O gin conquistou o pódio de uma das bebidas favoritas no preparo de drinques aqui no Brasil. Gin Tônica, Fitzgerald, Negroni, Dry Martini... São muitos os coquetéis preparados com a bebida que conquistou o mundo impulsionada pela fama conquistada no Reino Unido. Algumas das marcas tradicionais disponíveis no mercado têm mais de 200 anos de história para contar. Em território nacional, encontram-se representantes de peso, produzidas com cuidado, bem equilibradas na escolha dos botânicos que fazem parte da formulação do destilado.
As sementes de zimbro, fruto redondo e azulado, rico em óleos, imprimem identidade à bebida. São elas que conferem o aroma e o sabor característico do gin. Sem ela, não há gin. Já a escolha dos demais botânicos que entram na composição do gin varia bastante. “Cada gin tem sua composição própria de botânicos”, explica Alex Sepulchro, bar mananger do SubAstor e um dos jurados convidados por Paladar. “Tem gin com 10, 12 botânicos e tem outros com apenas 3 botânicos, cada marca cria a sua receita”.
E o que afinal faz um bom gin? Segundo outro dos nossos jurados convidados, o empresário Ricardo Miyazaki, do The Punch Bar, o que faz a bebida ser agradável ao paladar, ao olfato e, consequentemente, ser classificada como uma bebida de qualidade é o equilíbrio entre o aroma e o sabor.
“O grande desafio foi provar a bebida pura”, diz Gilberto Amêndola, jornalista, autor da coluna “O Balcão do Giba”, publicada no Estadão. “As amostras mostraram muitas diferenças, cada uma delas pode funcionar bem a sua maneira em diferentes drinques”.
Foram degustadas onze marcas de gin, que contemplaram rótulos importados e nacionais limitados à faixa de preço entre R$ 35 e R$ 130. Uma amostragem do sortimento que existe hoje nas prateleiras das redes de supermercado. A degustação foi realizada às cegas, numa tarde de terça-feira no bar G&T, no bairro dos Jardins, especializado em coquetéis feitos com gin.
Teste às cegas
Os jurados provaram uma amostra de cada vez, sempre intercaladas com água mineral para limpar o paladar. Eles avaliariam características como visual, aroma, paladar e visão geral da bebida, o que inclui a harmonia da composição e as especificidades de cada gin.
No vídeo você acompanha os bastidores do teste com comentários do time de jurados composto por Ricardo Miyazaki, do The Punch Bar; Valmir Silva, sócio do G&T; Alison Oliveira, do Caledônia; Gilberto Amêndola, colunista do Estadão, e Alex Sepulchro, do SubAstor.
Abaixo o grande vencedor do Selo Paladar e a lista comentada de todas as marcas avaliadas em ordem alfabética.
Quais as melhores marcas de gin?
- Bombay
- Minna Marie
- Arapuru
As onze marcas na avaliação dos jurados, em ordem alfabética
O gin que arrematou o terceiro lugar no ranking de Paladar destaca no rótulo a presença de botânicos como coentro, angélica, mexerica, limão-cravo, caju, imbiriba, puxuri, pacová, louro, aroeira e hibisco. Uma bebida, segundo os jurados, de bom aroma e bom paladar. E que também apresentou equilíbrio na presença dos botânicos (R$ 119,00, a garrafa com 750 ml)
Mais uma representante da produção nacional, a bebida apresentou pujância no álcool e dulçor artificial. Um gin com pouco equilíbrio na presença dos botânicos (R$ 34,97, a garrafa com 1 litro)
A bebida aponta no rótulo a presença de botânicos como romã, castanha-do-pará, cardamomo, lavanda, raiz de angélica, semente de coentro, laranja-baía, pimenta preta, noz moscada, tomilho e limão-cravo, além do zimbro. Na lista de atributos deste gin produzido no Brasil, os jurados destacaram um sabor doce com sutil picância e notas florais. Uma bebida forte e com botânicos bem equilibrados (R$ 119,98, a garrafa com 750 ml)
O gin da tradicional marca inglesa, produzido desde 1820, apresentou aroma intenso, paladar equilibrado nos botânicos com presença de laranja no nariz e na boca. Uma boa pedida para o preparo de drinques como o gin tônica (R$ 99,98, a garrafa com 750 ml)
O grande vencedor do Selo Paladar é o gin inglês da garrafa azul. Os jurados classificaram o sabor da bebida como equilibrado e versátil, com leve toque cítrico, perfeito para drinques clássicos como Negroni e Dry Martini. Uma bebida redonda, de aroma suave e agradável (R$ 99,97, a garrafa com 750 ml)
Um gin produzido em território nacional de sabor adocicado, levemente amanteigado e final limpo. Os jurados destacaram sensações olfativas florais, com notas de rosa. Uma bebida arredondada e suave com relação a presença de botânicos (R$ 109,90, a garrafa com 750 ml)
O gin que levou o segundo lugar no nosso teste é produzido no Brasil e apresentou aroma delicado, com notas florais e cítricas. Presença marcante de botânicos como o capim-limão. O sabor, de final levemente adocicado, surpreendeu positivamente os jurados (R$ 89,98, a garrafa com 750 ml)
A bebida brasileira foi bem avaliada. Os jurados classificaram o sabor como levemente terroso, com presença evidente dos botânicos. Na boca, apresentou final salgado e doce, com notas de amora (R$ 47,50, a garrafa com 1 litro)
A bebida produzida no Reino Unido destaca na lista de botânicos, além do zimbro, a presença de coentro e angélica. Os jurados identificaram no teste às cegas, aroma levemente herbal, um toque frutado e salgado com pouca persistência na boca. Aroma intenso, porém sem profundidade. Um certo amargor no final desagradou (R$ 59,98, a garrafa com 700 ml)
A marca inglesa que começou a ser produzida em 1830, apresentou sabor arredondado, com leve amargor, uma certa picância e botânicos em harmonia. Uma bebida visualmente límpida e de aroma suave (R$ 129,98, a garrafa com 750 ml)
O gin orgânico produzido no Brasil destaca a presença de cardamomo, coentro, pimenta-da-Jamaica e casca de limão desidratada na lista de botânicos apresentada no rótulo. Os jurados classificaram a bebida como leve, bastante aromática, com presença marcante de cardamomo, e de sabor agradável (R$ 89,90, a garrafa com 750 ml)