Guilherme Piai, secretário de Agricultura de São Paulo convocou todos os produtores artesanais para o evento "Uma nova Marca para o Agro de São Paulo" dia 28 de fevereiro no Salão Nobre da secretaria, no centro da cidade. O objetivo é anunciar a criação do programa estadual de bem-estar animal e o lançamento do novo modelo de identificação de vacinação contra a brucelose. "Também vamos expandir o SISP Artesanal para outros produtos além do queijo," anuncia.
Sucesso na regularização dos produtores de queijo artesanal, principalmente por ter liberado o fluxo dentro das queijarias e por autorizar que muitas receitas de queijos e produtos lácteos possam ser feitas na mesma sala de fabricação, facilitando muito a vida dos produtores (e matando de inveja os produtores mineiros que estão longe de ter essa alegria com os fiscais do IMA), Guilherme agora resolveu atacar um tema super sensível para os consumidores: o bem estar animal.
Hoje em dia o consumidor quer transparência em toda a cadeia dos alimentos. Quer saber o que o rebanho come, como é tratado, quer saber até o nome da vaca, para garantir que ela não é só um número nas tabelas de produtividade da fazenda. "Quem come queijos e outros produtos animais artesanais, consome história e cultura junto com o produto, não é possível admitir mais nenhum tipo de sofrimento para os animais,' anuncia o secretário.
Um spoiler do programa, entre outras novidades, é que, em São Paulo, as vacas não serão mais marcadas no fogo: as madames terão brincos de identificação, como é o caso na França. O Estado já atingiu imunização de 100% dos rebanhos pecuários contra a febre aftosa e de 99% contra a brucelose, melhor marca em mais de 20 anos. Melhor que isso seria só o lançamento do Bolsa Vaca para beneficiar os 11 milhões de bovinos paulistas. Não estamos longe.
Queijo solidário no Palácio dos Bandeirantes
Guilherme também foi o responsável por articular, junto com o governador Tarcisio e a primeira dama Cristiane, a doação dos queijos do concurso do Mundial do Queijo do Brasil, que acontece no Teatro B32 dia 12 de abril, para o Fundo de Solidariedade do Estado. "A organização do concurso estima duas toneladas de queijo, vocês podem imaginar que quem envia um queijo para o concurso escolhe seu melhor produto. Todos os queijos têm algum tipo de certificação, municipal, estadual ou federal, são seguros e merecem o melhor destino depois de serem avaliados."
Dando mais um spoiller, o nobre destino dos queijos será fazer parte da maior mesa de queijos já vista no Brasil. Será o prato principal do evento de premiação do concurso no Hall nobre do Palácio dos Bandeirantes, na noite do 12 de abril, junto com os melhores vinhos, pães e charcutarias paulistas...
A arrecadação da venda dos ingressos do evento também será destinada ao Fundo da Solidariedade. Na mesma noite, está prevista a cerimônia da Guilde Internacionale des Fromagers, a prestigiosa associação internacional madrinha do Mundial do Queijo, para entrega dos prêmios aos produtores vencedores.
Fico imaginando esses gringos boquiabertos, primeiro com a belezura moderna do Teatro B32 durante o dia, no concurso, e depois com a nobreza tradicional dos salões do Palácio dos Bandeirantes. Sim, o Brasil tem muito queijo bom e as políticas publicas para queijos artesanais em São Paulo estão entre as melhores do Brasil.