O governo Francês, juntamente com a União Europeia, decidiu adotar uma medida extrema para controlar a crise em seu mercado de vinhos: destinar mais de 200 milhões de euros (cerca de R$ 1 bilhão) para a compra e destruição da produção excedente da bebida no país.
A decisão foi anunciada pelo governo como parte de uma iniciativa para frear a queda de preços causada pela diminuição da demanda do mercado consumidor nacional de vinhos franceses. Segundo o ministro da agricultura da França, Marc Fresnau, o plano tem como objetivo reparar o colapso de preços e possibilitar que os produtores de vinho tenham uma fonte de renda com a compra dos excedentes. Entre as regiões mais afetadas pela queda de produção, estão Bordeaux e Languedoc - os principais focos da medida protetiva.
Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, Jean-Philippe Granier, da associação de produtores de vinhos de Languedoc, afirmou que no país, estão “produzindo demais, e o preço de venda está abaixo do preço de produção”, o que resultara em grandes prejuízos para o setor.
Para não simplesmente desperdiçar o expressivo volume de vinho adquirido, o governo irá “destruir” o vinho comprado, destilando o álcool puro, que será revendido para outros ramos da indústria, como a cosmética e de produtos de limpeza.
A queda no consumo de vinhos e a mudança nos hábitos dos franceses foram apontadas como as principais motivações para retração na demanda. Segundo informações do jornal The Washington Post, o consumo de vinho no país vem caindo há décadas. No auge do consumo de vinhos, os franceses tomavam em média 126 litros por ano. Atualmente, esse número diminuiu para 40 garrafas.
No entanto, o vinho segue sendo um produto fundamental para a mesa dos franceses. Segundo dados da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho), o país é o segundo maior consumidor e produtor do produto no planeta.