O vinho é uma das bebidas alcoólicas mais famosas e apreciadas do mundo, com diversos tipos e estilos, que variam de acordo com a uva utilizada na sua produção. Mas há outros fatores que influenciam para que determinado vinho seja reconhecido, como a região, que dependendo da popularidade ou do momento, pode produzir vinhos icônicos.
No livro ‘A Volta ao Mundo em 80 Vinhos’, de Mike Veseth, são citados rótulos de todas as partes do planeta e algumas chamam atenção pela forma como são feitos, pelo preço e também pelo ambiente como um todo. Para saber mais sobre os vinhos citados no livro, leia o conteúdo completo na newsletter do Guia dos Vinhos. A seguir, confira regiões icônicas pela produção de vinhos:
Borgonha e Bordeaux na França
Borgonha e Bordeaux são duas regiões muito famosas na França pela produção de vinhos, mas elas têm algumas diferenças importantes. De acordo com um autor, se para você o vinho francês traz à mente a imagem de pequenos produtores enfrentando desafios para fazer um vinho puro e autêntico, então você se identifica mais com os vinhos da Borgonha. No entanto, Veseth destaca que, embora essa ideia seja comum, na prática, muitos vinhos da Borgonha não seguem esse ideal, mas a região ainda é vista dessa forma.
Por outro lado, se você enxerga o mercado de vinhos como um grande comércio global, onde as classificações e marcas conhecidas ajudam na escolha, então você provavelmente prefere os vinhos de Bordeaux. Essa região é perfeita para quem gosta da segurança de comprar marcas famosas e já bem estabelecidas.
Veseth também menciona que tanto os vinhos da Borgonha quanto os de Bordeaux são alguns dos mais famosos e caros do mundo. Porém, ele revela que esses vinhos de destaque são apenas uma pequena parte da produção total. Na verdade, a maior parte do vinho produzido nessas regiões é de qualidade inferior e precisa ser vendida para manter as vinícolas funcionando. Veseth chama esses vinhos menos conhecidos de “Château Fluxo de Caixa” e os compara aos produtos de “Black Friday”, que se beneficiam da fama dos vinhos mais finos para serem vendidos.
Vinhos de guerra
Outra região lembrada pela produção de vinho é a Síria, mesmo que vinho e guerra não combinem muito bem, já que é preciso paz para o cultivo das uvas e a colheita, que não pode ser adiada nem reagendada para um momento e um lugar mais convenientes.
“Os vinhos precisam de paz para fermentar, amadurecer e se desenvolver.(…) O Domaine de Bargylus é, provavelmente, o vinho mais perigoso do mundo. Você talvez entenda por que se eu disser que suas vinhas se encontram na Síria, nas encostas de Jebel al-Ansariyé, outrora conhecidas como Monte Bargilus, não muito longe do litoral mediterrâneo. A região produziu vinhos durante séculos, e uma autoridade como Plínio, o Velho, o ‘Robert Parker’ romano, se referiu a sua qualidade, mas o vínculo com a guerra é fortíssimo’'.
Em agosto de 2014, ocorreram combates perto dos vinhedos entre facções islâmicas e as forças de Assad. Com a explosão de bombas nos vinhedos, os trabalhadores tiveram de fugir e não ficou claro se seria possível fazer a colheita das uvas.
Brasil entre os 80 vinhos
Com muita história por trás, os 80 vinhos icônicos que ajudam a dar a volta ao mundo estão destacados no final de cada capítulo. Mas o autor também resolveu incluir escolhas de sua viagem à la Julio Verne, com 56 rótulos, adicionando à lista vinhos de outros cantos do mundo para completar as 80 garrafas. São rótulos do Vietnã, Havaí, Novo México e, claro, Brasil - que ganhou uma única indicação na divisão “para celebrar”, com o espumante Salton Intenso Brut.