Estimativas divulgadas pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) mostram que a produção global de vinho atingiu o seu menor nível desde 1961.
A justificativa para essa mudança drástica são as condições climáticas extremas que todo o planeta está enfrentando frequentemente. Isto é, volumes excessivos de chuvas, ondas de calor intensas, fortes secas, além de condições naturais que permeiam principalmente o solo. As informações são do The Guardian.
Reorganização na escala dos maiores produtores de vinho
Um dos impactos observados é a alteração da escala dos maiores produtores mundiais de vinho. Antes, esta classificação sinalizava a Itália, França e Espanha. Agora, o primeiro lugar do pódio está com a França, enquanto a Itália apresentou queda ao se firmar na segunda colocação e a Espanha permaneceu fechando esta classificação.
Além desses países, outros, que representam uma produção menor em escala global, como África do Sul, Brasil, Austrália, Argentina e Chile, não escaparam desta mudança, registrando reduções de 10% a 30% na produção.
Outro ponto de vista
A OIV também observou, nesse contexto que apresenta quedas globais e montantes de estoques, que a baixa produção pode ajudar a equilibrar o mercado global, contribuindo na manutenção da indústria vinícola nesse aspecto.
Alta recorde no preço do azeite
Não é só o vinho que está sendo afetado pela crise climática. O azeite de oliva também sofreu um aumento significativo nos preços. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços do azeite subiram 26,69% no acumulado de 12 meses até outubro, enquanto a inflação média dos itens da cesta básica ficou em 4,82%.
Esta é a maior alta em sete anos e, segundo Felippe Serigati, professor do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), um dos fatores é a guerra entre Rússia e Ucrânia. A valorização do dólar também influenciou o aumento dos preços.
A crise climática no Mediterrâneo, responsável por 90% da produção mundial de azeite, é outra causa significativa. Fenômenos como o El Niño e o aquecimento global prejudicaram as plantações. Ricardo Castanho, especialista em azeites, destaca que a Espanha, maior produtora mundial, sofreu uma perda substancial na última safra.
A alta taxa de importação do produto pelo mercado brasileiro também contribui para a crise, deixando o Brasil dependente dos preços internacionais. Os consumidores brasileiros sentem no bolso essas oscilações, fruto de fatores geopolíticos e ambientais combinados. Saiba mais no link.
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