Muitos não sabem, mas o gosto da comida pode sim sofrer alterações durante o voo. Isso acontece porque cerca de metade do ar que respiramos provém da atmosfera em que o avião voa e a outra metade é filtrada. Assim, a 30.000 pés, o ar da cabine se torna extremamente seco, com um nível de umidade estimado em cerca de 12%.
Essa situação está associada a desidratação constante durante o voo, o que pode alterar como sentimos o olfato e o paladar. O gosto de algumas coisas ainda pode ser sentido, mas o senso de sabores salgados e doces fica especialmente fraco, segundo informações do Food & Wine.
Comida salgada?
Mas além dos sentidos mudarem, o problema que realmente existe é que a comida servida pela companhia aérea é extra-salinizada, ao ponto de aproximadamente 20% a mais de sal, para oferecer um prato saboroso, em razão do paladar extremamente alterado.
Pesquisa
O Instituto Fraunhofer da Alemanha realizou a pedido da companhia Lufthansa um teste de sabor no qual os seres humanos, no caso os “comensais de bordo”, foram colocados em assentos apertados em uma câmara de pressão reduzida para imitar a pressão do ar extremamente baixa em altitude de 30.000 pés.
Eles foram alimentados com comida da Lufthansa enquanto eram bombardeados com o drone de 80 decibéis dos motores da aeronave. Para trazer ainda mais aspectos de um voo real, os pesquisadores fizeram com que os assentos vibrassem para simular momentos ocasionais de turbulência.
Gostos picantes, amargos e azedos
Após o teste, os participantes afirmaram que os sabores que ficaram praticamente intactos foram “amargo”, “azedo” e “picante”. Além desses, um tipo de comida que parece não perder totalmente o sabor são as iguarias japonesas, como molhos quentes, yakitori e missô. Isso pode ocorrer porque esses pratos carregam níveis elevados de sódio por definição.
Para quem quer cuidar da saúde, então, a tática pode ser escolher um menu de bordo que tenha comidas picantes ou os tracionais molhos e sopas do Japão.