De família italiana, eu jamais teria imaginado um prato como este: tagliatelle com páprica, gengibre, canela, pimenta caiena, cúrcuma, coentro moído e açafrão… Vi a receita no livro Plenty (sem edição em português; US$ 22, na amazon.com) e tive a impressão de que dessa vez Yotam Ottolenghi tinha ido longe demais na vontade de misturar sabores do Oriente Médio com os de outras culturas. Massa só com especiarias? Sem chance. Virei a página.Mas sem notar comecei a imaginar os sabores: a cebola dourada na manteiga com azeite até começar a escurecer ia ficar adocicada, parecia a base perfeita para a combinação de especiarias. Havia, sim, boa chance. Arrisquei. Ficou fantástica. Picante, aromática, com o toque adocicado da cebola. O pinole tostado fez o contraste de texturas e as folhas de hortelã deram um refresco. Uma delícia. Mas preciso confessar que pulei a etapa da receita original que recomenda fazer a massa em casa – comprei pronta. Ah, também reduzi pela metade a pimenta caiena.Para Beber
Segundo o sommelier do Tête à Tête Marcos Martins, a bebida precisa ter acidez para brigar com a gordura e frescor para equilibrar as especiarias. Ele sugere o francês Alain Brumont Gros Manseng – Sauvignon Blanc VdP 2013 (R$ 69,20 na Decanter), o argentino Miras 5 Hijos (R$ 72,50 na La Charbonnade), um corte de Sauvignon Blanc, Chardonnay, Semillón, Torrontés e Viognier, e a cerveja paulistana Júpiter American Pale Ale (R$ 17,99 na Cerveja Store), cítrica e refrescante.