Uma bebida leve, refrescante, alcoólica (entre 4% e 5%), com gostinho de fruta, baixas calorias e sem glúten. A hard seltzer, uma das modas do momento, parece ter sido desenhada para entrar na moda. E, claro, entrou.
A bebida não é exatamente uma novidade. Nos EUA, a onda começou a se formar em 2018, bateu forte em 2019 e virou mega mainstream com anúncio da hard seltzer da Budweiser no Superbowl em fevereiro deste ano.
Abra a geladeira de um americano e você vai encontrar um pack de hard seltzer. Fiz o teste em duas visitas pré-pandemia. O apelo fit reverbera especialmente por lá. Os nomes fortes no mercado americano são White Claw e Truly, a hard seltzer da Boston Beer (que vem comemorando um crescimento impressionante, impulsionado pelo produto e num contexto de queda do mercado como um todo).
Por aqui, temos duas marcas: a Joví, que você encontra nos supermercados, e a Hintz, da cervejaria Three Monkeys.
Mas, espera, o que exatamente é hard seltzer? É água com gás, álcool e frutas. O álcool pode vir da fermentação de cana ou do malte de cevada (daí a ligação com cervejarias). É tipo um keep cooler melhorado (e assim denuncio minha idade). A melhora está no fato de não ter gosto de refri. A hard seltzer é mais neutra, menos tutti-frutti, e costuma ter o final bem seco, nada chicletoso. Está mais perto das bebidas ice do que da cerveja. E tem tudo para emplacar no calorão, praia, piscina e sonhos de carnaval. Pessoalmente, prefiro minhas notas de malte presentes no gole e não trocaria uma session, uma sour ou mesmo uma american light lager por uma hard seltzer.
Para conversar sobre esse tema, dei uma palavrinha com Carlos "Veio" Lima, do Tap Tap, que vem acompanhando as movimentações em torno das hard seltzer.
O Jim Koch, da Boston Beer diz que as hard seltzer são a maior revolução desde a invenção das cervejas light nos anos 1970. O que você acha? Eles investiram muito dinheiro pra produzir hard seltzer. O cara tem que falar que o negócio é bom. E o resultado deles com hard seltzer foi muito bom – na pandemia, apesar do mercado craft ter diminuído como um todo, a Boston Beer cresceu bastante, impulsionada pela Truly. Mas discordo! Nesse período todo, o mercado cervejeiro mostrou inovações muito mais interessantes e que têm mais a ver com cerveja em si.
O que você acha de interessante na hard seltzer? O apelo fit reverbera? O bacana é apelo fit: é uma forma pouco calórica e relativamente barata e ainda sem glúten de ingerir álcool. A gente tem visto essa busca por opções tidas como saudáveis crescer. Mas vai além, é uma bebida fácil de beber, bem refrescante, tem a ver com nosso clima. Mas acho importante falar de outro aspecto: a gente, ainda bem, evoluiu bastante. Antigamente, essa bebida poderia ser tachada como bebida de mulher. A realidade mudou e hoje abre portar para o público masculino também. Conforme a gente vence essa barreira, fica mais fácil de o homem se dar a chance de experimentar, gostar e beber.
Falando especificamente de Brasil, pra mim, tudo que fica bom com fruta tem potencial de dar certo aqui, porque de fruta a gente entende. Vc acha que as hard seltzers vão frutificar (perdão, trocadilho) especificamente aqui por causa disso? Acho que isso, acho que a gente tem que fazer isso e ir além, fazer combinações. É quase um drinque, pode ir hibisco, pode ir mais de uma fruta, pode ser um mix. Acho que podemos explorar essas combinações.
Serviço
No Tap Tap, você encontra a Three Monkeys Hintz Tropical (R$ 12, 310 ml) e os sabores morango, limão e abacaxi da Joví (R$ 8, 275 ml). As Joví você encontra no supermercado por valores que oscilam entre R$ 5 e R$ 7.
Delivery pelo www.taptapsp.com.br
Rua da Consolação, 455. Horário especial: 16h/22h (sáb., 13h/22h, dom., 13h/21h)