Quem ouve falar de Macunaíma, o herói sem caráter, e não se lembra do drinque homônimo, aquele feito com cachaça, suco de limão, xarope simples e Fernet branca, convenhamos, bom bebedor não é.
Ocorre que com o centenário da Semana de 1922, e com tantos Macunaímas e Abaporus – esses, de Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, respectivamente – pipocando nas nossas telas, não deu outra, nos inspiramos a falar sobre “drinque sem carácter”, o original, do bar Boca de Ouro, onde alcançou o status de clássico moderno da coquetelaria nacional e hoje, ainda bem, pode ser encontrado em outras cartas de bares pela cidade de São Paulo (confira o roteiro a seguir) como em todo Brasil.
+ RECEITA: Como fazer Macunaíma em casa
E fica a dica: por se tratar de um drinque que já virou um clássico, em outros bares, mesmo não estando na carta, se pedir com jeitinho, é bem capaz que o bartender prepare um Macunaíma especialmente para você.
Boca de Ouro
Foi no bar em Pinheiros que o drinque surgiu. Tudo começou em 2014, quando um dos sócios, Arnaldo Hirai, pensou em desenvolver um drinque repleto de brasilidade, à base de cachaça. Depois de testar algumas combinações, Hirai chegou no drinque batizado com o nome de Macunaíma, à base de cachaça branca maturada em bálsamo, Fernet e limão (R$ 22). Entre um gole e outro, vale saborear outro clássico da casa, o bolovo (bolinho de carne com ovo cozido, R$ 23).
Onde: R. Cônego Eugênio Leite, 1121, Pinheiros. 4371-3933. 17h/ 23h (sáb. 14h/ 23h. fecha dom. e seg.). Delivery pela Rappi e iFood.
Agustín
No novo bar do Itaim Bibi, o Macunaíma (R$ 38) aparece da ala dos coquetéis clássicos com a seguinte descrição: “corpo médio, cítrico, frutado, sutil dulçor e amargor”. Refrescante como um bom sour e feito com a cachaça branca Arbórea, a dica é pegar o seu copinho e se acomodar numa das cadeiras de praia dispostas na calçada do bar. Para acompanhar, peça uma porção de ostras frescas ou de mexilhões com caldo de tamarindo e capim limão. Onde: R. Carla, 53, Itaim Bibi. 19h/23h30 (sáb. 15h/0h; dom. 15h/19h; fecha 2ª e 3ª)
Bagaceira
Como no menu dos comes, onde não faltam pedidas clássicas de botequim, entre elas porção de torresmo, bolovo, batatinha ao vinagrete e coxinha de frango, as sugestões preparadas nas coqueteleiras do bartender Thiago Pereira, também seguem esta tradição. Os clássicos modernos estão todos lá, rabo de galo (R$ 33), caju amigo (R4 33) e claro, o Macunaíma (R$ 29), preparado conforme a receita original com Fernet, suco de limão, xarope de açúcar, e a cachaça da casa, a Bagaceira, um blend criado pelo cachacier Maurício Maia, e chega à mesa como deve, sem frescuras, no copo americano, bem geladinho. Onde: R. Frederico Abranches, 197, Vila Buarque. 3.ª a sáb., 12h/23h; dom., 13h/ 19h (fecha 2.ª).
Lardo Bar e Sebo
Instalado em uma pequena, senão micro, garagem, o misto de bar e restaurante recebe clientes que ocupam as calçadas da rua tranquila na Pompeia, principalmente nas noites quentes. Ambiente perfeito para petiscar pedidas como a porção de croquetas de cogumelos portobello e paris com queijo de leite cru da Serra da Canastra e bebericar o clássico Macunaíma (R$ 24), preparado com cachaça branca orgânica Serra das Antas e servido no copinho baixo, com fina camada de espuma no topo, tal qual o original. Onde: R. Guiará, 376, Pompeia. 18h/22h30 (sáb. 12h30/15h30 e 18h30/22h30; fecha de dom. a 4ª)
Filial
Depois de quase dois anos fechado, o bar localizado na Vila Madalena reabriu em janeiro, sob o comando do mesmo grupo dos bares Brahma e Riviera. O menu foi repaginado por Romulo Morente (Bar Moela), que manteve alguns clássicos como o bolinho de arroz (R$ 30, 8 unidades), traz novidades como a coxinha de pato com queijo boursin e raspas de laranja (R$ 48, 6 unidades). Além do chope Brahma (R$ 9,49), a carta de drinques assinada por Derivan de Souza reúne sugestões como o Macunaíma, o clássico, com cachaça, Fernet, suco de limão e xarope de açúcar (R$ 24). Onde: R. Fidalga, 254, Vila Madalena. 94745-8186. 17h/ 2h (sex. 17h/ 3h. sáb. 12h/ 3h. dom. 12h/ 0h. fecha 2ª).