Não se intimide pela descrição do estilo de cozinha do Urban Kitchen: flexitariana. No caso, isso quer dizer apenas que o cardápio não tem carne vermelha, coisa que talvez você nem notasse diante de tantas opções atraentes na seleção de pratos preparados pela chef Jacqueline Iwao. O que você precisa saber é que a comida é boa, leve, feita à base de produtos orgânicos de pequenos produtores, aproveitados integralmente (até o descarte orgânico vira adubo, vendido em pacotinhos, com renda revertida para a ONG Pata Amada). Quase todos os pratos têm leve toque oriental, coisa da chef, filha de um italiano e uma japonesa, que cresceu no restaurante que a mãe teve no centro de São Paulo.
A casa, fruto da parceria de Jacqueline com sua companheira, a empresária Ana Franzini, nasceu no Campo Belo, há quatro anos e agora tem também uma filial na movimentadíssima Ferreira de Araújo, em Pinheiros, com ambiente agradável, despretensioso e repleto de plantas. Funciona da manhã à noite, sem intervalos, com o mesmo cardápio.
Para uma refeição convencional, com entrada, prato e sobremesa, comece com bolinho arroz com sete grãos e queijo (R$ 47 a porção), servido com geleia de pimenta feita na casa, ou peça a tostada de queijo brie, muçarela e cebola caramelizada (R$ 38). O frango jasmin é de raspar o prato: as tiras de frango grelhadas no char broil são servidas com molho à base de capim-santo, gengibre, pimenta, especiarias, leite de coco e um toque sutil de curry. Para completar, arroz de jasmim com castanhas-de-caju, lascas de coco assado e brócolis grelhado (R$ 78). Rivaliza com uma versão suavizada de pad thai, em que o macarrão de arroz, feito na casa, vem com molho à base de pasta de tamarindo com limão e pimenta, combinado com camarões grelhados, ovo, brócolis, cogumelos, ervilha-torta, cenoura, cebola-roxa, pimentão, moyashi e molho tailandês (R$ 77). Saí querendo repetir os dois pratos e também o risoto de cabotiá incrivelmente suculento cujo sabor é construído a partir de um creme de abóbora cozida no missô com especiarias e sakê mirin (R$ 69). Alguns ítens do cardápio podem ser feitos em versão vegana.
Se a ideia é um brunch ou refeição fora de hora, boa opção é a seleção slow brunch, que traz ovos orgânicos em diferentes preparações, com destaque para o shakshuka, omeletes e duas versões de egg benedict. Tem panquecas, vários toasts com pão de fermentação natural. Para beber, coquetéis autorais e tradicionais, com e sem álcool, sangria, clericot e cervejas artesanais, além de cafés, smoothies, infusões, lates...
Na sobremesa, devil’s cake (com açúcar demerara, ali não entra açúcar refinado), pavlova, banoffee e sorvetes da Nice Cream, sorveteria das mesmas donas.
Rua Ferreira de Araujo, 332, Pinheiros. Todos os dias, das 8h às 23h. @urbankitchen.br