Foi-se o tempo em que museu de vinho era apenas uma exposição de objetos históricos, como taças, saca-rolhas e utensílios diversos, utilizados para vinificar ou guardar a bebida. Inaugurada em meados da década passada, a Cité du Vin, em Bordeaux, pode ser vista como uma divisora de água, digo de brancos e tintos, no conceito de museu do vinho, ao criar as mais diversas experiências com a bebida, e não se limitar a uma mostra mais expositiva. Agora chegou a vez do Wow, em Vila Nova de Gaia, cidade conhecida pelas suas caves de vinho do Porto, no norte de Portugal.
Sigla para World of Wine e inaugurado em plena pandemia, o Wow reúne sete museus temáticos, além de uma escola de vinho e 12 espaços, entre restaurantes, bares e cafés, em uma área de 35 mil metros quadrados. Com o vinho como centro, o espaço, com vista privilegiada para a ribeira da cidade do Porto, contribui para tornar ainda mais rica a experiência de passear por Gaia, visitando as casas de vinho do Porto e, de preferência, provando os seus vinhos fortificados.
Seu principal museu é o de “The Wine Experience”, uma visita quase obrigatória para quem passa pelo local, um investimento do grupo The Fladgate Partnership, donos de vinícolas importantes na região, como a Taylor’s e a Fonseca. É interativo, lúdico e didático, tornando mais divertido o conhecimento de videiras, terroir, uvas e, claro, aromas e sabores – sim, em uma das salas há degustação de um vinho tinto para o turista testar seu aprendizado. Outra visita obrigatória é o Planet Cork, também interativo, que traz a história da cortiça. Portugal é líder na elaboração das rolhas com este material e muito se orgulha disso. O Pink Palace foi o último espaço a ser inaugurado e, segundo Alberto Tavares, diretor-geral do Wow, já é o terceiro mais visitado. Nele, o visitante degusta cinco taças de vinho rosé, de vários estilos, enquanto se diverte nas tonalidades de cores deste vinho tão na moda.
O museu com perfil mais tradicional é o Bridge Collection, que traz a coleção de objetos de Adrian Bridge, CEO da The Fladgate. Por muitas décadas, ele foi montado um acervo pessoal que traz a história da humanidade a partir dos copos (ou taças), inclusive um recipiente datado de 7 mil a.C – é a peça mais antiga deste espaço.
Uma tarde é o tempo ideal para visitar três museus e terminar o dia jantando em um dos restaurantes do espaço. No dia da minha visita, tinha planos de conhecer também o The Chocolate Story, que é o segundo museu mais procurado, e o Porto Region Across the Ages, que ouvi bons comentários. Os dois apostam também em propostas interativas, o que mostra que até nas exposições o vinho vai ficando mais descomplicado e acessível. E este é o caminho, pensando principalmente, nos novos consumidores que vem chegando a bebida.
Em breve, haverá um museu com proposta semelhante em Verona, na Italia, o que indica mais uma tendência do enoturismo. O tíquete unitário para um museu sai por 20 euros, mas pacotes com dois ou mais museus têm descontos. Informações em wow.pt.