Centenas de garrafas de vinho com cerca de cinco mil anos na necrópolis Umel Caab, na cidade de Abydos, no Egito, foram encontrados. A descoberta aconteceu em outubro, no túmulo da rainha Meret-Neith, por um grupo de arqueólogos da Alemanha e da Áustria ligados à Universidade de Viena, conforme foi divulgado pela revista Newsweek.
Segundo os pesquisadores, muitas das jarras de vinho encontradas estavam “bem preservadas”, com algumas ainda fechadas com as rolhas intactas.
Meret-Neith não só era a mulher mais poderosa de seu tempo, mas foi a primeira mulher faraó ainda na Primeira Dinastia, antes mesmo de Cleópatra, a mais famosa delas, que foi a última governante da 33ª Dinastia, a Ptolomaica.
Junto ao vinho também foram achadas sementes de uva. Para os pesquisadores, a descoberta tem o potencial de expandir o entendimento sobre as produções mais antigas de vinho.
“A data excepcionalmente antiga deste material situa-o numa conjuntura cronológica chave, à medida que o conhecimento da produção de vinho e do cultivo da videira se espalhava para sudoeste, desde o seu local de origem hipotética no que hoje é a Geórgia, a Arménia e o Irão, através do Levante e ao longo do leste costa do Mediterrâneo e descendo até o Egito”, afirmou a especialista Emlyn Dodd - que não fez parte da missão arqueológica diretamente - à Newsweek.
Para ela, uma análise apropriada dos recipientes e do seu conteúdo poderia revelar novos dados significativos sobre o conhecimento da produção de vinho neste período e a disseminação do cultivo e domesticação precoce da videira.
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