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Pouco álcool na boca dos outros é refresco

A frase sempre causa estupefação, já até debati o assunto no blog e no Facebook: não bebo álcool com calor. Aquela garrafa geladinha de espumante dá a impressão de matar a sede, bebemos com sofreguidão, mas as letrinhas estão lá, no canto: 14° de teor alcoólico e depois vem mais calor. É tempo de suco, de chá mate gelado, de café com gelo (um dia isto chega aqui, é fantástico, mas precisa vencer resistências culturais. Minha fórmula é um copo long drink entupido de gelo, onde despejo 3 xícaras de expresso. É reconstituinte). Passadas as festas, os volumes grandes de comida para inverno que consumimos no Natal e ano-novo, é hora do que chamo hepatoférias, o descanso restaurador para começar tudo de novo. Mas os renitentes e vinomaníacos não precisam abandonar o vinho totalmente. Há garrafas para o verão. Não estou me referindo aos rosados falso-magros. Não é a cor que importa, mas o volume de álcool que contém. Já provei muito rosé com 15°, e minha lembrança mais memorável foi o Torrontés Yacochuya, muito aromático, facílimo de beber, tomado lá em Salta, extremo norte da Argentina. A garrafa desapareceu em minutos e não matou a sede: o rótulo exibia a chocante marca de 15.3 volumes de álcool por litro, praticamente um Porto. Pensando bem Porto é uma ideia, o branco. As alternativas são: alguns deliciosos Rieslings alemães com menos de 10° de álcool (sim, eles existem. Apesar do efeito estufa e da dificuldade dos produtores para fazer trocken ? os secos ?, as uvas estão amadurecendo demais e de modo brutal. Para quem quiser um Riesling seco de estirpe, o Egon Muller Scharzhof, com singelos 9 volumes de álcool, praticamente uma cerveja forte. Ele mais uns camarões na praia são a perfeição (eu tiraria a praia, mas admito que vocês gostem). E os drinques. Raramente drinques com vinho dão certo. Mas há alguns. O Porto branco com tônica é um que funciona. Outro são as amáveis misturas de suco de fruta e o espumante que sobrou de ontem na geladeira. Michael Broadbent sempre começa o dia com uma mimosa: uma parte de champanhe francês (ele pode) e outra de suco de laranja.

FOTOS: Felipe Rau/Estadão

MIMOSA

1 parte de espumante 1 parte de suco de laranja

PORTO TÔNICA

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50 ml de Porto Completar um copo longo com água tônica ou club soda.

FOTOS: Reprodução

Fonseca - Excelente

Equilibrado, com a doçura evidente na boca. É delicado e vai produzir um porto tônica mais suave.

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Niepoort - Excelente

Como a marca registrada de Dirk Niepoort é a acidez, este é o melhor Porto para drinques, porque tem uma boa acidez que se sobressai sobre o adocicado.

Noval - Excelente

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Mais sério, muito equilibrado. Quer saber? Esqueça a tônica. Beba frio e sozinho!

>> Veja todos os textos publicados na edição de 3/1/13 do 'Paladar'

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