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Restaurantes e Bares

Os melhores bares de drinques de Nova York, segundo o 'Balcão do Giba'

O especialista em coquetéis e enviado especial do 'Paladar' para bares do mundo todo apresenta seus doze endereços favoritos em Manhattan

Balcão do Attaboy, bar speakeasy em Nova York. Foto: Santiago Mejia/NYTFoto: Santiago Mejia/NYT

De Nova York * Autor do blog Balcão do Giba

Para os apaixonados por coquetelaria, Nova York é fundamental. Por lá, não é difícil encontrar bartenders criativos, fartura de produtos (muitas bebidas impossíveis de se achar no Brasil) e bastante demanda.

Balcão do Attaboy, bar speakeasy em Nova York Foto: Santiago Mejia/NYT

Esse pequeno guia não tem a pretensão de ser definitivo. Bares abrem todas as semanas ali. Sei que existem outros tantos clássicos ou obrigatórios no coração de cada bebedor. Por isso, relaxem. Aqui estão os bares em que estive entre 2015 e 2019 (três visitas à cidade). Quase todos eles estão (ou estiveram recentemente) na seleção dos cem melhores do mundo. Ainda tenho uma lista de desejos que, se o dólar deixar, vai me levar para NYC outra vez. 

Ah, uma dica de ouro: tip. A gorjeta é uma instituição em Nova York. Não adianta chorar. Ela está subentendida e é quase uma ofensa não deixá-la. E prepare-se, nos bares citados aqui, você vai encontrar drinques de US$ 10 a US$ 28 dólares (a maioria custa entre US$ 16 e US$ 18). Eu sei, é osso. Mas, quando estiver lá, tome ao menos um manhattan por mim. 

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● PDT (Please don't tell)

113 St. Marks PI, East Village

O teatro importa. E, justiça seja feita, o PDT não é só teatro - chamo de teatro essa tentativa de emular esconderijos do período em que beber nos EUA era proibido – entre 1920 e 1933. É um clássico de Nova York.

O bar fica escondido atrás de uma cabine telefônica localizada dentro de uma lanchonete especializada em cachorro-quente, a Crif Dogs. Para adentrar no bar, você entra na cabine, disca 1 e fala com o atendente. É recomendável fazer reserva. Ou tente chegar cedo, por volta das 18h.

Quando estive por lá, tomei um curioso moscow mule feito de mezcal. 

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Ambiente do barPlease Don't Tell Foto: Erin Wigger/NYT

● Blacktail

2nd floor, Pier A Harbor House, 22 Battery Place 

Os donos são os mesmos do premiado The Dead Rabbit. Apesar do ambiente cubano (que, às vezes, soa excessivamente turístico), os drinques remetem muito mais à coquetelaria da própria cidade. Por isso, eu experimentaria o Comandancia – com tequila, mezcal, gim, Jerez fino e bitters. Agora, se você quer mesmo sentir um pouquinho de Cuba no copo, não invente. Peça um daiquiri.

Em tempo, o atendimento é um dos melhores de Nova York. O bar é localizado em um píer do Rio Hudson – de onde é possível ter uma boa visão da Estátua da Liberdade.

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BlackTail Foto: Brent Herring/NYT

● Attaboy 

134 Eldridge St., Lower East Side

Bar preferido de quem trabalha em bares, o Attaboy é o melhor lugar para procurar um bartender de folga. Não há cardápio, a ideia é dizer para quem está atrás do balcão aquilo que você está a fim de beber. Minha dica é que você não limite o trabalho do profissional. Diga apenas que gostaria de experimentar algo "defumado" ou "cítrico”. Quanto mais desafiador, mais interessante será o seu coquetel.

Importante: o bar não tem placa e fica bem escondido. Toque a campainha, bata na porta e reze para alguém aparecer. Um legítimo speakeasy (intimidador nos primeiros minutos).

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Attaboy Foto: Fred Conrad/NYT

● The Dead Rabbit 

30 Water St., Financial District 

As listas de melhores bares do mundo sempre apontam o The Dead Rabbit como uma das catedrais da coquetelaria. Não tem nenhum exagero nisso. Beber ali é como jantar em um três-estrelas Michelin. De inspiração irlandesa, o bar tem no uísque (irlandês, claro) o protagonista de sua carta de coquetéis.

A primeira vez que estive por lá foi em 2015 – oportunidade em que me apaixonei por uma variação do old fashioned chamada Black Rose (uísque irlandês, amaro, curaçau, chá-preto de bergamota, noz e bitter). Hoje fora do menu, nada impede que você tente a sorte perguntando por ele para um dos incríveis bartenders que atendem por lá. Vale provar um tradicional irish coffee.

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Atenção: o primeiro andar do Dead Rabbit funciona como um pub. Ali, a melhor pedida é a cerveja. Para os coquetéis, suba as escadas. Para quem se interessar, o bar vende o seu cardápio, camisetas, canecas, etc.

The Dead Rabbit Foto: Marillynn K. Yee/NYT

● Amor y Amargo 

443 E 6th St., East Village 

As regras são claras: nada de vodca, drinques batidos, infusões complicadas ou suco de frutas. Você entende que está em Nova York quando passa pela pequena porta do Amor y Amargo. Pode não ser o melhor bar da cidade, mas é aquele que traduz com mais exatidão o espírito do lugar.

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Longe dos pontos turísticos, essa aconchegante sala tem poucos lugares no balcão e nenhuma mesa (as chances de beber em pé são consideráveis). Criado pelo mixologista Sother Teague, o bar tem sido importante na consolidação da cultura dos bitters e amaros (uma espécie de licor de ervas).

Quase todos os drinques são servidos no mesmo tipo de copo (o copo baixo). Não tem taça coupe, não tem gim-tônica e nem 'espuminhas'. Os coquetéis refletem a complexidade das bebidas, sem firulas. A exceção é o Sharpie Mustache, um clássico do Amor y Amargo feito à base de gim, rye uísque, amaro e Bonal, servido em uma garrafinha.

Para entender do que se trata a coquetelaria de Teague, peça o 8 Amaro Sazerac (mistura de oito tipos de amaros diferentes, Chartreuse verde e bitters). Se já for um devoto do estilo, arrisque-se em qualquer um dos “scaffas” do menu (coquetel mexido, sem gelo e servido na temperatura ambiente). Se estiver na dúvida, peça ao barman uma variação do negroni, old fashioned ou manhattan.

Se morasse em NYC, esse seria o meu bar.

Amor y Amargo Foto: Byron Smith/NYT

● Dante NYC 

79-81 Macdougal St., Greenwich Village 

Estamos em plena comemoração pelos cem anos do negroni. Nada mais adequado do que prestar suas homenagens a um dos coquetéis mais clássicos da história visitando um dos lugares em que ele é preparado com maestria.

O Dante tem jeitão de lanchonete e pode não empolgar à primeira vista. Mas a má impressão vai embora assim que o negroni for servido. O tradicional sai direto da torneira (e tem preços promocionais no início da tarde). No total, são 13 versões – com mezcal, uísque e outras invenções. Fora de negronis, procure pelo sazerac. A cozinha do Dante é apenas ok. 

Old fashioned no Dante Foto: Sasha Maslov/NYT

● Employees Only

510 Hudson St., Soho Village

Tomar um manhattan em... Manhattan. No Employees Only, o clássico drinque tem prestígio e fama – leva um toque de licor Grand Marnier.

Estive lá em 2018, em um sábado, depois das 22h, e peguei clima de festa (música alta, fila para entrar, muita gente, etc). Para quem gosta de se concentrar no coquetel, a balada atrapalha. Ainda assim, consegui não esbarrar em ninguém e não derrubar minha bebida. O manhattan brilha por lá. Vale o sufoco.

Employees Only Foto: John Taggart/NYT

● Angel's Share

8 Stuyvesant St., East Village

Mais um bar escondido. Desta vez, dentro de um restaurante japonês (Sharaku). Para encontrá-lo, você deve entrar no restaurante, subir uma escada, virar à esquerda e empurrar uma pesada porta (sem nenhuma indicação).

Uma atmosfera tranquila – apesar da fila que pode se formar na entrada. Clássicos revisitados e com um toque oriental. 

Angel's Share Foto: Peter Pabon/NYT

● The NoMad

10 W 28th St., Midtown 

Bares de hotel costumam intimidar. Às vezes, não entregam o que prometem (e cobram). Não é o caso do The NoMad. Decoração austera e coquetéis entregues à perfeição. Atendimento impecável. Prefira os clássicos com algum diferencial. Também tente o Start Me Up (bourbon, rum, Strega, mel, ginger, limão e bitters de laranja).

No happy hour fica bastante movimentado. Os drinques "normais" custam de US$ 16 a US$ 18. Existe uma linha chamada "reserva" com preços fora de qualquer curva, não dê bola (e nem dólares) para ela. O menu comum vai atender todos os seus anseios etílicos. 

The NoMad Foto: Tony Cenicola/NYT

● The Palm Court - The Plaza

768 5th Ave., Central Park South

Um clássico que continua valendo a visita é o The Palm Court – que fica dentro do não menos icônico hotel Plaza. Conta a história que ali o escritor F. Scott Fitzgerald conseguia se "abastecer" de bons coquetéis mesmo no período em que o álcool estava banido nos EUA. Em seu clássico O Grande Gatsby, o personagem Jay Gatsby hospeda-se no Plaza e consome seus mint juleps durante a Lei Seca. Na visita, tive o meu momento Gatsby. O julep da casa é ótimo.

The Palm Court, bar e restaurante do hotel The Plaza. Foto: Claudio Versiani

● Mace

505 E 12th St., East Village

Os sabores apimentados e o toque mexicano estão na origem dos melhores drinques do Mace - com tequila e mezcal (mas o rum também tem seu lugar nos copos). O bar mudou de endereço há pouco tempo, mas continua informal e amigável. Tem um jeitão de "bar da vizinhança". Bom para se misturar com os locais.

Bar Mace. Foto: John Shyloski

● Death & Company 

433 E 6th St., East Village

Um clássico de Nova York. Esse vizinho do Amor y Amargo (se você tiver muita sede, pode tentar visitar os dois no mesmo dia) é uma referência na coquetelaria local.Um parque de diversões para quem tem interesse em bebidas que não se encontram no Brasil. Coquetéis executados com maestria. Minha dica é: se arrisque no Death & Company. Tente os drinques que soarem mais esquisitos para você. 

Death & Company Foto: Death & Co.

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