Com exceção d’A Casa do Porco e dos dois novos integrantes brasileiros da lista dos 50 melhores da América Latina em 2018 – os cariocas Oro e Oteque –, os demais perderam posições no ranking.
Isso quer dizer que os restaurantes brasileiros pioraram? Não. Isso quer dizer que eles tiveram menos visibilidade e foram menos visitados pelos jurados, que como se sabe são 250 gourmets, experts e jornalistas de toda a América Latina. Cada jurado tem de votar em pelo menos 4 casas fora de seu país, as outras 6 podem ser em casa. E só se pode votar em restaurantes visitados nos últimos 18 meses. Ser menos visitado, portanto, é decisivo.
Além de o Brasil ser um país caro para o turismo, faltam iniciativas para divulgar a gastronomia. É o que fazem outros países que têm mais peso no ranking (e, de quebra, estão conseguindo também promover a inclusão social pela gastronomia, gerando empregos, renda, estimulando mercado etc.).
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O Peru, que virou importante destino gastronômico mundial, tem grandes restaurantes, sim, mas investe em turismo especializado, convida jurados e mantém o primeiro lugar desde a estreia do prêmio (Astrid y Gastón, em 2013, Central em 2014, 2015 e 2016, e o Maido, nos últimos dois anos). Todos de Lima.
Só eu visitei o Peru e seus restaurantes três vezes nos últimos anos, sempre a convite da Promperu, o órgão de turismo local. Quase todos os jornalistas especializados já estiveram lá ou receberam convites. E como os restaurantes são bons, são lembrados na hora do voto.
O México, que sediou o evento duas vezes, em 2015 e 2016, tem o maior número de restaurantes no ranking, 13 ao todo, o mais bem posicionado é o Pujol, em terceiro lugar. A Colômbia, sede pela segunda vez, já começa a ver os resultados, tem quatro casas na lista, uma delas, Leo, entre os top 10.
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Os restaurantes brasileiros estão perdendo posição no ranking não por falta de qualidade, talento ou bons produtos. E, sim, por falta de iniciativas.