A entomofagia - isto é, o consumo direto de insetos e/ou de seus produtos pelos seres humanos - não é algo novo no universo gastronômico. No Brasil, por exemplo, uma das iguarias que simbolizam isso é a farofa de içá, feita com formigas saúva. No respeitado D.O.M, comandado pelo chef Alex Atala, as saúvas amazônicas estão em um dos pratos do menu degustação, e, ao redor do mundo, existem inúmeros restaurantes renomados, contemplados com estrelas Michelin, que utilizam insetos em seus preparos.
É comum que boa parte da população - em especial a ocidental - associe todo tipo de inseto à peçonha, no entanto existem mais de 1 milhão de espécies no planeta, e entre eles 1900 tipos comestíveis, nomeados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.
Na lista estão presentes formiga, gafanhoto, lagarta, abelha, grilo, besouro, entre outros, e só na categoria besouro existem 350 tipos seguros para serem consumidos.
Na verdade, conforme aponta o Guia Michelin, os insetos já fazem parte da indústria alimentícia em mais setores do que se imagina, visto que certos alimentos contém fragmentos de insetos. É o caso dos grãos de café, que podem ter até 10% de restos dos pequenos animais invertebrados, e dos sucos de fruta, que podem ter ovos de moscas, todos em quantidades não prejudiciais à saúde.