É como se o Carnaval tivesse acabado de passar e o ano finalmente tivesse começado para o vinho no País, com uma temporada intensa de lançamentos. A Miolo apresentou nesta semana dez novos rótulos, alguns deles já da safra 2018, considerada excepcional - o ano foi quente e muito seco.
É ano de Sesmarias, vinho ícone que ainda está em barrica, “en primeur” (venda antecipada, pela internet) e só é feito em grandes anos. Quem comprar agora gasta R$ 400 e recebe o produto em 2020. Trata-se de um corte de Touriga Nacional, Tannat, Petit Verdot, Merlot, Cabernet Sauvignon e Tempranillo da Campanha, todo amplificado, com muita cor, corpo, taninos e álcool (15,8%).
Álcool, aliás, é um tema da safra 2018: todos os vinhos apresentados por Adriano Miolo são muito alcoólicos. Ele não se preocupa, diz que buscou o ponto ideal de maturação fenólica e dos taninos e que em anos quentes é natural que assim seja.
Outro lançamento da casa chama a atenção: a linha Single Vineyard (R$ 59,90 no site da vinícola), com quatro rótulos de “microlote”, frutos de um estudo de cada parcela dos vinhedos da casa e levou dez anos. O resultado são o Riesling Johannisberg 2018, que vem da propriedade da Almadén; o Pinot Noir 2017 e o Touriga Nacional 2017, da Campanha Meridional; e o Syrah 2017, do Vale do São Francisco.
Há também um Tannat Vinhas Velhas, de um vinhedo de 42 anos plantado a poucos quilômetros das plantas uruguaias que produzem o premiado Amat, da Bodegas Carrau (R$ 233 na Zahil).
Boas notícias são a safra do Sauvignon Blanc Colheita Noturna 2018 (R$ 53,85), aromático e com a acidez vibrante conhecida em outras safras; a do novo Late Harvest de Viognier e Gewurztraminer, vendido a partir de setembro; e a do elegante Lote 43 2018. Mas este rótulo de grande prestígio na vinícola só chega ao mercado em 2020.