Quando Paladar publicou um roteiro com o que há de melhor para comer na Vila Mariana, a maioria dos comentários nas redes sociais tinha um único foco: Nash Frango Frito. A casa, que abriu em outubro do ano passado, se tornou um sucesso instantâneo nas redes sociais e nas ruas do bairro com uma proposta ousada: vender frango frito com um toque de chef.
Por trás das operações do Nash, são três nomes que uniram forças e conhecimento: Silvia Garcia, Yuri Andreosi e Guto Omati. Yuri é produtor de conteúdo e diretor de um canal no YouTube de gastronomia chamado Underchef. Já Guto é empreendedor e dono do delivery Sushi Five e do Bálcon, um restaurante de empanadas e comidas rio-platenses.
Enquanto isso, a chef Silvia é a responsável pelo sabor do frango. Ela está há 17 anos no ramo, passando pelas cozinhas do Château Gütsch; do hotel Waldorf Astoria, nos EUA; do Olympe, de Claude Troisgros; e do Oro, onde era chef da confeitaria do chef Felipe Bronze. Em 2015, abriu a Meloá, no Rio, até vender as operações e vir para São Paulo comandar o Toasty. Com a pandemia, porém, fechou as portas e começou a pensar no Nash.
“Quando a gente fala em frango frito, as pessoas já trazem um conceito formado daquele frango empanado amplamente difundido no País”, explica Silvia. “O que o Nash propõe é uma experiência diferente. É, sim, um frango empanado, mas com uma curadoria de ingredientes e processos especiais, desde o cuidado na composição da farinha, do queijo, fermentação da pimenta por 7 dias, do picles, o óleo de especiarias em que o frango passa depois de frito com banha de porco defumada (gengibre, açúcar mascavo, alho frito e páprica doce). No lugar do buttermilk, comumente usado para esse tipo de receita, entra o leite de kefir cultivado por mim há mais de 8 anos, e por aí vai. Esse é o nosso diferencial”.
Nash Frango Frito é bom mesmo?
Com tantas pessoas indicando a casa nos comentários, foi impossível o Paladar não conhecer a casa. E a fama precede o restaurante: o frango realmente tem algo de diferente. Como é da proposta da casa, ele é do estilo de Nashville (daí o nome) e tem um sabor equilibrado -- não fique preocupado com a pimenta, por exemplo, que é bem dosada.
“Na elaboração do cardápio, tínhamos em mente que queríamos estar sempre em busca do frango frito perfeito, aquele que quando as pessoas perguntam ‘o Nash é parecido com o quê?’, a resposta fosse ‘só indo lá pra saber’”, explica Silvia, em entrevista ao Paladar.
O foco da casa são os sanduíches, mas também dá para encontrar alguns petiscos de frango. Na visita de Paladar, pedimos o The Nash, um clássico sanduíche de frango frito com salada coleslaw e picles (R$ 37). É de comer rezando. A casa também indica o Buffalo Soldier (R$ 42), versão em sanduba do Buffalo Wings com molho de gorgonzola e hot sauce fermentado; e o Tico Chicken no Fubá (R$ 37), que ao invés de pão, leva waffle de fubá, mel de jalapeno, cheddar e ranch. Chama a atenção e traz uma nova experiência.
Na parte dos petiscos, tem o Chicken Caipira (pipoca de frango com quiabo frito, R$ 37) e o Coração em Frangalhos (coração de frango empanado com molho de alho assado, R$ 45), uma homenagem ao Galeto Sat’s no Rio de Janeiro. A casa também acabou de lançar o Buffalitos Picantes (pipoca e frango mergulhado no hot sauce e molho gorgonzola, por R$ 45) e o Popóruruca, uma pururuca de frango acompanhada de um limãozinho (R$ 22).
Agora, com o sucesso no bairro, o Nash já começa a olhar para o futuro. “Hoje, os nossos esforços estão muito voltados em aperfeiçoar o produto e a experiência do cliente. Por isso adoramos receber os clientes no balcão porque assim conseguimos conversar e planejar adaptações no cardápio ou no restaurante para tornar a experiência ainda mais perfeita”, diz Silvia. “Com um passinho de cada vez, quem sabe lá na frente não conseguimos levar nosso frango frito tão especial da Vila Mariana para outros bairros da cidade?”.
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