Chile ou Portugal? Os dois países estão na preferência do consumidor brasileiro quando o assunto é vinho importado. Atualmente, o Chile lidera com pouco menos de 40% do mercado, seguido por Portugal, com quase 19%, segundo dados da consultoria Ideal. E devem manter esta liderança agora que a procura é crescente por rótulos mais baratos.
O Chile é craque em enviar vinhos de baixo valor unitário, que agrada ao gosto do brasileiro. Um exemplo é a linha Reservado, categoria sem qualquer correspondência à qualidade, mas que faz sucesso. Portugal, por sua vez, vem priorizando o Brasil em suas ações de promoção. O país, alias, está organizando uma superpromoção de seus vinhos nos supermercados brasileiros, que representam mais de 30% da importação destes itens de Portugal para cá. Já vale reservar a data na agenda: será entre 23 de outubro e 1 de novembro.
Como a diversidade é uma boa característica do mundo do vinho, não é preciso escolher entre um ou outro país. Fique com os dois.
Mas o Paladar pediu a nove sommeliers indicações de um rótulo chileno e outro português para quem quer beber honestamente nesta quarentena e não gastar uma fortuna.
As dicas tinham de ser vinhos até R$ 60 para não doer tanto no bolso. Em alguns casos, o valor superou um pouco este patamar. Isso é resultado da confusão de preços no mercado, reflexo direto da desvalorização do real frente ao dólar.
Para escolher estes rótulos, os profissionais do vinho dão algumas dicas. A primeira é não esperar grandes achados. “É preciso saber que nesta faixa de preço será um vinho simples, para tomar no dia a dia”, diz a sommeliere Cassia Campos, que junto com a também sommeliere Daniela Bravin têm um bar e um clube de vinhos em São Paulo. Daniela complementa: “e optar por vinhos de safras mais recentes.”
O sommelier Gustavo Giacchero, do hotel Fasano de Belo Horizonte, lembra que há regiões com brancos e tintos de melhor relação qualidade e preço. “Alentejo e Tejo tendem a ter vinhos mais baratos do que o Douro, na categoria de entrada de linha”, diz ele, sobre Portugal. O sommelier Gianni Tartari, destaca que, nesta faixa de preço, é melhor ir para regiões clássicas. Por exemplo: no Dão português, escolha um touriga nacional (a variedade originária desta região), se a ideia é um cabernet sauvignon chileno, opte por um tinto do vale de Maipo.
Confira a seguir as dicas de cada sommelier. No total, são 18 vinhos de boa qualidade pelo seu preço.
Adiu Bastos, do restaurante Tuju V Syrah, Vale de Curicó, Chile, R$ 45, na Wine Lovers Adega de Pegões Rosé, Peninsula de Setúbal, Portugal, R$ 64, na Vinhos do Mundo
Daniela Bravin e Cassia Campos, da Sede 261 Undurraga Chardonnay, Vale Central, Chile, R$ 55, no Supermercado Madri Caminhos Cruzados Titular Tinto, Dão, Portugal, R$ 59,99, no Oba Hortifruti
Diego Arrebola, da consultoria Entrecopos Botalcura Codorniz Sauvignon Blanc, Vale Central, Chile, R$ 59,90, na Portuscale Perereca do Monte 2018, Portugal, R$ 58,65, na Total Vinhos
Gianni Tartari, professor da ABS-SP e da The Wine School Foye Cabernet Sauvignon, Vale de Maule, Chile, R$ 60, no Bonovino.com.br Lagares de Penalva Tinto, Dão, Portugal, R$ 61,44, no Bonovino.com.br
Gustavo Giacchero, do Fasano de Belo Horizonte Santa Ema Select Terroir Reserva Cabernet Sauvignon, Maipo, Chile, R$ 40, na Wine Lovers Castelo de Pias, Alentejo, Portugal, R$ 41,80, na Wine Concept Brasil
Juliana Carani, do restaurante Pipo e da importadora Clarets Ramirana Cabernet Sauvignon, Vale Central, Chile, R$ 54, na Adega São Bartolomeu Paulo Laureano Eleição do Enólogo, R$ 60,50, na Adega Alentejana
Paula Kampol, do restaurante Charco Cousiño Macul Cabernet Sauvignon 2016, Maipo, Chile, R$ 53, no DiVinho Cartuxa EA Tinto Blend, Alentejo, R$ 62,91, na Enoteca Brasil
Gabriela Bigarelli, sócia da GB&Consultoria Mucho Mas Carmenere, Maule, Chile, R$ 59,90, na Decanter Ciconia Tinto, Alentejo, Potugal, R$ 59,99, na Cantu
Gabriele Frizon, consultora de vinhos Cumbres de Tagua Syrah 2015, Vale Central, Chile, R$ 63, na Dominio Cassis Monte das Anforas 2018, Alentejo, Portugal, R$ 59,90, na Portuscale