Como funciona o concurso dos espumantes brasileiros e os vencedores de 2023

Como funciona o concurso dos espumantes brasileiros e os vencedores de 2023

Publicado por: Suzana Barelli Publicado: 30/09/2023 11:31 Visitas: 844 Comentários: 0

A cidade de Garibaldi respira espumante. Seja pelos vinhedos de chardonnay, pinot noir ou riesling itálico, as três principais variedades que dão origem às borbulhas brasileiras; seja pelas vinícolas, pequenas ou grandes, localizadas na cidade; ou seja, ainda, pelo título de capital nacional deste vinho peculiar. Garibaldi, na Serra Gaúcha, é também a sede do concurso que elege os melhores espumantes brasileiros.

 

Juradas do Concurso NAcional dos Espumantes em ação

 

Não poderia ter endereço melhor para este concurso que chega agora a sua 13ª. edição, com o número recorde de 505 amostras inscritas, de 93 vinícolas, de oito estados diferentes.

Em 2021, foram 424 amostras, também de 93 vinícolas; e em 2019 (o concurso ocorre a cada dois anos) foram 368 amostras, de 88 vinícolas. “Estamos avançando pelo Brasil, com amostras de vários estados”, diz Ricardo  Morari, presidente da Associação Brasileira de Enologia, que promove a competição. Nesta edição, foram degustados espumantes da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

O concurso segue as regras da OIV, a Organização Internacional da Vinha e do Vinho e que determina que as 30 melhores amostras devem receber medalhas, independentemente da sua nota. Na prática, explica Morari, isso significa que nas últimas edições só foram concedidas medalhas de ouro, pela grande quantidade de amostras que obtiveram 88 ou mais pontos, em uma escala de até 100. Até por causa disso, nesta edição a ABE subiu as notas para as medalhas. Agora, para receber ouro um vinho tem de obter entre 89 a 92 pontos (até 2021, amostras com mais de 88 pontos tinham ouro). Para prata, a nota é de 85 a 88, e bronze, de 81 a 84 pontos.

As 505 amostras foram degustadas às cegas (sem saber que espumante havia na taça) por sete grupos de jurados, todos formados por cinco pessoas.

Os degustadores são enólogos (em sua maioria), mas participaram também sommeliers, jornalistas e formadores de opinião. Cada um provou e pontuou suas amostras individualmente, e a nota final do vinho foi a mediana da nota dos degustadores. No início de cada um dos dois dias da competição, foi realizada a chamada posta em boca, na qual o mesmo espumante foi degustado por todos os presentes e depois sua nota foi discutida, na proposta de “calibrar” a degustação.

Entre as amostras havia espumantes brancos, rosés e tintos, elaborados pelos métodos tradicional (com a segunda fermentação nas garrafas), charmat (em tanques fechados) e moscatel. Os jurados sabiam apenas o estilo (se charmat e tradicional ou moscatel), a categoria (nature, extra-brut, brut, etc) e o ano de elaboração, no caso dos (poucos) safrados. Para a próxima edição, a ABE estuda separar os estilos, informando ao degustador se a amostra foi elaborada pelo método clássico ou pelo charmat. Como uma das juradas, eu acho que esta separação de estilos será importante para a avaliação mais precisa das amostras.

Conheça os espumantes vencedores

Exatos 172 espumantes brasileiros, ou 30% das 505 amostras enviadas, receberam medalha na 13º edição do Concurso Nacional de Espumantes.

Foram 13 medalhas de Grande Ouro, seis destaques, um para cada estilo de espumante, e 153 medalhas de ouro. Confira os vencedores:

GRANDE MEDALHA DE OURO

- Fenice Espumante Nature Branco 2018, de Videira (SC)
- Miolo Iride Espumante Nature 2012, de Bento Gonçalves (RS)
- Biografia Espumante Brut Rosé 2017, de Bento Gonçalves (RS)
- Garibaldi Vero Espumante Brut Rosé 2023, de Garibaldi (RS)
- Valmarino Espumante Brut Tradicional 2018, de Pinto Bandeira (RS)
- Zanella Blanc de Blanc Brut, de Antônio Prado (RS)
- I Love Wine Espumante Moscatel Branco, de Caxias do Sul (RS);
- Monte Paschoal Dedicato Espumante Brut Champenoise, de Farroupilha (RS);
- Casa Valduga Premivm Espumante Moscatel, de Bento Gonçalves (RS);
- Cave Antiga Espumante Moscatel 2018, de Farroupilha (RS);
- Dom Naneto Espumante Moscatel Rosé, de Garibaldi (RS)
- Chandon Passion, de Garibaldi (RS)
- Casa Perini Espumante Branco Cristal Demi-Sec, de Farroupilha (RS)

OS DESTAQUES
- Gazzaro Branco Espumante Brut, de Flores da Cunha (RS), como espumante branco charmat;
- Pedrucci Espumante Brut Tradicional 2022, de Garibaldi (RS), como espumante branco tradicional;
- Garibaldi Espumante Prosecco Rosé 2023, de Garibaldi (RS), como espumante rosé charmat;
- Salton Évidence Cuvée Espumante Brut Rosé, de Bento Gonçalves (RS), como espumante rosé método tradicional;
- Salton Espumante Moscatel, de Bento Gonçalves (RS), como espumante moscatel;
- Família Bebber Espumante Nature, de Flores da Cunha (RS), como espumante nature.

Tags: Espumantes, ABE, Suzana Barelli

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