O restaurante Casa do Saulo, do chef Saulo Jennings, é uma referência da comida do Norte do Brasil. Hoje, o estabelecimento já possui filiais operantes nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Nascido em Santarém, no Pará, o chef Saulo é um grande defensor da culinária amazônica e aprendeu a cozinhar com o pai. No último ano, recebeu um prêmio de Chef do Ano e foi eleito 1º Embaixador Gastronômico da ONU.
Em entrevista ao Paladar, o profissional contou algumas curiosidades sobre o seu restaurante e sua trajetória na cozinha. Confira abaixo:
Como surgiu o restaurante?
O primeiro restaurante foi aberta na varanda de casa de Saulo após ele ficar desempregado. “Tinha acabado de fazer uma casinha de praia pra mim e de abrir uma escola de kitesurf. Quando terminava a aula, eu costumava cozinhar para os alunos. Acabou que a comida fazia mais sucesso que as aulas. Os amigos começaram a demandar, pedir para eu abrir um restaurante”.
O chef então abriu o restaurante informalmente com apenas um fogão de duas bocas e um isopor com peixe. “Nem precisei pensar no nome, todo mundo começou a chamar o lugar de Casa do Saulo.” No começo, ele atendia cinco mesas. Atualmente, o espaço é um grande salão para atender 400 pessoas.
A cozinha do chef
Saulo define a sua comida como tapajônica, paraense e amazônica. “A Amazônia é muito grande. Tem vários países dentro dela, literalmente. A paraense se torna uma culinária também que é a junção de todos os microbiomas locais. Tem o microbioma das ilhas do Marajó, microbioma do Xingu, microbioma do Nordeste paraense e do Oeste do Pará, que é a região do Tapajós, com peixes que só existem lá”, destaca o chef.
Entre os pratos que exemplificam a cozinha de Saulo está o peixe assado na churrasqueira da cozinha, servido com farinha, banana assada, vinagrete de feijão de Santarém e arroz servido em tábua de madeira.
A criação é inspirada na piracaia, que não é um prato, é um ato cultural, segundo o chef. “Ao pé da letra, piracaia significa peixe no fogo. É um ato cultural que remete ao hábito de pescar o peixe na beira do rio e assá-lo ali mesmo no fogo. Fazer um fogo no buraco da praia, no moquém, assar apenas com pimenta, sal, limão, farinha e cachaça. Servir no remo da canoa, sempre com música. É uma festa! Reproduzo esse ritual na matriz do Tapajós. No restaurante em São Paulo, transformei o ato e um prato”.
Onde ficam os restaurantes?
Existe o restaurante matriz, a Casa do Saulo Tapajós, em Santarém, no Pará, onde tudo começou. Há outro em uma pousada do chef, também em Santarém. Além destes, tem restaurantes em Belém, o Casa do Saulo Onze Janelas, que é o mais turístico de todos, e um dentro do hotel Quinta de Pedras.
No Rio de Janeiro, o Casa do Saulo fica dentro do Museu do Amanhã. Em São Paulo, há uma casa na Vila Olímpia. Veja os endereços aqui.