diversos preparos. Fica ótima como recheio de pão de queijo, no bolo de fubá, no pãozinho doce, na cobertura do cheesecake... Ela também faz sucesso em mousses, sorvetes, biscoitos, tortas e até em receitas salgadas. “Dá pra fazer até risoto com goiabada”, ensina o sous-chef do restaurante Mercearia, Rodrigo Balbino de Albuquerque.
A confeiteira Maria Andrea Martins, da Maria Fuê, especializada em receitas veganas, gosta de goiabada no recheio de docinhos, de bolos e em receitas de brigadeiro.
Qual a melhor goiabada do Brasil?
Para responder essa pergunta, Paladar convidou um time de jurados composto por feras da doçaria. A chef Carole Crema, a confeiteira Maria Andrea, da Maria Fuê, especializada em doces veganos, os chefs confeiteiros José Paulo Rosseti, da Bake Sale e Rafael de Barros, da Ópera Ganache. O sous-chef do restaurante Mercearia, Rodrigo Balbino de Albuquerque, completa o quinteto que provou às cegas 14 marcas de goiabada cascão encontradas nas principais redes de supermercados.
Como foi feita a avaliação?
Os critérios de avaliação foram: sabor, textura e aparência. Algumas goiabadas que pareciam muito apetitosas aos olhos, decepcionaram no sabor. Outras não tão bonitas, surpreenderam positivamente na boca. A textura foi o que mais variou entre uma marca e outra. Os jurados experimentaram doces mais lisinhos e firmes, outros mais cascudos e de textura mais rústica, doces com mais ou menos pedaços, goiabadas firmes demais e outras bem pastosas.
Os especialistas tinham como meta encontrar doces equilibrados em todos os sentidos. Saborosos, não muito doces, com boa textura e um bocado de acidez, o que garante um doce menos enjoativo. O teste foi realizado em uma manhã fria de julho, no restaurante Mercearia, no bairro do Itaim.
O resultado você confere abaixo.
* Preços atualizados na primeira semana de julho
As melhores goiabadas cascão
- Tia Sônia
- Alinutri
- Sweet Valley
O ranking das 14 goiabadas cascão, na opinião dos jurados, em ordem alfabética
Uma goiabada de aparência extremamente homogênea, que remete a um produto industrializado. O sabor sem muitas nuances também não conquistou o paladar dos jurados. Faltaram os pedaços que dão toda graça à versão “cascão” do doce (R$ 6,17, 482 g)
A goiabada que ocupa o segundo lugar neste teste Paladar tem um sabor surpreendente, que explode na boca, na opinião de um dos jurados. A textura do doce é firme e o doce só não pontuou melhor porque poderia ser mais pedaçudo (R$ 10,40, 400 g)
Uma goiabada bastante adocicada e de textura densa, na avaliação do júri. O sabor bastante frutado e a boa acidez do doce agradaram. Poderia ter mais pedaços. (R$ 8,90, 220 g)
O sabor de goiaba bastante presente, a boa aparência e a textura firme agradaram. Faltou mais pedaços de casca no doce e um pouco menos de açúcar, na avaliação do júri (R$ 20,98, 700 g)
“Uma goiabada bem adocicada, de textura pegajosa e coloração escura”, descreveu um dos jurados. A aparência do doce foi avaliada com boa e o sabor, ok. (R$ 19,98, 400 g)
Um doce de textura macia, porém doce além da conta e com pouco sabor da fruta. A falta de pedaços de goiabada não contribuiu para uma melhor avaliação do produto (R$ 10,00, 1,01 kg)
Uma goiabada de sabor bastante neutro e pouco pedaçuda, características que não arrebataram o paladar dos jurados. A aparência brilhante e o corte perfeito renderam pontos positivos (R$ 10,98, 400 g)
Um doce de textura firme, mas que desmancha na boca. A cor vibrante do doce também agradou. O sabor, no entanto, poderia ser mais intenso (R$ 29,00, 500 g)
A primeira impressão da goiabada não agradou o júri. Já o sabor equilibrado, entre o doce e o azedinho, e textura ultramacia foram boas surpresas. Um doce perfeito para passar sobre o pão ou fatias de torrada na avaliação dos especialistas (R$ 43,00, 350 g)
A goiabada que conquistou o terceiro lugar no pódio Paladar é um doce de textura firme, mas que derrete na boca. O sabor fresco da fruta presente também agradou, a quantidade de pedaços da casca no doce também (R$ 18,10, 210 g)
A aparência vermelha, viva e brilhante do doce agradou de cara o time de jurados. Um produto de sabor equilibrado e com uma textura ótima. “Senti falta de um pouco mais de acidez e de mais pedaços da fruta”, escreveu um dos jurados (R$23,80, 500 g)
Uma goiabada classificada pelos jurados como equilibrada em todo os sentidos: textura macia, ótima aparência, que remete a um doce caseiro, bastante pedaçuda e de sabor agradável. Levou o Selo Paladar de primeiro lugar com louvor (R$ 22,40, 500 g)
O sabor de fruta fermentada, quase etílico, na avaliação do júri, não agradou. Pontos positivos foram o equilíbrio de açúcar e a textura agradável (R$ 48,00, 500 g)
Um doce leve, bonito, macio e saboroso, que poderia ter mais pedaços de casca e um sabor um pouco mais intenso (R$ 19,98, 600 g)