PUBLICIDADE

Ela é a rival do Papai Noel

Ela é a rival do Papai NoelFoto:

Papai Noel é uma figura remodelada e explorada pela sociedade de consumo. Deriva de São Nicolau, bispo católico do século 4º, na Ásia Menor, hoje sepultado em Bari, capital da região italiana da Puglia, que ao morrer se transformou em patrono dos marinheiros, pastores, viajantes, prisioneiros, crianças, moças casadoiras e prostitutas dispostas a abandonar o ofício. Mas foi nos Estados Unidos que Papai Noel ganhou o trenó para deslocar-se velozmente, as longas barbas brancas e o ar jovial. Os americanos também lhe atribuíram o Pólo Norte como domicílio. A seguir, vestido de vermelho e desenhado por Haddon Sundblom, mestre da pin-up, gênero de arte especializada em retratar mulheres em poses sensuais, consagrou-se como garoto-propaganda da campanha da Coca-Cola para o Natal de 1931. Assim Papai Noel ganhou popularidade no mundo inteiro, inclusive no Brasil, alavancando as vendas da indústria e comércio no final do ano e, muitas vezes, ofuscando Jesus, o aniversariante do dia 25 de dezembro. Até prova em contrário, só a Itália resistiu à imposição americana do Papai Noel. Não que seu povo ignore o Babbo Natale. Simplesmente o trata com menor entusiasmo do que os outros povos ocidentais. A Itália já tinha uma figura assemelhada: a bruxa Befana, surgida da combinação de tradições pré-romanas, talvez etruscas, com elementos folclóricos e cristãos. Na noite de 5 para 6 de janeiro, festa da Epifania, o chamado Dia de Reis, ela surge para trazer balas, bombons, doces secos, castanhas e ocasionalmente roupas e brinquedos para as crianças bem comportadas no ano anterior; e entregar o carbone della Befana (doce tingido com anilina preta, com a aparência de carvão) às que fizeram estripulias. A tradição associa as ofertas da Befana aos presentes que, conforme a Bíblia, Gaspar, Baltazar e Melquior entregaram na data, em Belém, ao Menino Jesus. Segundo o Novo Testamento, os três Reis Magos foram guiados por uma estrela surgida no céu. Os italianos atribuem à sua simpática bruxa - cujo nome deriva de Beffania, do grego epiphanei, ou seja, de epi (em cima, no alto) e phanei (aparição) - o papel de uma "grande avó", que acompanha as crianças nas várias etapas da infância, "bem como nos ritos de iniciação do ano-novo e, portanto, de transcurso do tempo ou da vida". A iconografia a apresenta de modo invariável. A Befana veste saia rodada, muitas vezes remendada; avental com um grande bolso; exibe quase sempre um lenço amarrado na cabeça, mas também pode usar o chapéu tradicional de bruxa; calça chinelos velhos e surrados; e jamais lhe falta uma vassoura para montar. As crianças têm com ela uma relação de amor e medo. Na véspera da Epifania, dependuram meias grossas em algum lugar da casa e, no dia seguinte, despertam ansiosas para a descoberta do que mereceram. Os festejos envolvendo a Befana se realizam em toda a Itália, sobretudo na Toscana, Marche e Lazio, a região de Roma. Na capital do país, organiza-se há muitos anos, do início de dezembro ao começo de janeiro, na central Piazza Navona, uma feira teoricamente dedicada a ela. No interior, a celebração envolve os ritos arcaicos do fogo e da água. Uma mulher mascarada de Befana percorre as ruas puxando um cortejo de crianças, recebendo mimos e distribuindo votos de saúde e prosperidade. As casas que aceitam sua presença colocam bruxinhas de pano nas janelas. No final da peregrinação, as bonecas serão incineradas "para queimar as coisas ruins do ano anterior e propiciar boa sorte no que chega". A água que passou a noite da Epifania ao relento adquire o poder de afugentar o mal. Além do carbone della Befana, existem pratos relacionados à festa. Os mais conhecidos são o risotto al cacao (ao chocolate) e a torta della strega (da bruxa). Duas lendas piedosas tentam explicar a origem da Befana cristianizada. A primeira conta que os Reis Magos pararam na casa dela, quando se dirigiam a Belém, e a convidaram para acompanhá-los na busca do Menino Jesus. A bruxa recusou, pois tinha muito trabalho a fazer. Quando o trio foi embora, arrependeu-se. Então, reuniu num saco alguns objetos para oferecer ao Menino Jesus e partiu sozinha. Montada numa vassoura, até hoje procura os Reis Magos. A outra versão diz que os soldados de Herodes, rei da Judéia, encarregados de localizar e assassinar todos os meninos de 2 anos para baixo nascidos em Belém e arredores, entre os quais supunham estar Jesus, degolaram o filho de uma jovem mulher. Em estado de choque, ela não conseguiu chorar nem aceitar a perda dolorosa. Começou a procurar o garotinho em casa. Como não o encontrasse, colocou alguns pertences do filho num saco e saiu em busca dele. Um dia se deparou com o Menino Jesus, que dormia na manjedoura e, julgando-o seu filho, abraçou-o ternamente. São José, o pai adotivo da criança, e Maria, a mãe, compadeceram-se dela. O sofrimento a envelhecera, os cabelos haviam se tornado brancos e a pele ficara totalmente enrugada. Do alto do céu, Deus Pai a abençoou e concedeu um privilégio. Por toda a eternidade, com o nome mudado para Befana, aquela pobre mãe teria para si, em uma noite do ano, todas as crianças do mundo. POÇÃO MÁGICA À ITALIANA Risoto ao chocolate 4 porções fácil 30 minutos Ingredientes ½ cebola picada 25g de manteiga 300g de arroz italiano carnaroli 150 ml de vinho branco seco 1 a 1 ½ litro de caldo de carne (aproximadamente) 4 colheres (sopa) de creme de leite 1 colher (sopa) de chocolate amargo em pó, peneirado Queijo grana padano (na falta, use parmesão) ralado em abundância Preparo Numa panela previamente aquecida doure a cebola na manteiga. Incorpore o arroz e mexa por alguns minutos. Junte o vinho branco e deixe evaporar. Acrescente aos poucos o caldo de carne quase em ponto de fervura e cozinhe o arroz, mexendo seguidamente e colocando mais caldo à medida que for secando. Enquanto o arroz cozinha, coloque numa tigela o creme de leite com o chocolate em pó. Retire o arroz do fogo (al dente) e misture o creme. Tampe a panela e deixe repousar por 2 ou 3 minutos, para o creme aquecer. Pulverize o queijo ralado e sirva.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE