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Restaurantes e Bares

Descubra duas experiências únicas para comemorar o Dia do Sushi em São Paulo

Na Vila Buarque ou nos Jardins, conheça menus de sushimen de personalidade

Prato de cerâmica preta com uma porção de comida japonesa no centro. Foto: Tati FrisonFoto: Tati Frison

Se a era dos rodízios entrou em declínio, a dos omakases não para de aumentar seu rebanho de hashis. Como se tratam de menus confiança, isso é, refeições em que o sushiman escolhe o que é servido, a personalidade do mestre conta. E muito.

Na Vila Buarque, botecolândia da pauliceia, Simon Ito, por exemplo, usa o antigo estoque do Koya 88 como palco para uma experiência de 19 bocados (R$ 265). São três aperitivos, quinze sushis com ingredientes da estação e uma sobremesa. Para acompanhar, sugere “nomihoudai”, isso é, saquê à vontade (R$ 120).

“Aqui não é nem izakaya, é boteco mesmo”, diz Simon. Filho de japonês, ele viveu uma década na terra do pai, mas não foi por lá que aprendeu seu ofício: “Trabalhei em fábrica, fui mecânico, comi bastante sushi no Japão, mas comecei a fazer no Brasil. Primeiro na limpeza, no Sushi Kyu, porque limpeza é a base de uma boa cozinha”.

O processo para se tornar sushiman aconteceu mais tarde, no Huto, restaurante que teve uma estrela Michelin. Hoje, em seu “puxadinho”, o som é alto, a luz baixa e há dois horários de reservas de terça a quintas e três sextas e sábados (19h e 21h ou 19h, 20h30 e 22h, respectivamente).

Temaki com shissô e ouriço no boteco Koya 88 Foto: Giuliana Nogueira

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O arroz para os preparos é uruguaio, o vinagre japonês e o tempero tende mais ao sal do que ao açúcar. E é a base para sushis sem frescura, não raro em algas que saem diretamente do saquinho e se aliam a peixes do litoral paulista (como sororoca e olho de boi), ao menos um corte de atum (no mais das vezes de Santa Catarina) e alguma iguaria (como ovas de salmão ou de ouriço).

Seguindo um “free style”, encerra o banquete tomando shots de coquetel com os comensais. Um esquema impensável no Goya Zushi, nos Jardins. Ali, é preciso chegar 15 minutos antes da sessão (às 19h ou às 21h). Então, o balcão de 10 lugares, pode ser ocupado por até oito pessoas, a depender da disposição do chef.

Por incrível que pareça, isso não tem nada a ver com estrelismo, e sim com a doação de Uilian Goya ao próprio sacerdócio. Seu restaurante carrega o nome da família, os sonhos do avô imigrante, a obrigação dos pais de cumpri-los e à sua de perpetuá-los.

A configuração íntima da casa, permite um tête-à-tête com o mestre e seus dois assistentes. A sala é silenciosa, dá um pouco de vergonha de tirar foto para redes sociais e um certo medo de um suspiro mais intenso diante de uma bocada. A cozinha de Goya é altar.

Niguiri com arroz japonês, atum espanhol e wasabi brasileiro fresco no Goya Zushi Foto: Thaís Vieira

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Pegar o temaki recém embalado da mão de seu origamista é um privilégio. Tão grande quanto o de provar atum espanhol, wasabi fresco nacional, peixes pescados de maneira ética em Ilhabela e um blend caseiro com quatro shoyus japoneses e um brasileiro que condimentam com delicadeza as receitas.

“O produto todos nós temos, a habilidade em manipular peixe a gente desenvolve, mas a técnica está em cima do shari [o arroz de sushi] que a gente vai aprimorando todos os dias, porque ele é o condutor disso tudo”, acredita o chef que já trabalhou em japoneses no México e na Itália.

Entre futomakis, donburis e nigiris nota-se a busca pela perfeição e o serviço de espírito omotenashi (a hospitalidade baseada na felicidade do conviva). “Brinco que já fiz muito sushi de salmão e maionese, no início, no Gendai. Hoje sigo os métodos ancestrais —tenho o cru, o cozido, o frito, o ensopado e sempre finalizo com um prato mais forte, com um arroz, um missoshiro e conservas, como no Japão”, explica ele.

Há muita experiência sushizística em São Paulo, mas há algo único no Goya. A começar pelo hashi mais confortável da cidade, desenhado especialmente para a casa. As memórias garantidas, no entanto, têm seu preço: R$ 490 sem bebidas.

Goya Zushi

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Al. Franca, 1151, Jardins. Ter. a sáb., das 19h às 23h. Tel.: (11) 97482-8400

Koya 88

R. Jesuíno Pascoal, 21, Vila Buarque. Ter. a qui., das 19h às 00h; sex., das 19h às 0h30; sáb. das 17h às 0h30; dom., das 13h às 19h. Tel.: (11) 94066-8846

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