Já desisti de acertar a maneira correta de escrever babaganoush ou babaganouche ou babaganuj ou baba ghannouj ou babaganush ou ainda babaganuche. Simplesmente porque cheguei à conclusão de que não existe maneira correta. O nome – que quer dizer pai mimado, em árabe, e cuja lenda diz que o tal pai mimado seria um sultão sem dentes que só podia comer papas e adorava berinjelas – tem incontáveis variações, dependendo do lugar e de quem escreve.Mas a receita, ao contrário, é daquelas que a gente acerta de cara. Aprendi a prepará-la com o Edmundo Issa, professor de cozinha árabe da Universidade Anhembi Morumbi (e fiz minhas adaptações). A melhor surpresa foi descobrir que esta pasta de berinjela, tahine, limão e alho pode ser apenas delicadamente defumada e ter sabor sutil. Geralmente, ela é marcante demais e ofusca a delicadeza da coalhada seca e a personalidade ímpar do homus, as outras duas célebres pastas da cozinha árabe, servidas com pão pita.Bom, tenho de fazer uma advertência: a vizinhança toda vai notar que você está fazendo babaganuche assim que colocar quatro berinjelas grandes para queimar diretamente na boca do fogão e o cheiro for tomando conta da casa. Ah, o fogão fica imundo! Mas vale a pena, garanto.