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Suzana Barelli

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Le Vin Filosofia

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O que esperar do vinho em 2023

Liquidações, mais espumantes e brancos, novos pontos de venda são fatores que devem marcar o mundo dos brancos e tintos neste ano

As liquidações são quase uma tradição do mundo do vinho no início de ano e em 2023 não deve ser diferente já que vários lojistas entraram o ano bastante estocados. Neste ano, a importadora Grand Cru saiu na frente e começou a sua promoção de brancos e tintos ainda na primeira semana do ano. Na lista de garrafas com descontos que chegam a até 40%, estão rótulos como os da vinícola italiana Allegrini, como o Valpolicella DOC, de R$ 219,90 por R$ 131,94 ou o La Grola Veronese, de R$ 489,90 por R$ 293,94, entre outros.

Neste cenário, espera-se que novas lojas anunciem os seus descontos em breve e que os consumidores aproveitem para abastecer a sua adega. Mas não são apenas as liquidações que devem caracterizar o mundo do vinho em 2023, por mais que o preço do vinho deva ter mais destaque este ano.

Neste início de novo governo, ainda não dá para saber como vai se comportar a taxa de câmbio nos próximos meses, o que influi também no custo o vinho importado. Na prática, a previsão é que deve ter muita variação de valores de um mesmo produto, conforme o ponto de venda. Ou seja, vale a máxima de pesquisar muito antes de comprar. Conforme a política de preços de cada lojista, boas pechinchas podem aparecer.

Vinho tinto Foto: Douglas Shindy

O ano de 2023 também deve consolidar os novos locais para consumo de vinho. Pesquisa da consultoria inglesa Wine Intelligence sobre o mercado brasileiro aponta um consumo crescente desta bebida em bares, o que não era comum antes da pandemia. “A tendência é ter vinhos disponíveis em cada vez mais canais de venda”, afirma Rodrigo Lanari, que representa a Wine Intelligence no Brasil. Isso significa desde garrafas em aplicativos de entrega (tem pouco mais de um ano que a Ambev colocou garrafas de vinho no Zé Delivery, por exemplo); nos quiosques nas praias, entre outros pontos de venda.

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Os espumantes devem continuar a brilhar, mostrando que não são mesmo uma bebida apenas para festas. Atualmente, nos cálculos da consultoria Ideal, as borbulhas representam 17% do mercado dos chamados vinhos finos, aqueles elaborados com uvas viníferas, e devem aumentar a sua participação. O mesmo deve acontecer com os vinhos brancos, categoria que combina muito com muitas das receitas brasileiras, mas que começou a conquistar espaço nas taças dos brasileiros recentemente. “Os brancos devem crescer, enquanto a força do rosé parece estar diminuindo por aqui”, afirma Felipe Galtaroça, CEO da Ideal.

Galtaroça, no entanto, faz uma ressalva: não será um crescimento estrondoso como aconteceu com o setor nos últimos dois anos. Ele acredita em um pequeno crescimento, de algumas categorias. Além das citadas, ele aposta na maior procura pelos vinhos com maior açúcar residual, aqui em todas as faixas de preço.

Ah! E sobre as liquidações, não esquecer que um cuidado importante nestes momentos é evitar adquirir safras mais antigas. Nos brancos, fique naqueles elaborados há no máximo dois anos; os tintos aguentam um pouco mais, de três a quatro anos. É certo que há vinhos que envelhecem bem, outros não, mas nestas vendas de impulso nem sempre se sabe como a garrafa foi armazenada (o que influi, significativamente, na sua qualidade). Há, ainda, quem tente passar para frente vinhos que já perderam seu frescor ou estão oxidados ou com problemas de vazamento na rolha. Se o preço estiver mesmo convidativo, compre uma garrafa, prove. Se gostar, aí sim volte e compre as demais garrafas.

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