A diversidade dos brancos para brindar o ano de 2024!
O aumento do consumo de vinhos brancos foi a notícia no ano no mundo do vinho. Divulgada pela OIV, a Organização Internacional da Uva e do Vinho, a informação mexeu com o mercado, levando produtores a repensarem os seus próximos plantios e as áreas de vinhedos – não raro, as variedades brancas precisam ser cultivadas em áreas mais frias. E lançou um holofote para os bons vinhos brancos disponíveis no mercado.
A tendência pode – e deve – ser aproveitada também nos menus das festas de final de ano. E o convite deste Guia dos Vinhos é pensar em brancos para combinar com as ceias de Natal e de Réveillon.
Isso leva, invariavelmente a uma mudança no cardápio, para quem pensa em jantares com receitas mais pesadas, daquelas importadas do Hemisfério Norte, onde o Bom Velhinho enfrenta lareiras lotadas de neve para entregar os presentes.
Infelizmente, são poucos as receitas mais potentes, como um cordeiro, ou um bom assado, que vai combinar com um vinho branco. Mas se a opção for tentar, por conta e risco do leitor, aposte naquelas uvas brancas mais encorpadas – a chardonnay e a encruzado são exemplos – e se preocupe em escolher vinhos que foram fermentados ou amadureceram em barricas de carvalho (o contrarrotulo ou a ficha técnica, o que aqui requer consultar o site do produtor, trazem esta informação).
Mas as carnes brancas – a depender do seu molho –, os peixes, aqui incluindo o saboroso bacalhau, e inúmeras opções de saladas e de grãos estão prontas para fazer bonito em qualquer ceia. E são receitas que combinam muito bem com os brancos.
Há vários caminhos para trilhar na escolha dos brancos. Um deles pode ser explorar a diversidade das uvas, que é uma das riquezas do mundo dos vinhos. O Guia tem sugestões de brancos elaborados por mais de 30 uvas, além dos chamados cortes ou assemblagens de duas ou mais variedades, quando uvas diferentes são mescladas. Aqui, os brancos de Bordeaux são os exemplos mais conhecidos, com o blend de sauvignon blanc, sémillon e, muitas vezes, a muscadelle.
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Na relação de uvas presentes nos vinhos degustados nas duas edições deste Guia, a primeira é a aligoté, variedade da região da Borgonha, que brilha às margens da onipresente chardonnay. O branco degustado pela nossa equipe foi o Bouzeron Axelle Aligoté 2016, que recebeu 90 pontos em uma escala de até 100. Como argumento em favor da uva, Aubert de Villaine, que é o co-proprietário do ícone Romanée-Conti, aposta nesta variedade em seu projeto familiar, o Domaine Aubert & Paméla de Villaine.
A alvarinho (ou albariño), variedade que vem ganhando expressão não apenas na Península Ibérica, está presente em 16 dos vinhos degustados pelo Guia. E dá origem a bons brancos, como o Gran Cata Alvarinho 2022, um rótulo brasileiro que recebeu 92 pontos da nossa degustação. Se a aposta for na sémillon, variedade que no passado era utilizada apenas nas assemblagens e que vem ganhando voo próprio, são 23 opções no Guia. Para quem quiser conhecer a tipicidade da uva vale provar o Carter Mollenhauer La Palma Sémillon 2020, com uvas na região de Itata, no sul do Chile, e que recebeu também 92 pontos.
Quando a pedida são rótulos mais conhecidos, a chardonnay sai na liderança com 117 rótulos, incluídos os brancos e também os espumantes. E citamos aqui mais um exemplo que, por coincidência, recebeu 92 pontos do Guia: o Morandé Terrarum Select Blocks Chardonnay 2017. Na sauvignon blanc, não é muito diferente: foram 49 vinhos degustados e pontuados, e aqui destacamos um vinho jovem e bem fresco, o GO UP Sauvignon Blanc Reserva 2022, de 91 pontos.
Como estamos valorizando as brancas, é com um espumante blanc de blanc que desejamos a todos os nossos leitores um Feliz Natal e um Ano Novo de muita paz. Uma sugestão é o Pedrucci Brut Blanc de Blancs 2023, que recebeu 92 pontos no Guia. Blanc de blanc, vale destacar, são aqueles espumantes elaborados apenas com variedades brancas, lembrando que os vinhos com borbulhas podem ser (e normalmente são) elaborados com uma mescla de variedades brancas e tintas, mas este é um assunto para outro artigo.
A ressalva final é que em tempos de festas, a harmonização não precisa, necessariamente, ser o tema principal da ceia. Com os diversos pratos à mesa e as pessoas próximas e queridas por perto, o que vale mesmo é celebrar mais um ano. Aqui, a combinação de receitas e bebidas pode ficar, tranquilamente, em segundo plano.
- Feliz Natal e um 2025 de muita paz e muitos vinhos!