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Suzana Barelli

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Le Vin Filosofia

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A etiqueta do vinho

Detalhes como a temperatura e a escolha das taças ajudam a desfrutar melhor da bebida nas ceias de fim de ano

O Brasil ganhou, este ano, 3 milhões de novos consumidores regulares de vinho, segundo pesquisa do instituto Wine Intelligence. São consumidores e – acredito que não são os únicos – que devem ter dúvidas de como cuidar do vinho nas ceias de final de ano.

Temperatura da bebida e a escolha das taças são os dois cuidados principais, que ajudam a melhor desfrutar a bebida durante a ceia (e em outros momentos também). Gelado demais, não dá para sentir os aromas do vinho e, acho eu, a bebida perde muito do seu encanto. Quente demais, fica desequilibrado e, não raro, dá a impressão de ser muito alcoólico.

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A dica da sommelière Gabriele Frizon, com passagens pelo Tivoli, Emiliano e La Tambouille, é colocar as garrafas na geladeira no dia anterior. E, na hora da ceia, contar com a ajuda do balde de gelo, cheio apenas de água e gelo.

Cerca de 30 minutos antes da ceia começar, vale colocar os brancos e espumantes no balde. E, durante todo o jantar, é preciso lembrar que o calor do momento também sobe a temperatura da bebida. Se a temperatura subiu, leve o vinho ao balde novamente. Em geral, cinco minutos resolvem para a garrafa voltar à temperatura ideal.

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O tipo de taça e o material de que ela é feita influenciam na apreciação do vinho. Foto: Fernando Sciarra/Estadão

O segundo ponto são as taças. Elas influem, de verdade, na apreciação da bebida, como comprovam as degustações de taças realizadas pelos seus fabricantes. Se você já escolheu um vinho melhor para a ocasião, por que não pensar em ter uma taça a altura para acompanhar? As taças são um importante investimento para quem quer apreciar melhor o vinho e não apenas nas festas de final de ano.

Para a ceia, no entanto, não é preciso pensar em um tamanho de taça para cada estilo de vinho. Dois modelos resolvem: um para os espumantes e outro para os vinhos tranquilos. Nos espumantes, a melhor escolha é aquela com formato tulipa, com um bojo um pouco maior do que o modelo flûte e um pouco fechada na borda. Para os brancos e tintos, vale um modelo único. Gabriele sugere uma taça de tamanho intermediário, de 350 ml.

Se a taça for de cristal, melhor; caso contrário, escolha uma de vidro, mas o mais fino que conseguir. Há vários modelos no mercado. Os especialistas não gostam de taças coloridas ou desenhadas. A explicação é que estes formatos comprometem a avaliação visual, que é um ponto importante. Pura verdade. Mas se você acha que a decoração pede uma taça colorida, a ceia permite esta contravenção.

Outra contravenção possível é a ordem do serviço. Não é preciso, necessariamente, ficar no roteiro de começar com o espumante, seguir com o branco, depois o rosé, o tinto e, no final, o vinho de sobremesa. “Se a ceia tem vários pratos servidos ao mesmo tempo, o mesmo pode acontecer com os vinhos”, defende Gabriele.

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O saca-rolha é outro ponto. Aquele fininho, que os sommeliers usam, resolve bem para quem já tem destreza com ele. Um saca-rolha mais requintado ou mesmo os modelos elétricos não devem ser descartados, se você já os tiver comprado.

Por fim, o decanter. Há duas razões para usá-lo, lembra Gabriele. A primeira são os vinhos de mais idade que precisam ser decantados para que a borra no fundo da garrafa não caia na taça e torne desagradável bebê-lo.

Tintos potentes e jovens (aqui, de safras de até sete anos de idade) também pedem um decanter para “abrir” o vinho, liberando seus aromas e sabores. Nos demais casos, a própria taça faz esta aeração. Só não esqueça que o decanter pede um balde de gelo mais largo na hora de corrigir a temperatura durante a ceia. Um caminho é voltar o vinho para a garrafa, depois de decantado. Depois, é só brinda a ceia!

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